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''Para quem não tem fé, resta a fidelidade. Não existe Ocidente sem valores cristãos.'' Artigo de André Comte-Sponville

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15 Novembro 2018

Este artigo do filósofo francês André Comte-Sponville é fruto de um diálogo sobre o tema da fé e da religião com o teólogo espanhol Pablo d’Ors.

O artigo foi publicado por La Stampa, 14-11-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Sou um ateu não dogmático e fiel. Por que ateu? Porque não acredito em nenhum Deus. Por que ateu não dogmático? Porque obviamente reconheço que o meu ateísmo não é um saber. Como seria? Ninguém sabe – no sentido verdadeiro e forte do verbo “saber” – se Deus existe ou não.

Aqui, muito depende da pergunta que me é feita. Se você me perguntar: “Você acredita em Deus?”, a resposta é simples: “Não, não acredito”. Mas se você me perguntar: “Deus existe?”, a resposta necessariamente é mais complicada, já que, por honestidade intelectual, devo começar dizendo que não sei nada a respeito. Ninguém sabe.

Se alguém lhes disser: “Eu sei que Deus não existe”, ele não é substancialmente um ateu; é, acima de tudo, um imbecil. A verdade é que não se sabe. Paralelamente, se vocês encontrarem alguém que lhes disser: “Eu sei que Deus existe”, ele é um imbecil que tem fé e, tolamente, toma a sua fé como um saber. Quem tem fé não me incomoda, de modo algum. Mas, naqueles que tomam a sua fé como um saber, eu leio um duplo erro: teológico, porque, para uma boa teologia (em qualquer caso, para a cristã), a fé é uma graça, o que o saber não poderia ser; e filosófico, porque confunde duas noções diferentes, a de crença e a de saber.

Em síntese, não sei se Deus existe ou não; eu acredito que ele não existe. Um ateísmo não dogmático é um ateísmo que se confessa como crença, se necessário, negativa. [...]

Mas por que ateu não dogmático e fiel? Ateu fiel, porque, embora ateu, continuo apegado, com todas as fibras do meu ser, a um certo número de valores – morais, culturais, espirituais –, muitos dos quais nasceram nas grandes religiões e, especialmente, na Europa, porque é a nossa história, na tradição judaico-cristã. É um dos pontos que me separam do amigo Michel Onfray, ou que o separam de mim. Não é porque eu sou ateu que devo cuspir em 2000 anos de civilização cristã, ou 3000 anos de civilização judaico-cristã. Não é porque eu não acredito em Deus que devo me recusar a ver a grandeza, pelo menos humana, da mensagem evangélica. [...]

Eu não acredito em Deus, e os nossos concidadãos acreditam nele cada vez menos. É necessário, então, “jogar fora a criança com a água suja”, como se diz familiarmente? A isso eu me recuso. Deus está socialmente morto, poderia dizer um sociólogo nietzschiano. Não é uma razão para renunciar, junto com um Deus socialmente defunto, a todos os valores que compartilhamos, dos quais sabemos que muitos deles nasceram nas grandes religiões, dos quais sabemos muito bem que foram transmitidos ao longo dos séculos pela religião, mas sobre os quais nada prova que precisem de um Deus para existir, dos quais, pelo contrário, tudo prova de que precisamos para permanecer humanamente aceitáveis!

Isso também vale para as outras civilizações. Se tivéssemos nascido na China, na Índia ou no Irã, seríamos devedores de outras tradições, às quais deveríamos ser fiéis. [...]

Tratando-se desta civilização que é a nossa, a verdadeira questão, concretamente, é a seguinte: o que resta do Ocidente cristão quando ele não é mais cristão?

Pois bem, parece-me, uma das duas: ou vocês realmente pensam que não resta nada dele, e então só resta ir dormir: vocês podem continuar falando, não me interessa mais nada, e isso não vai durar muito. Somos uma civilização morta, em todo o caso, moribunda. Não temos mais nada a opor nem ao fanatismo, sobretudo externo, nem ao niilismo, sobretudo interno. O niilismo, creiam-me, é o maior perigo.

Ou, segunda possibilidade, do Ocidente cristão, quando não é mais cristão, resta alguma coisa. E se o que resta não é mais uma fé comum, só pode ser uma fidelidade comum, isto é, um apego compartilhado aos valores que recebemos e, portanto, somos responsáveis por transmitir. Porque a única maneira de ser verdadeiramente fiel àquilo que se recebeu é evidentemente transmiti-lo. A grande vantagem que a laicidade nos oferece é justamente a de permitir que nos comuniquemos dentro desses valores comuns sem nos colocar em contraposição bestial e esterilmente sobre a fé de uns, sobre a fé diferente dos outros ou sobre a ausência de fé de terceiros.

Aos cristãos, eu diria isto: vocês e eu não estamos separados senão por aquilo que ignoramos – porque nem eu nem vocês sabemos se Deus existe ou não. E não seria muito razoável conceder mais importância àquilo que nos separa e que ignoramos – a existência de Deus ou não – do que àquilo que nos une e que conhecemos muito bem, com o espírito e com o coração, isto é, que aquilo que que dá valor ao ser humano não é o fato de acreditar em Deus ou não, mas sim a quantidade de amor, justiça e coragem de que se é capaz. Em outras palavras: vocês e eu não estamos separados senão por três dias – aqueles que separam a Sexta-Feira Santa da Páscoa.

Quando releio o Evangelho, tenho vontade de aplaudir com entusiasmo a quase tudo. Eu digo “quase”, porque absolutamente não me interesso em milagres e porque desaconselho que qualquer um bata na minha bochecha direita: eu não daria a minha bochecha esquerda... Mas os milagres não são o essencial do Evangelho. E a não violência é uma dimensão da mensagem evangélica, mas que pode ser contrabalançada com outras passagens, como “não vim trazer a paz, mas sim a espada”. Essas divergências permanecem não essenciais. No fundo, a ética que Jesus professa é também aquela em que me reconheço, ou à qual tento permanecer fiel.

A diferença entre os cristãos e mim é que, para mim, a história para no Calvário, quando Jesus, na cruz, citando o salmista, geme: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”. Lá, ele é realmente o nosso irmão, porque compartilha o nosso sofrimento, a nossa angústia, a nossa solidão, talvez, naquele momento, o nosso desespero.

Em vez disso, para os cristãos, a história continua por mais três dias: até o túmulo vazio e a Ressurreição. Na medida em que, com a Ressurreição, esses três dias desembocam na eternidade, isso faz uma grande diferença, ou uma diferença sagrada que eu não pretendo anular. Vocês são cristãos, eu sou ateu: vocês acreditam na Ressurreição de Cristo na qual eu absolutamente não acredito. Mas, novamente, seria razoável conceder mais importância a esses três dias que nos separam do que aos 33 anos que os precedem, mesmo que fossem parcialmente lendários, na recordação comovente dos quais podemos nos comunicar?

Quando não se tem mais fé, resta a fidelidade. Isso responde em parte à nossa pergunta. O que é uma espiritualidade sem Deus? É uma espiritualidade da fidelidade mais do que da fé – uma ética mais do que uma religião.

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