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Prêmio Nobel da Paz contra o estupro como arma de guerra. Entrevista com Denis Mukwege e Nadia Murad

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06 Outubro 2018

O Prêmio Nobel da Paz de 2018 foi atribuído a Denis Mukwege e Nadia Murad “pelos seus esforços para pôr fim às violências sexuais nos conflitos armados”. O anúncio foi feito na manhã dessa sexta-feira, 5, em Oslo, pelo comitê norueguês do Nobel.

A reportagem foi publicada por L’Osservatore Romano, 05-10-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Ambos os premiados, explica a motivação, deram uma contribuição essencial para chamar a atenção mundial para os crimes de guerra. Mukwege, ginecologista ativo na República Democrática do Congo, tem dedicado a sua vida para ajudar e defender as pessoas que foram vítimas de violências e de abusos.

Ele é o fundador do Hospital Panzi, em Bukavu, na parte oriental do país africano, onde se tornou um dos maiores especialistas no tratamento de danos físicos devidos à violência sexual. Com os seus colegas, ofereceu assistência a milhares de pacientes, especialmente mulheres, acolhidas na clínica após os inúmeros casos de estupro ocorridos na longa guerra civil.

Nadia Murad, pertencente à minoria iraquiana Yazidi, testemunhou as violências sofridas em primeira pessoa depois de ter sido sequestrada e escravizada pelos terroristas do chamado Estado Islâmico. Graças ao seu trabalho, muitas vezes relatado pela mídia internacional, ambos contribuíram para dar atualidade ao tema das violências sexuais nos conflitos e nas guerras, permitindo, em alguns casos, que os criminosos fossem identificados.

Os dois vencedores do Nobel da Paz foram entrevistados no passado pelo L’Osservatore Romano: Mukwege, em 24 de outubro de 2014, e Murad, em 20 de dezembro de 2016.

Eis as entrevistas.

O estupro mata a família. Entrevista com Denis Mukwege, vencedor do Prêmio Sakharov (24 de outubro de 2014)

por Sandra Isetta

E a voz do papa desperta as consciências. Denis Mukwege tem uma figura imponente, os seus movimentos também transmitem uma certa solenidade, talvez seja a realeza do justo, daquele que está em paz com Deus. Mas não com os homens. Seus olhos muito escuros, tão profundos quanto os grandes lagos africanos, refletem uma dor antiga, cansada, mas não dormente.

Quando eu lhe digo que a entrevista é para o L’Osservatore Romano, ele se ilumina. Entrego-lhe o caderno Donne Chiesa Mondo sobre a África, ele se compraz com esse interesse pelas mulheres, mas balança a cabeça e olha para longe: “É incrível ver o que os homens conseguem fazer com as mulheres, não parecem seres humanos. Eles cometem violências que nem mesmo os animais seriam capazes de fazer. Eu tenho uma grande admiração pelo Papa Francisco, precisamos de um papa assim, que fala com simplicidade ao ouvido, mas as suas palavras, depois, voam para o alto. Precisamos da voz do papa para denunciar esses crimes”.

Em 14 anos, Denis Mukwege tratou de cerca de 40 mil mulheres vítimas do estupro de guerra, “mulheres despedaçadas, arruinadas, despidas da sua humanidade. A menor recém-nascida que eu operei devido ao útero perfurado tinha seis meses, e a mulher mais idosa tinha mais de 80 anos. O estupro de guerra é uma arma planejada de genocídio. De fato, existe uma horrível metodologia na prática do estupro que é realizado em público e na presença de familiares e, depois, seguido por torturas no aparato genital para impedir a reprodução. O estupro em massa – 300 mulheres violentadas em uma única noite e em um único lugar – segue o mesmo modelo de traumatização das decapitações midiáticas praticadas pelo IS”.

Um extermínio ainda em curso no Kivu do Sul, zona estratégica para o fornecimento de recursos minerais, como ouro e tungstênio, mas os combates são sobretudo por causa do coltan e da cassiterita, materiais indispensáveis para a construção de computadores e celulares.

* * *

Nunca curvadas ao mal. De escravas a paladinas da luta contra o racismo. Entrevista com Nadia Murad Basse e Lamya Haji Bashar, duas Yazidi vencedoras do Prêmio Sakharov que escaparam do IS (20 de dezembro de 2016)

“É sempre muito difícil contar que fomos escravas do sexo, mas é diferente ouvir sobre números ou encontrar vítimas, e é por isso que estamos aqui para recordar.” São palavras das duas garotas Yazidi que estiveram durante meses nas mãos de homens do chamado Estado Islâmico (IS) no Iraque.

Elas contam em uma entrevista exclusiva ao L’Osservatore Romano que “o IS odeia o que é mais humano, começando pelo valor da pessoa” e “persegue sobretudo Yazidi e cristãos”.

Elas alertam sobre os “riscos muito graves do radicalismo e do terrorismo”, mas também sobre os “perigos das respostas erradas a tudo isso e de toda forma de racismo”.

Nadia Murad Basse e Lamya Haji Bashar pertencem à comunidade dos Yazidi, uma minoria religiosa, de etnia curda, com 4.000 anos de história. Elas receberam o Prêmio Sakharov para os defensores dos direitos humanos do Parlamento Europeu, nos últimos dias.

Nós as encontramos imediatamente depois: elas têm respectivamente 23 e 18 anos e o mesmo propósito, sofrido mas intenso, de denunciar, porque “3.000 jovens Yazidi ainda estão em escravidão”.

Há tanta coragem e muita dignidade nas expressões dessas duas garotas pequeninas, de olhos doloridos, mas determinados. Elas esperam da comunidade internacional “a criação de zonas protegidas para o meio milhão de Yazidi que, caso contrário, morrerão ou se dirigirão para a Europa” e o julgamento da Corte Penal Internacional sobre os “crimes contra a humanidade que O IS comete”.

Nadia e Lamya viviam em Kocho, um vilarejo perto da cidade de Sinjar, no norte do Iraque, a uma pequena distância da fronteira com a Síria. Em 3 de agosto de 2014, milicianos do IS trouxeram o horror: mataram os homens, capturaram as crianças e as mulheres que foram revistadas, “para depois matar aquelas que não dariam dinheiro no mercado das escravas sexuais”.

A mãe de Nadia foi morta a tiros na frente dos seus olhos, junto com outras 85 mães de família ou irmãs mais velhas. Lamya viu os cadáveres de pessoas com deficiência e idosos serem pisoteados e ela foi capturada com as suas seis irmãs, que ainda estão nas mãos do IS, “se não se mataram”.

Tanto Nadia quanto Lamya falam de muitas meninas que, “assim que podem, tiram a própria vida”, não suportando tanto tormento. As meninas muito jovens na puberdade são “iniciadas na escravidão com o ritual do estupro em grupo”. Rituais e práticas são encontrados teorizados em um arrepiante manual de 32 páginas, descoberto em vários esconderijos do IS e publicado nos últimos meses pela mídia.

Surge daí uma “burocracia” das violências, listas de preços e contratos de compra das escravas “autenticadas” pelos juízes. Fala-se de uma “jihad sexual” com “mulheres como butim de guerra”.

Foi justamente assim que as duas moças foram chamadas várias vezes, frágeis em seu corpo e fortes em seu espírito, que conseguiram escapar em momentos diferentes, depois de terem sido vendidas várias vezes.

Nadia, depois de três meses, foi ajudada por uma família próxima a um campo de refugiados. Ela não quer revelar mais detalhes, porque tem medo por elas. Do campo de refugiados, ela chegou à Alemanha. Em 20 de dezembro de 2015, repetiu a sua história ao Conselho de Segurança da ONU. Em setembro desse ano, foi nomeada embaixadora da ONU para a questão do tráfico de seres humanos.

Ela confidencia que os reconhecimentos recebidos devolvem a ela “aquela honra que o IS queria suprimir”, mas adverte: “O radicalismo e o terrorismo estão por toda parte, e é preciso fazer mais”. Quando lhe perguntamos se ela ainda acredita no Bem, depois de ter conhecido tanto mal, ela responde sem hesitar: “Quanto mais o mal me tocava, mais eu encontrava em mim a força de Deus que nunca me abandonou. E mais eu encontrava o Bem”. E acrescenta: “Mataram a minha mãe, mas não apagaram os seus ensinamentos a amar e rezar”.

Lamya conseguiu fugir depois de oito meses e na sua terceira tentativa, depois de assédios e violências cada vez piores. Ela cruzou a área controlada pelo IS com outras duas companheiras, mas, a poucos passos dela, uma das duas saltou no ar sobre uma mina, das tantas espalhadas pelos milicianos. Apenas Lamya sobreviveu, perdendo o uso de um olho e tendo ficado gravemente ferida no rosto, no qual carrega as marcas da explosão, do choque pela morte atroz das amigas, das torturas a que foi submetida.

Para ela, é difícil até esboçar um sorriso. Ela repete, com calma, mas com firmeza, que “os seres humanos não podem ser reduzidos a mercadorias”. Com voz trêmula, ela acrescenta: “Nunca vi um vislumbre de piedade em nenhum dos tantos homens que me violaram ou me forçaram a fazer cintos explosivos”. E acrescenta: “O IS não é o Islã: o Islã é outra coisa”.

Nadia se despede de nós com uma recomendação. Ela pede para “explicar bem ao mundo” que “hoje devem ser enfrentados dois grandes riscos: o perigo do radicalismo e do terrorismo, mas também o perigo de respostas erradas, em que cresce o espaço para alguma forma de racismo”.

O seu apelo é muito claro: “É preciso evitar toda forma de radicalismo e racismo, cada vez mais perigosos por toda a parte”.

Leia mais

  • Nadia Murad, um Nobel à coragem de uma ''memória viva'' dos massacres do ISIS
  • Um forte sinal contra a violência sexual
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