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Caso de Quedas do Iguaçu expõe falência de modelo de jornalismo

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11 Abril 2016

Assassinato de dois sem-terra no interior do Paraná, na ótica do monopólio e de grupos locais da mídia, limita-se a um caso de ‘versão dos fatos’ e não de conflito por questões sociais. Algo novo tem que ser feito.

O comentário é de Pedro Carrano, jornalista, publicado por Brasil de Fato Paraná, 10-04-2016.

Tornou-se algo cômodo nas universidades e no cotidiano da profissão do jornalista o princípio de que é preciso ouvir as duas partes envolvidas em uma situação de conflito, como uma garantia de credibilidade para a produção jornalística. O problema é que em situações da luta popular – no campo e na cidade – essa cartilha é jogada no lixo, quando fica evidente o espaço nenhum, ou então o espaço da caricatura, dado aos movimentos populares.

Até mesmo quando profissionais com mais credibilidade buscam apresentar “as duas versões” do fato, essa técnica torna-se insuficiente para entender a dinâmica social, frente à falta de conhecimento e inserção na realidade por parte dos jornalistas, ao preconceito, à linha editorial da empresa de comunicação, aos interesses econômicos de anunciantes e políticos.

O assassinato de dois sem-terra e o ferimento de outros, na ocupação Dom Tomás Balduíno, em Quedas do Iguaçu, é o auge de uma situação de luta popular que surge na mídia em situações extremas, apresentadas sempre como se os sem-terra fossem os agentes da provocação.

E a abordagem desconsidera que o contexto da região é marcado por assassinatos desde a década de 90, por contratação de jagunços (pistoleiros ou milícias armadas, como se queira chamar) por parte da madeireira Araupel, antiga Giacometi Marodin. Em 1997, por exemplo, os agricultores Wanderlei das Neves, 16 anos, e José Alves dos Santos, 34 anos, foram assassinados em Rio Bonito do Iguaçu, na região. Em júri feito finalmente no ano de 2010, os acusados, seguranças da Araupel, admitiram que usavam armas e tinha passagem por empresas privadas e órgãos de segurança.

Dois níveis de desinformação

No caso dos ataques ocorridos no entorno do acampamento, no dia 7, jornais locais difundiram imediatamente a versão da Secretaria Estadual de Segurança (Sesp), segundo a qual a emboscada teria partido na realidade dos ocupantes da área. Estava dada a senha para a repercussão nos demais veículos nacionais e estaduais: a ação teria partido do MST, e qualquer argumentação contrária não teria mais o mesmo peso do argumento da secretaria. Dentro do contexto nacional de polarização política, o episódio serviu para mais críticas ao governo federal – como foi o vínculo – espetacular – feito pelo editorial do jornal Gazeta do Povo (8/04), afirmando que Dilma fomenta o “paramilitarismo” dos movimentos populares.

Esse é o primeiro nível de desinformação no modelo de jornalismo adotado hoje: os ataques frontais contra os movimentos populares e de trabalhadores. Em vários casos, as lideranças dos movimentos não são ouvidas, como aconteceu em grande parte das matérias publicadas no dia 7, logo após os dois assassinatos. Isso está presente no jornalismo da região, submisso à Araupel. Por exemplo, o jornal Guará Notícias, do grupo Mattos Leão Comunicação, proprietário de Rádio e jornais em Guarapuava, região central do Paraná, deixou claro em sua chamada que “Duas equipes da Polícia Militar foram vítimas de uma emboscada”, no início da matéria.

Já o portal CATVE descreveu a cena do crime dessa forma: “À polícia, os socorristas relataram que ao chegar no acampamento, foram recebidos por um grupo de mais de 100 pessoas, fortemente armados. Além das armas de fogo, os manifestantes estavam com pedaços de madeira e facas em mãos”, versão que não aponta o relato dos sem-terra de que foram impedidos de socorrer e ter acesso aos corpos no local, ficando horas sem saber o número de vítimas.

Esse tipo de jornalismo tem se repetido em vários acontecimentos na região e certamente é o mais prejudicial, porque cria situações bizarras. Em 2015, o jornal Correio do Povo, chegou a publicar um artigo intitulado “Os filhos do Stédile e do Seriguelli” do colunista João Muniz. Na publicação, Muniz alegava que mulheres grávidas de dois acampamentos do MST no Paraná seriam vítimas de estupros dentro destes espaços, sugerindo que lideranças do movimento seriam os responsáveis. Uma semana depois, o jornalista teve sua casa baleada - em relação que a mídia atribuiu – adivinhem – ao movimento popular.

Ordem dos fatores altera o produto

O segundo nível de desinformação é visto até mesmo por uma reportagem com credibilidade e bons profissionais, caso do jornal Gazeta do Povo, da família Cunha Pereira, maior grupo de comunicação do estado, que adota a expressão “confronto” para indicar o que supostamente aconteceu no acampamento em Quedas do Iguaçu.

Porém, a versão do MST e dos trabalhadores acampados no máximo é uma frase pontual que chega inclusive a reforçar a visão oficial: “Os dois lados têm versões diferentes para o conflito. Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) afirmou que os policiais foram vítima de uma emboscada e que eles foram ao local para tentar ajudar a combater um incêndio. O MST nega e diz que a polícia foi ao assentamento para tentar retirar o grupo, que ocupa, desde julho de 2014, as terras da Araupel, empresa de reflorestamento. Um líder do MST disse que os membros do movimento é que foram as “vítimas de emboscada”.

A partir dessa tese, ao longo da matéria a versão do movimento popular é citada brevemente, prevalecendo o eixo principal na versão do Estado e da Secretaria de Segurança.

O problema da visão do “confronto”, da “confusão”, da “invasão” e de outras palavras usadas para relatar conflitos sociais, esvaziando o seu conteúdo e pautas, é que, se estamos falando de confrontos, como podemos adotar uma visão deequivalência de forças, de condições, de objetivos e simplesmente sugerir “confrontos” entre palestinos e israelenses, moradores da favela e policiais militares, sem-terras e agronegócio, entre a polícia de Richa/Francischini e os professores do Paraná?

De acordo com essa visão, a sociedade se limita a uma disputa de “versões” e não a uma disputa real na sociedade por direitos sociais, por maior participação, por menos exclusão, por mais direitos, pela disputa na renda e terra. Essa visão de jornalismo trata apenas de discursos e não de grupos com interesses reais, em um contexto social desigual e autoritário como é a História brasileira.

Esse modelo se esgota, pois não dá conta e uma série de críticas surgem na sociedade civil contra ele. Une-se a este cenário a concentração e a má gestão dos empresários do ramo comunicacional, alheios aos problemas dos trabalhadores e de seus próprios jornalistas – demitidos e precarizados.

Algo novo tem que ser feito. Dois assassinatos em acampamentos de luta pela terra não podem ser retratados com certo cinismo e como um problema de ordem ou de versão dos fatos. O problema é mais profundo.


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