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Abel Ferrara reconstitui as horas finais do cineasta Pasolini

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06 Novembro 2015

"Ferrara vai na contramão da linguagem realista. Registra as últimas horas de Pasolini em tonalidade onírica. Como se o próprio frenesi que Pasolini impôs à sua vida o levasse a uma vertigem permanente. Era alguém em rota de colisão contra alguma coisa, que podia ser a Democracia Cristã, a sociedade de consumo que se esboçava, a crítica retrógrada, o conservadorismo de base da nação italiana (a 'Italieta', como ele a chamava). Pelosi, ou quem quer que tenha massacrado o corpo físico do artista, cumpria assim o desígnio da nação, de livrar-se de um crítico incômodo e incansável", escreve Luiz Zanin Oricchio, crítico de cinema, em artigo publicado por O Estado de S. Paulo, 05-11-2015.

Eis o artigo.

Pasolini, de Abel Ferrara, foi apresentado no Festival de Veneza do ano passado e causou certo pasmo na plateia e entre os críticos. Entende-se. O tema continua a despertar polêmica na Itália, embora Pier Paolo Pasolini tenha sido assassinado há 40 anos. Acredita-se que o autor do delito tenha sido o garoto de programa Giuseppe Pelosi. Mas há quem afirme ter sido crime cometido por várias pessoas. Aconteceu na praia de Óstia, próxima a Roma, num ponto de encontros sexuais.

Porém, existe quem amplie a culpa pela morte do cineasta, poeta, escritor, polemista e uma das personalidades mais atuantes e influentes de sua época. Em Pasolini – Um Delito Italiano, o diretor Marco Tullio Giordana sugere uma espécie de crime coletivo, do qual teria participado toda a nação italiana, independentemente do fato de que a mão que tenha massacrado Pasolini seja uma só ou várias. A Itália, em seu conservadorismo e indiferença teria, em peso, contribuído para o assassinato do artista. Ou, na melhor das hipóteses, teria sido cúmplice.

De modo que causou mesmo espanto que um norte-americano (embora de origem italiana), como Ferrara, seja autor de um apaixonado retrato de Pasolini em seu último dia. Sim, porque esta é a opção e que faz do filme um concentrado da vida do cineasta. Nas horas que precedem seu assassinato em Óstia, Pasolini é visto em polêmicas com a Democracia Cristã, dialogando com amigos que tentam dissuadi-lo de posições radicais, entrevistando-se com a mãe, Susanna, e a amiga Laura Betti.

Ferrara vai na contramão da linguagem realista. Registra as últimas horas de Pasolini em tonalidade onírica. Como se o próprio frenesi que Pasolini impôs à sua vida o levasse a uma vertigem permanente. Era alguém em rota de colisão contra alguma coisa, que podia ser a Democracia Cristã, a sociedade de consumo que se esboçava, a crítica retrógrada, o conservadorismo de base da nação italiana (a “Italieta”, como ele a chamava). Pelosi, ou quem quer que tenha massacrado o corpo físico do artista, cumpria assim o desígnio da nação, de livrar-se de um crítico incômodo e incansável. Sem qualquer discurso teórico a respeito, Ferrara capta a pulsão dessa nitroglicerina viva que era Pasolini.

Dafoe, que consegue até se parecer fisicamente a Pasolini, é o destaque do elenco. Grande ator, se metamorfoseia em seus personagens, sempre deixando-se reconhecer a sua marca de ator autoral. Ele é outro e sempre ele mesmo. Além disso, não tem medo de papéis arriscados, tendo trabalhado ultimamente com Ferrara, Lars Von Trier (Anticristo) e Hector Babenco (Meu Amigo Hindu). Adriana Asti faz Susanna Pasolini, mãe do cineasta e com quem ele tinha relação muito próxima. A portuguesa Maria de Medeiros vive Laura Betti, amiga íntima e atriz de vários dos seus filmes. No entanto, presença de fato marcante é a de Ninetto Davoli, ator de onze filmes de Pasolini, entre os quais Teorema e Gaviões e Passarinhos (no qual contracena com Totò).

No Pasolini de Ferrara, Ninetto participa (e rouba as cenas) na mais poética e intensa das sequências. É quando ele interpreta Epifanio, papel que seria de Eduardo de Filippo em Porno-Teo-Kolossal, projeto não realizado de Pasolini. Ninetto contracena com Ricardo Scarmaccio, que vive Nunzio, papel destinado ao próprio Ninetto no filme nunca realizado. Em tom bastante felliniano, Epifanio e Nunzio empreendem uma peregrinação terrestre, no qual visitam o reino de Sodoma e presenciam uma orgia. Depois da experiência carnal, contemplam a Terra, vista da Lua, e meditam sobre a vacuidade dos homens que lá habitam. Depois da carne, o ponto de vista do espírito, dualidade que talvez nunca tenha existido para Pasolini.

De qualquer forma, Ferrara acerta ao evocar esse filme não realizado ao reconstituir o dia da morte do grande cineasta. Era como uma utopia. A possibilidade de a poesia iluminar um mundo devastado pelo consumismo avassalador que já mostrava a que vinha.


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