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O eremita que construía mosteiros no deserto

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01 Agosto 2017

Regni dimenticati (Reinos esquecidos, em tradução livre)
Autor: Gerard Russell
Adelphi, p. 388, 25 €

Hoje os coptas, ou seja, os egípcios de religião cristã, são entre quatro e doze milhões, como relata no belo livro de Gerard Russell, Regni dimenticati (Reinos esquecidos, em tradução livre, Adelphi, p. 388, 25 €). A partir do quinto século, os coptas dividiram-se em entraram em luta, de forma cada vez mais confusa. Emigraram para Irlanda, Estados Unidos, Canadá, Austrália; nos Estados Unidos existem hoje duzentas igrejas coptas e 750 mil fiéis. Os coptas acusaram o Concílio de Calcedônia de ter feito uma distinção entre a figura de Jesus divino e humano, enquanto ele possui uma única, original, luminosa natureza divina. Ao longo dos séculos, como os Nestorianos, conservaram muitos hábitos que os cristãos, na Europa, descartaram: como o jejum quaresmal, que dura por mais de cinquenta dias e a grande sexta-feira, durante a qual rezavam durante todo o dia; na igreja de São Macário a função começava ao amanhecer, com velas cor de rosa e vistosas. Uma das orações determinava quatrocentas prostrações no chão. Havia música. As sete vogais eram cantadas segundo uma sequência harmônica de som tão doce, "que as pessoas a preferiam ao som da flauta e da lira".

A reportagem é de Piero Citati, publicada por Repubblica, 28-07-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.

A Igreja Copta conservava o calendário do tempo dos faraós. Este era calculado de acordo com a era dos mártires, que iniciava em 284 dC, com a ascensão ao trono de Diocleciano e seus massacres. Cada fiel copta tinha a obrigação de rezar sete vezes por dia, evitando o álcool e o fumo. Eles jejuavam duzentos dias por ano e alguns, durante a Quaresma, não comiam absolutamente nada da meia-noite ao anoitecer. As relações com o Islã foram descontinuadas. Em 1919, um padre copta pregou, pela primeira vez, do púlpito da mais importante mesquita egípcia, al-Azhari. Depois, os coptas foram mortos por muçulmanos: dezesseis em janeiro de 2000; e ainda hoje, até esses últimos dias, ainda sofrem ataques extremamente sangrentos.

Entre os muçulmanos, 96% acreditam que os coptas devem ser mandados para o inferno. Iussef Iskander, que como padre assumiu o nome Matta el-Meskin (Mateus o pobre), nasceu 20 de setembro de 1919 em uma pequena cidade do Delta. Sua mãe era extremamente devota. Passava horas rezando e em prostração. Ela nunca parava de rezar, como haviam recomendado os Padres da Igreja antiga, os santos siríacos como Isaque de Nínive e os teólogos bizantinos. Embora ela estivesse doente, acordava à meia-noite, para rezar as matinas. Permanecia de pé e prostrava-se centenas de vezes. Quando foi impossibilitada pela doença, repetia uma única expressão, a mais santa que já tivesse ouvido: "Kyrie eleison!": repetia e repetia nas sete horas de oração do dia e da noite.

Desde a infância, Matta sentia-se diferente dos irmãos e amigos: era uma vítima de Cristo. Só ficava rezando junto com a sua mãe, dando pulos de alegria. “O único desejo que eu tinha era doar a Cristo cada uma das vinte e quatro horas do dia". Lia o Evangelho; ao entardecer, todos os dias, entre cinco e seis, caminhava nas margens do Nilo. Trabalhava em uma farmácia, voltando para casa por volta das onze horas da noite. Recitava a 'Liturgia das Horas, molhando a cama com suas lágrimas: "Onde posso te encontrar, ó Senhor? Onde posso te encontrar?"; por fim, deixou para trás todos os seus pertences, seus móveis, seus livros. Como um pássaro que alça o voo para as alturas com alegria sem ser impedido pelo seu peso: "Lá de cima, eu podia ver as coisas bem pequenas, muito pequenas, muito menores do que as minhas asas". Ele estava livre em Deus.

Mudou-se primeiro para o ermo deserto de Dajr Amba Sami 'il, em Faijum: depois isolou-se por três anos e meio vivendo a vida de eremita que tanto amava. A natureza era desoladora e árdua, as montanhas áridas. As cavernas eram cheias de esqueletos, a água amarga e contaminada; a terra cheia de pedras, exceto algumas palmeiras. Durante a lua cheia os lobos uivavam, passando a noite toda na frente da caverna. Matta cavou uma caverna nas rochas; e no sábado à noite lá permanecia em oração até o amanhecer do domingo: silêncio, meditação, louvor a Deus. Ele não dormia, porque seu coração batia forte de alegria.

Embrenhou-se mais e mais para o interior do Egito, para Deir aba Maqa, um mosteiro extremamente pobre, com oito monges idosos; e para Wadi al-Rajjam, um lugar de assustadora austeridade. Matta e seus monges restauraram um velho prédio, construíram um refeitório, uma tipografia e um hospital. Quando jovem, participava da liturgia eucarística, mas com os anos parou de falar com as pessoas; cruzava o mosteiro em silêncio, sem que ninguém o percebesse, seu semblante irradiando luz. Ele começou a construir novos mosteiros.

Quando morreu, em 2006, havia construído bem oitenta deles: havia engenheiros, professores, médicos, farmacêuticos e químicos. Todos os monges falavam inglês: os noviços praticavam trabalhos manuais, que afastavam do pensamento a depressão e os escrúpulos. Enquanto isso, Matta escreveu muito: cento e oitenta livros, incluindo um extenso comentário ao Evangelho de João e trezentos sermões, extremamente prezados por católicos, protestantes, ortodoxos e muçulmanos.

Ele possuía uma mistura única de inteligência e eloquência, de simplicidade e complexidade e um entusiasmo que enlaçava os homens e o mundo. Não tinha nada contra aquilo que é chamado de moderno: introduziu no deserto, até então inviolado, tipografias, hospitais, telefones e computadores; como aconteceu também no mosteiro de Bose, em São Macário d 'Itália.

Como em Bose, nos mosteiros de Matta el-Meskin, todos trabalhavam: alguns cultivavam os campos, outros ensinavam ou trabalhavam na cidade mais próxima, outros estudavam o Antigo e Novo Testamentos, e outros ainda pintavam ícones de acordo com os modelos antigos.

Entre os muitos livros escritos por Matta el-Meskin, na Itália são conhecidos a sua Autobiografia (1978, publicada sob o título I cristiani d’Egitto, editada por Vittorio Ianari, Morcelliana, p. 208, 15 €.); a Esperienza di Dio nella preghiera (1999, Qiqajon, p.398, € 26); Il cristiano nuova creatura (1999, Qiqajon, p. 138, € 11.); La gioia della preghiera (2012, Qiqajon, pp. 156, € 14).

Nos mosteiros e em Alexandria, Matta lia muito: não apenas livros em francês e inglês do nosso tempo, mas livros antigos, que representavam o seu verdadeiro tempo: Isaque de Nínive, que teve profunda influência sobre ele, os padres do terceiro e quarto séculos, Antônio, Macário, Pacômio, João Clímaco, João Cassiano, João de Daliata, Isaque, o Sírio, e textos russos e ortodoxos do século XIX, entre os quais Serafim de Sarov, Joan de Kronstadt e a autobiografia de Santo Inácio de Loyola.

Escrevia, repetia, transformava-se, como se ele próprio fosse Isaque de Nínive e Isaque, o Sírio ou algum seu misterioso semelhante. Os temas de Matta eram aqueles da grande tradição patrística: o esvaziamento e a revelação tratada por Paulo, a aceitação e a condenação da vida terrena, o difícil caminho na busca de Deus, a divinização e o silêncio de Cristo. Como Paulo dizia: "Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim"; a unidade entre as igrejas orientais e ocidentais, concretizada pelo amor. "Onde há unidade há Cristo".

Como nos dias de infância e juventude Matta orava: "A oração, dizia, é a única âncora da minha vida: por opção, não por obrigação", oração que não era só alegria, mas também aridez e desespero, oração incessante, ininterrupta, na vigília e no sono, como orientava Lucas. Então, o próprio espírito intercedia nele com insistência na oração, com gemidos inexprimíveis, gemidos tanto de Deus como do homem. Repetia sem fim uma única oração, que voltava a se repetir por força própria: "Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tenha misericórdia de mim".

No fim as atividades da inteligência e da vontade dissolviam-se no silêncio. Não era um evento, mas uma condição permanente. Às vezes parecia, e talvez fosse, aridez, angústia, depressão e desânimo: na realidade era sempre a plenitude múltipla e multiforme de Deus. Não existem - afirmava Matta - dias mais felizes do que aqueles da contrição, da penitência, da pobreza absoluta, quando parece que Deus tenha desaparecido para sempre de nós. O ego é derrotado e anulado. "Em Cristo eu fui crucificado, em Cristo eu morri, em Cristo eu fui sepultado, em Cristo eu ressuscitei. É tudo em Cristo. É aí que eu permaneço”.

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