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A vida como um treinamento para a morte

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15 Agosto 2020

O pensar em direção à morte está no princípio e o fim da filosofia ocidental. Poderíamos dizer que a famosa frase de Sócrates de que “uma vida não examinada não vale a pena ser vivida” tem como objeto esse pensar para e com a morte. De maneira profunda, o que dá sentido à vida é a morte. É, então, através da morte que podemos viver uma vida significativa – uma vida filosófica – e não ser meramente autômatos ou indivíduos alienados, imersos em falsos programas, avançando para a morte com completa inconsciência e abandono.

A reportagem é publicada por PijamaSurf, 09-08-2020. A tradução é do Cepat.

Mas o que caracteriza a nossa época é que a morte não é pensada, mas, ao contrário, ocultada, reprimida, busca-se negá-la, depurá-la, esquecê-la. O mundo inteiro, com todo o seu aparato de produção, se torna uma espécie de parque de atrações por meio do qual somos distraídos da iminente possibilidade da morte, do próprio horizonte de significado.

No Fedón, é enunciada a frase crucial que descreve a vida filosófica entendida originalmente: a filosofia é um “treinamento para a morte”. A filosofia – como foi concebida na antiga Grécia – é a mais alta atividade da existência e provê o ethos da vida humana, pelo qual podemos afirmar, sem medo de exagerar, que a “própria vida é um treinamento para a morte”. Mas, atualmente, a vida se tornou um “entretenimento até a morte chegar”.

Primeiro, vejamos o que Platão quer dizer com esta ideia de treinar para a morte. No Fédon, a ideia tem uma clara orientação soteriológica, que, no entanto, não limita o significado desta noção apenas ao transcendente, mas provê também uma base ética para a existência no mundo. O fim perseguido pelo filósofo é uma vida imortal, uma ascensão para um mundo mais belo e verdadeiro, para o qual deve se livrar de obstáculos e distrações que vêm do apego aos prazeres, medos e paixões próprias dos sentidos.

Fazer da vida um treinamento para a morte significa transcender os polos do prazer e da dor e das preocupações mundanas, com a visão posta em uma realidade ideal que podemos vislumbrar neste mesmo mundo, uma luz espiritual que se torna tangível na medida em que a alma se purifica e se separa do contingente.

Platão foi interpretado como um dualista, antepondo o espiritual ao material, e promovendo uma espécie de fuga acosmista. Não obstante, sua filosofia admite várias leituras, e não podemos deixar de notar que Sócrates é antes de tudo um homem envolvido na vida da pólis, que ama a vida, o diálogo, a música, os belos corpos, e inclusive as manias (que vem dos deuses). No entanto, é capaz de fazer isto sob o esquema trino das virtudes da sabedoria, a coragem e a moderação. É possível, para dizer de uma maneira cristã, “estar no mundo, mas não ser do mundo”.

O filósofo não deixa de participar na existência, de estar aberto a ela em sua totalidade, mas ao mesmo tempo sempre está consciente da morte. Ter uma orientação para a morte transfigura a existência, oferece a mesma um panorama autêntico, dimensiona sua realidade impermanente e sempre em relação com um mistério profundo. No caso da filosofia platônica, compara a vida mutante, e por isso de certa forma ilusória, com uma vida superior, uma vida puramente contemplativa, na qual a alma tem a possibilidade de se integrar a uma esfera divina. Esta possibilidade não deve ser deixada de lado, pois é o autêntico sol que orienta a existência, sem por isso negá-la. O que é este breve pestanejar sobre a Terra em comparação à eternidade?

Agora bem, o leitor poderá objetar que a visão platônica da filosofia para a morte parte de uma premissa que talvez não compartilhe: a imortalidade da alma (que Platão tenta comprovar em tal diálogo). Deixando de lado o argumento da imortalidade da alma, de qualquer maneira podemos retomar esta mesma máxima de treinar para a morte. E temos no próprio Sócrates um exemplo edificante. Sócrates é condenado à morte e aceita esta sentença que será o próprio ideal da consciência moral, da congruência e, mais ainda, com uma serenidade admirável. Com isto, não prova a imortalidade da alma, mas o fato de que a vida filosófica (o treinamento para a morte) é uma vereda sumamente proveitosa.

Sócrates toma, aqui, o papel da figura ao mesmo tempo mítica e histórica, que prega com seu exemplo, e encarna o “ethos” fundacional do Ocidente. Não é veemente e escandaloso martírio: é o morrer em paz, cercado por amigos, na maturidade do pensamento, em uma festa da sabedoria. A morte se revela como o fruto da sabedoria ou o ponto em que a sabedoria se mostra como fruto da vida.

Morrer como Sócrates: isso é ao que deveríamos aspirar hoje em dia. Em meio às incontáveis distrações e ninharias, do completo relativismo, da impossibilidade de dizer o que é o bom e o verdadeiro, ao menos podemos estabelecer esta virtude: morrer em paz, sendo responsáveis por nossos atos, mas sem apegos ou ressentimentos, de tal maneira que estejamos livres para encarar o mistério, com uma mente atenta e clara.

Chegar a este ponto... não à fama e a glória mundana, não à riqueza e o poder, nem sequer aos grandes raptos do coração. Isto é o que constitui o sentido da existência e a autêntica saúde. Pois é preciso se curar na morte e, para isso, é preciso morrer antes de morrer, é preciso ter aprendido a caminhar leve pelo mundo. A morte se torna, então, não uma tragédia ou uma maldição que assombra a espécie, mas uma cura. Por isso, Sócrates dedica um galo a Asclépio antes de morrer, pois o deus já lhe apresentava a cura final.

Um segundo entendimento da vida que tem o seu significado graças à morte encontramos em Heidegger, particularmente no Heidegger de “Ser e tempo”, antes de sua chamada “guinada”. Heidegger também fala da vida autêntica do ser humano como um viver frente à morte, pois esquecer esta possibilidade (que é a possibilidade da impossibilidade da existência) é o que nos faz cair no mundo do “eles”, da voz alienante da sociedade, dos meios massivos de comunicação, do o que vão dizer, do desejo de nos conformar a uma forma de existência que concebe o mundo de maneira utilitária, como uma série de objetos presentes, mas bem mecânicos, envolvidos no barulho insano da modernidade.

No entanto, Heidegger difere claramente na medida em que a morte, que é o chamado da consciência, não é entendida como um horizonte de transcendência para uma existência superior. Nem por isso a morte deixa de ter um papel importante ou “filosófico”. Neste caso, a morte é o que individualiza. Escutar o chamado silencioso da morte é o que nos faz no separar do mundano barulho e assumir uma decisão existencial. A morte é a única coisa que não posso transferir, que me chama no mais íntimo do meu ser e que me faz autenticamente um indivíduo.

A existência frente à morte se revela no ser humano por meio da angústia existencial, que é uma forma de presença da ausência, ou seja, da possibilidade de deixar de existir que a morte apresenta. A angústia nos tira da vida mecânica no mundo dos objetos e do “eles” e nos confronta com a possibilidade de livremente escolher ser quem somos e assumir um destino, literalmente, uma fatalidade.

Heidegger usa o termo “stimmung” que significa literalmente “entoar”, como por exemplo um diapasão ou um instrumento de afinação, com o qual se refere à angústia ou a outros estados anímicos (ou disposições afetivas). A angústia entra em um estado de ressonância com uma forma menos ôntica do ser, e isto faz com que possamos existir de um modo mais autêntico, como um sujeito irredutível que sente a necessidade de cuidar de um mundo, e não como coisas.

É mais fácil dizer o que é o inautêntico que o autêntico, e a autenticidade se apresenta como a eliminação do falso conforto da existência que esquece o ser e seu mistério, com a pergunta própria de “qual é o significado do ser". Um separar-se da falsa integração em um corpo social cuja cotidianidade, para retornar à origem deste artigo, é um mero entretenimento, um cair preso ao novo e o superficial, nas inumeráveis atrações da publicidade e de um modo de ser-com que nos impede de projetar possibilidades de ser mais abertas e mais enraizadas em uma tradição, como, por exemplo, a socrática ou, melhor ainda para Heidegger, a pré-socrática.

Em última instância, o que resulta inegável é que a morte é sempre o autêntico e o que nos faz, paradoxalmente, por meio do nada possível, recordar a potencialidade do ser, um ser que carece de um limite essencial e que pode acessar um rico manancial ontológico para transformar sua existência. Não inventar um mundo do nada, mas recobrar a luminosidade de mundos mais autênticos que se foram e se reapropriar, através de uma repetição criativa, para projetar uma existência para o futuro com uma base profunda – na base sem base – na qual o ser possa se revelar, ou seja, se fazer verdadeiro e se descobrir com maior plenitude no ser humano, que é, no final das contas, algo assim como a consciência do abismo. Na morte está toda a fertilidade do pensamento.

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