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O "I have a dream" do Papa Francisco. Artigo de Massimo Faggioli

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10 Mai 2016

O discurso do papa à Europa é o equivalente do discurso "I have a dream", de Martin Luther King Jr.: o sonho de Francisco com "um novo humanismo europeu", em que a Igreja desempenha o seu papel como comunidade evangelizadora, mas também promotora de diálogo entre cristãos e entre pessoas de fés diferentes.

A opinião é do historiador italiano Massimo Faggioli, professor de história do cristianismo e diretor do Institute for Catholicism and Citizenship, da University of St. Thomas, nos EUA. O artigo foi publicado no sítio L'Huffington Post, 06-05-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

No ano do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, os políticos que vão a Roma para ver o Papa Francisco buscam uma indulgência diferente daquela que enfureceu Martinho Lutero há 500 anos: é uma indulgência para serem perdoados pela fraqueza da política e, em alguns casos, a tentativa de uma transfusão de autoridade daquele que tem mais autoridade do que todos no cenário mundial hoje.

O Vaticano de Francisco continua vendo a procissão de líderes políticos europeus e mundiais, ou aspirantes a líderes, como Bernie Sanders (os italianos entenderam que deviam ficar longe dele). É um claro sinal da autoridade moral do papa jesuíta argentino no vácuo político que caracteriza o mundo ocidental hoje.

Nessa sexta-feira, foi a vez da chanceler Merkel e dos líderes institucionais da União Europeia: Schulz, Juncker, Tusk, Draghi. Na Sala Regia do Vaticano, um verdadeiro parterre de rois (incluindo o rei da Espanha) prestou homenagem ao papa que recebia um prêmio de claro significado político.

O compromisso era para o prestigiado Prêmio Carlos Magno (Karlspreis), edição 2016. Francisco é o primeiro líder do "global South" do mundo a receber o prêmio, e apenas o quarto não europeu, junto com outro trio que tem pouco em comum com o radicalismo político do papa jesuíta: George C. Marshall (1959, idealizador do plano homônimo para salvar a Europa da fome depois de 1945), o secretário de Estado do presidente Nixon, Henry Kissinger (1987), e o presidente estadunidense Bill Clinton (2000).

O prêmio conferido ao Papa Francisco segue alguns meses de alta política ecumênica internacional do pontificado: a viagem à África Central, as relações com o patriarca ortodoxo de Moscou (o primeiro encontro na história, em Cuba, em fevereiro) e com o Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu (a visita aos refugiados em Lesbos no mês passado) e justamente alguns meses antes da viagem de Francisco à Suécia para os 500 anos da Reforma protestante (em outubro próximo). É parte da política e da espiritualidade das viagens de Francisco, particularmente às "periferias da Europa" – Lampedusa, Sarajevo, Albânia – marcadas pela violência da história recente.

No seu discurso ao Karlspreis 2016, o Papa Francisco citou o seu discurso ao Parlamento Europeu de novembro de 2014, em que falava de uma Europa não mais fértil, incapaz de gerar processos de inclusão e transformação, de uma Europa que vai se entrincheirando.

No discurso dessa sexta-feira, Francisco ampliou e aprofundou a sua visão do continente europeu. Ele falou da tentação dos egoísmos e de construir recintos particulares. Citou Elie Wiesel e a necessidade de uma "transfusão da memória". Citou os pais fundadores da Europa e a necessidade de uma "solidariedade de fato" e do laço entre solidariedade e paz. Ele exortou os europeus a recomeçarem um trabalho construtivo para o futuro do continente.

O centro do discurso foi focado no modo de atualizar a ideia de Europa, com um novo humanismo baseado em três capacidades: 1) capacidade de integrar (com a citação do teólogo alemão-polonês Erich Przywara, um dos mais importante para a visão de Francisco); 2) capacidade de dialogar; 3) capacidade de gerar.

Francisco defendeu o papel particular do continente europeu, mas dizendo "não" às colonizações ideológicas: uma Europa modelo de novas sínteses e de diálogo, modelo político e social inclusivo de todos os atores.

Francisco apelou a uma "justa distribuição dos bens da terra", a "novos modelos econômicos mais inclusivos e equitativos", à passagem "de uma economia líquida a uma economia social", em que a prioridade seja o acesso ao trabalho, e não uma economia especulativa. Uma Europa solidária e aberta aos jovens, aos migrantes, aos refugiados.

Francisco falou de uma "Europa cansada, mas ainda rica em energias". O fundamento teológico do discurso é claro: "Deus deseja habitar entre os homens" e pode fazer isso em um mundo fecundado pelas suas testemunhas.

A conclusão do discurso é o equivalente para o papa do discurso "I have a dream", de Martin Luther King Jr.: o sonho de Francisco com "um novo humanismo europeu", em que a Igreja desempenha o seu papel como comunidade evangelizadora, mas também promotora de diálogo entre cristãos e entre pessoas de fés diferentes. Estamos muito distantes da visão "cristandade, isto é, Europa", de Marcello Pera e dos cristianistas à la Giuliano Ferrara do já distante início do século XXI.

Na sua crise mais grave durante os últimos 60 anos, a Europa unida parece quase se confiar novamente ao Sacro Império Romano de Carlos Magno e do papa de Roma. São os tempos longos da história, diante dos tempos breves dos ciclos eleitorais e dos tempos muito breves do ciclo das notícias.

Seria possível pensar em um retorno da hegemonia geopolítica alemã ao Vaticano, mesmo depois da renúncia do Papa Bento XVI. Mas é uma história mais longa. O projeto europeu nasce depois da Segunda Guerra Mundial de líderes europeus católicos que pensam e falam em alemão – Adenauer, De Gasperi, Schuman: tanto que o projeto europeu foi visto com desconfiança por muitos protestantes, que julgavam a nova comunidade dos Estados europeus como o filho ilegítimo de um casamento de interesses, que se tornou necessário por causa do anticomunismo, entre o Vaticano de Pio XII e os Estados Unidos à frente da Guerra Fria.

Em tempos recentes, foi um "católico adulto" como Romano Prodi (entre muitos outros) que pensou e quis firmemente o alargamento para 27, pouco mais de uma década atrás (mas parece ter se passado muito mais tempo).

É possível dizer que a União Europeia redescobre hoje a lição de João Paulo II sobre as "raízes cristãs" do continente, e em parte isso é verdade. Mas, seguramente, é um novo modo, o de Francisco, para encarnar aquelas raízes. A diversidade ideológica dos líderes europeus que escutavam Francisco no Vaticano nessa sexta-feira (entre eles, Matteo Renzi, uma das suas poucas vezes no Vaticano) testemunha a profunda remistura das identidades políticas, mas também o reconhecimento de um profundo substrato de valores comuns ao continente.

Na Europa incapaz de gerir a crise humanitária, no ressurgimento dos nacionalismos, a centralidade do Vaticano continua exercendo um papel no cenário mundial.

Esse Karlspreis 2016 conferido ao Papa Francisco lembra o Prêmio Balzan da Paz ao Papa João XXIII em 1963. Mas é um mundo diferente e uma Igreja diferente dos anos 1960. A centralidade do Vaticano continua mesmo depois da saída de cena dos papas europeus (por enquanto, pelo menos) e mesmo depois do desaparecimento do catolicismo político europeu (com a importante exceção alemã).

É uma centralidade geopolítica, espiritual e simbólica, que nenhum outro centro religioso tem hoje – nem mesmo Jerusalém. A secularização, no sentido de perda de fé, é, para a política, não menos grave do que para a Igreja. A Europa não é apenas um espaço e um mercado comum, mas acima de tudo um artigo de fé. A assembleia dos políticos reunidos no Vaticano nessa sexta-feira, diante de Francisco, parecia muito com uma confissão de fé e também com uma confissão de pecados.


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