25 Junho 2009
O tema da conversa que a IHU On-Line teve com Alfredo Gonçalves, da Federação Gaúcha de Metalúrgicos, foi a saúde do trabalhador de chão de fábrica aqui do Rio Grande do Sul. Alfredo contou como a saúde está sendo degradada pelas empresas do estado e como a crise financeira mundial agravou a situação. Na visita que fizemos à Federação, ele nos recebeu juntamente com o presidente da entidade, Jairo Carneiro. Gonçalves nos concedeu a entrevista a seguir. Um dos exemplos dos problemas causados à saúde do trabalhador gaúcho vem da General Motors. Segundo Alfredo, que é diretor do departamento de saúde do trabalhador da FGM, o processo produtivo da empresa “já deixou trabalhadores na faixa de 20 a 25 anos com graves problemas. Alguns chegam a ter dez parafusos na coluna”.
Os dados apresentados por ele ficam ainda mais evidentes no depoimento de João Carlos Fragoso. Aos 42 anos, o ex-empregado da GM já perdeu 50% da força dos braços devido à função que desempenhava na montadora localizada em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre. O relato de João Carlos foi editado num formato em que os leitores e leitoras possam acompanhar a conversa da maneira como ela aconteceu.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Como está a saúde dos trabalhadores atingidos pela crise aqui no Rio Grande do Sul?
Alfredo Gonçalves – A questão da saúde do trabalhador gaúcho não está muito boa, devido aos novos métodos implementados nas empresas. Hoje, não temos mais a figura do chefe dentro de uma fábrica. Há líderes e, dentro desse formato, um trabalhador cuida o outro, as empresas estipulam prêmios por produtividade e assiduidade. Ou seja, não faltando, o trabalhador ganha mais uma cesta básica, por exemplo. Há empresas que, no verão, têm jornada de trabalho aos sábados e dão prêmios como tevê e dvd para estimular que os trabalhadores não faltem.
IHU On-Line – O que isso acaba gerando?
Alfredo Gonçalves – Acaba gerando uma disputa entre os próprios trabalhadores. Quando um deles falta ao trabalho, é cobrado pelo próprio colega. Se um faltou no dia anterior, o grupo perde o prêmio – que é dado por produção individual e coletiva. Isso acaba jogando um trabalhador contra o outro. Com isso, os trabalhadores acabam trabalhando, muitas vezes, doentes, porque, se faltam, serão cobrados pelos colegas. Hoje, a empresa não quer um trabalhador só no seu turno, mas sim um que pense 24 horas nela. Assim, ela o coopta, junto com sua família. As empresas também organizam programas que levam os familiares para dentro das fábricas. Mostram o ambiente de trabalho, programam atividades que envolvem a família e logo depois, quando o trabalhador é pressionado dentro da fábrica, ele fica acuado. Isso porque ele será pressionado pela família a não deixar esse ambiente “maravilhoso”. Isso é manipulação.
IHU On-Line – E como o processo produtivo está gerando problemas de saúde aos trabalhadores?
Alfredo Gonçalves – O processo produtivo hoje está gerando diversos adoecimentos. Os mais frequentes são o esforço repetitivo e, mais recentemente, o adoecimento mental. As pessoas, às vezes, não aguentam o ritmo e começam a tomar medicamentos pesados, não conseguindo dormir devido à cobrança. Alguns tomam remédios anti-inflamatórios por conta, aí não adianta e passam para os comprimidos antidepressivos para ajudar a dormir e amenizar os problemas.
IHU On-Line – Qual a realidade do chão de fábrica agora com a crise financeira?
Alfredo Gonçalves – A crise piorou, pois houve muitas demissões que atingiram trabalhadores adoecidos no local de trabalho. As empresas têm o controle da produção, sabe quais os trabalhadores que estão rendendo dentro do esperado e quais não estão. Com isso, elas acabaram demitindo muitos com problemas de saúde. Hoje, quem está dentro da fábrica está preocupado, quer saber se a crise irá continuar ou se ela já passou e não volta mais ao setor onde ele trabalha. O trabalhador tem a preocupação de que a crise pode voltar ali a qualquer momento e de que ele seja o próximo a perder o emprego.
Na quinta-feira, dia 25 de junho, terá assembleia e nunca fechamos a negociação salarial abaixo do INPC, o que ocorrerá neste ano. No entanto, conseguimos manter todas as cláusulas sociais. O aumento este ano será de 0,5%, diferente do ano passado, que foi de quase 3%. O trabalhador está ciente disso. O que ele quer mesmo é manter o seu posto de trabalho. É por isso que muitas vezes trabalha doente, não procura o sindicato, não vai ao médico e, quando menos espera, é demitido porque já não rende tanto quanto antes.
Outra realidade é a existência de câmeras dentro das fábricas. Então, os chefes, às vezes, controlam os trabalhadores de longe.
IHU On-Line – Mas isso não é ilegal?
Alfredo Gonçalves – É proibido, sim. Nós temos combatido muitos casos como esse, mas algumas vezes o problema não chega ao sindicato, porque o trabalhador tem medo de sofrer represália e não conta. Um exemplo disso aconteceu numa fábrica em Cachoeirinha, que já tinha há um ano um sistema de controle com câmeras. Só ficamos sabendo porque os trabalhadores estavam num estresse máximo, pois até para ir ao banheiro eles eram controlados. As câmeras eram colocadas na fábrica e o sinal ia direto lá para São Paulo, onde o dono da empresa fazia o controle. Quando ele via um trabalhador parado conversando com outro, ele ligava para a fábrica e cobrava. Com isso, o pessoal começou a ficar estressado, até que o problema estourou, chamaram o sindicato e resolveram parar até que se resolvesse a situação. Então, a empresa retirou as câmeras.
IHU On-Line – E qual é a porcentagem de trabalhadores sindicalizados hoje?
Alfredo Gonçalves – Hoje, está entre 15 a 17%. Nos anos 1980, eram bem mais trabalhadores, mas as lutas eram outras. As lutas de hoje são diferentes. Naquele tempo, havia emprego em abundância, era outra conjuntura. Além disso, estávamos numa ditadura e o pessoal se rebelou também por isso. Hoje, as lutas e os objetivos são outros.
IHU On-Line – A quebra da GM nos EUA atingiu os trabalhadores daqui?
Alfredo Gonçalves – Ela teve mais reflexo aos trabalhadores estadunidenses, mas também atingiu a base de Gravataí e empresas que trabalham para a GM daqui e de São José dos Campos, SP. Então, essa crise que se instalou lá também respingou em muitos trabalhadores da região metropolitana daqui. Um exemplo é a DHB, que precisou fazer redução de jornada de trabalho e de salário. A GM dos EUA pegou, num primeiro momento, 15 bilhões de dólares para solucionar seu problema. Não resolveu e pegou mais 24 bilhões e agora ia pegar mais uns 25 bilhões. Com isso, a ideia da GM estadunidense é criar duas empresas: a boa e a ruim. Na boa, entra a fábrica de Gravataí, que é viável. Na ruim, irão colocar aquela parte dos EUA que produz os carros de luxo. Eles sentiram também o baque da entrada do setor asiático, que transformou a visão das pessoas que queriam comprar carros grandes. Hoje, elas desejam carros mais econômicos. Essa questão abalou profundamente a GM. Aqui no Rio Grande do Sul, a DHB, a Delphi, a GKN se ressentiram, porque, com a crise nos EUA, o setor de produção de peças daqui foi afetado. Essas empresas demitiram, depois fizeram redução de salário e de jornada de trabalho. Tudo acompanhado pelo sindicato.
IHU On-Line – E, hoje, em relação à saúde do trabalhador, qual a situação que mais preocupa?
Alfredo Gonçalves – São os problemas oriundos do esforço repetitivo no processo produtivo. As empresas não se preocupam em dar treinamento, ou fazer revezamento. Estão apenas preocupadas com o lucro e não com aquele ser humano que está naquela máquina. Elas querem produção. No momento em que você estoura, a empresa simplesmente te substitui por outro e continua o processo. Isso acaba fazendo com que essas pessoas sejam encaminhadas para previdência social, tirando a responsabilidade das empresas. Em janeiro de 2010, entra em vigor o Fator Acidentário Previdenciário, o qual irá punir as empresas que “produzem” mais doentes. As empresas que tiverem os menores índices de adoecimentos serão beneficiadas.
IHU On-Line – Jairo Carneiro relatou, no IHU Ideias de que participou neste ano, que existe uma grande empresa no Rio Grande do Sul que já produziu mais de 300 pessoas incapacitadas para o trabalho. Você pode falar sobre a lógica de trabalho dessa empresa?
Alfredo Gonçalves – Essa empresa é a GM. O processo produtivo dela já deixou trabalhadores na faixa de 20 a 25 anos com graves problemas. Alguns chegam a ter dez parafusos na coluna. O que um trabalhador de 25 anos com parafusos na coluna irá conseguir quando tiver com 40 anos de idade? Emprego, certamente não. Então, nós estamos denunciando isso há tempo para a previdência e outros órgãos. Como a demanda é muito maior do que a estrutura disponível, é impossível fazer um bom acompanhamento. Se a GM um dia for embora, irá deixar uma legião de trabalhadores lesionados.
IHU On-Line – E como o sindicato, neste sentido, pode atuar?
Alfredo Gonçalves – Uma das cláusulas do acordo produtivo diz que para alterar os processos produtivos é preciso discutir com o sindicato. Se a empresa irá colocar uma máquina nova, ou aumentar a produtividade, precisa discutir isso antes. Essa é uma das diretrizes do nosso acordo coletivo.
IHU On-Line – Qual é o discurso das empresas para conversar com os sindicatos?
Alfredo Gonçalves – A pauta da saúde está sempre de lado, nunca é aberta, mas sempre é colocada por nós na mesa. Gostaríamos de discutir com os empresários, porque melhorar o ambiente de trabalho também é de interesse deles, pois assim o trabalhador rende mais.
Confira o depoimento de João Carlos Fragoso
Eu trabalhei na GM de novembro de 1999 até abril de 2005. Fui demitido doente. Fiquei internado dois meses em São Paulo no ano de 2000, já em decorrência do trabalho na GM. A GM de São Paulo tem, na linha do Corsa, por exemplo, 4100 funcionários e no RS a linha do Celta possui, hoje, cerca de 2000 funcionários. Só que, em São Paulo, 90% do trabalho é manual. No estágio que fiz lá, fazíamos uma média de 45, com picos de 53, carros por hora. Aqui em Gravataí é diferente: 90% do processo é automático e 10% manual. Lá, não tinha quase doenças do trabalho e aqui mais de 30% dos trabalhadores tiveram problemas, desde compressão da medula e lesões na coluna até depressão.
Eu fui admitido no dia 25-11-1999. Trabalhava na produção com as ponteadeiras [máquina de solda a ponto], que são um tipo de equipamento de solda suspenso por mangueiras cuja espessura é parecida com a do nosso pescoço. Nós tínhamos que nos encaixar dentro do perfil da linha robótica. Um robô dá 50 pontos em 35 segundos e a parte humana não tem como compensar isso. O assoalho do carro é composto de três partes: a parte do porta-malas (assoalho traseiro), depois vai dos pés do banco de trás até o pedal da embreagem (assoalho dianteiro); dali pra frente vem a estrutura dianteira. Essas partes são feitas de forma separada pela linha robótica. Só têm dois humanos colocando as rodas traseiras e um colocando a chapa que monta o assoalho traseiro. O resto um robô passa para o outro até chegar novamente na parte humana que faz a caixa de roda. Quando isso fica pronto, um robô coloca a plataforma, pega as peças, junta tudo, e os robôs vão fazendo tudo sozinhos. Eu trabalhava nesse setor. No início do processo, nós fazíamos 38 unidades por hora, o que já era recorde. Quando batemos 38, a empresa fez uma festa, porque isso é muito difícil.
Eu pegava o equipamento pesado, às vezes dava problema na esteira que puxava três estruturas dianteiras. Então, pegava a talha [é um equipamentos para movimentação e manuseio de materiais], que não tinha o movimento para os lados: ela só subia e descia e é difícil de manipular. Então, quando a usava, ela ia para lá e para cá e, às vezes, causava acidentes. Qualquer descuido com esse equipamento pode fazer com que se esmague a mão e a dor era pior do que choque elétrico. Além de ter que pegar esse equipamento, pressionar, bater, tinha que preencher uma planilha, descrever o procedimento e assinar. E, para piorar, às vezes, a linha era acelerada e o processo ficava terrível. Todo o processo era muito rápido, ou podia causar acidentes terríveis: se deixasse a ponta do pé mais para frente, a chapa podia arrancar os dedos.
No início do processo não tinha nem rodízio. Fomos começar a fazer rodízio só em 2001. A ponteadeira, que era o equipamento com que eu trabalhava, fazia todos os pontos que os robôs não conseguiam fazer. Eram 11 pontos que tínhamos que dar, só que esse é um trabalho cruel. Na frente do carro, sai um cabo que vai para o motor para fazer a troca de marcha. A mangueira do equipamento pesa muito e eu tinha que dar um giro de 180 graus com a mão e ficava com o braço todo torcido. Essa é a parte da contração e foi assim que estourei meus punhos. Com cinco meses de empresa, minhas mãos começaram a inchar. Fui ao médico da empresa que me ignorou e me mandou trabalhar. Em agosto de 2002, foi diagnosticado que eu estava com peritendinite e, num certo momento, não conseguia nem mover as mãos. Esse problema apareceu na primeira ecografia, assim como atrofia muscular.
Teve um dia que a empresa “rateou”, me lembro até hoje. Fez um gráfico de todas as pessoas que foram ao ambulatório médico e os problemas apresentados. Ou seja, ela já tinha uma leitura dos tipos de problemas que estavam surgindo, os tipos de lesões que podiam surgir. E alguém colocou essa planilha no mural. Eu tenho a mania de ler tudo o que tem no mural e fiquei chocado com o que vi, pois ali dizia que 15% dos problemas que se relatavam eram nas mãos. A empresa não pode negar que sabia. O papel foi recolhido e sumiu.
O médico da empresa me examinava e dizia que eu não tinha nada e meu chefe de área me colocava para trabalhar de novo. Comecei, então, a brigar com eles. Outro problema que ocorre lá é que a GM trabalha com um time completo, ou seja, se um sai em férias os outros estão “ralados”. Além de já ser muito difícil com um grupo completo, ainda tem a questão de ser um número certo de pessoas. Não tem quem repor. Com isso, algumas pessoas, sem querer, acabavam fazendo as necessidades na sala de trabalho, causando constrangimento. Se você estiver doente e cair no meio da linha, mas não estiver atrapalhando o processo, eles continuam o trabalho normalmente. A GM não tem respeito algum pela vida. Quantas vezes fui ao médico da GM e ele dizia que eu não tinha nada. À tarde, eu ia ao Hospital Moinhos de Vento e diagnosticavam tendinite crônica.
Eu ia para casa sem sentir minhas mãos. Depois de um tempo, eu saí da produção e fui trabalhar na qualidade, onde eu lixava as chapas cruas. Ali, meus problemas nos punhos se agravaram, a tendinite se desenvolveu nos cotovelos, nos ombros e não consegui mais mexer os braços com rapidez. Meu primeiro afastamento foi em dezembro de 2000 e em fevereiro me deram alta, mas não consegui trabalhar. Me afastei de abril a agosto de novo, tentei trocar de setor e não consegui. Em novembro, meus cotovelos estouraram e me afastei novamente. A parte médica da empresa sempre se omitiu e a contraprova, para valer, tinha que ser feita numa clínica conveniada com a GM. Eu chegava na clínica e o laudo já estava pronto dando negativo também.
Encontrei muitas dificuldades. Em novembro de 2001, eu pedi o documento, mais uma vez, de Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT, e a GM disse que não ia me dar porque eu não tinha nada. Aí eu fui para o sindicato que reconheceu meus problemas nos punhos, nos cotovelos, nos ombros e nos joelhos em função dos movimentos que eu fazia e do peso que carregava. Voltei em setembro de 2002, com uma recomendação médica que dizia: “Manter o João em função compatível e que não realizei esforço repetitivo”. No entanto, eles me mandaram para a mesma função que eu exercia. Nunca me neguei a trabalhar, só que eles me colocavam na talhadeira, me davam uma marreta e mandavam eu bater chapa só para “pedir minhas contas”. Mas não aguentava de dor. Em 2003, entrei para a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, onde fiz vários projetos de ergonomia e por isso me odeiam até hoje. Fui atender um acidente de trabalho e, em virtude disso, me deram uma advertência de cinco dias porque eu tinha “abandonado” meu local de trabalho.
A Delegacia Regional do Trabalho – DRT já multou a GM por minha causa, porque eu não podia exercer aquela função. Passava uma semana e me mandavam voltaram para a mesma operação. Já me humilharam várias vezes, fizeram assédio moral. Uma vez me mandaram ficar meu horário inteiro sentado em frente a uma mesa para que todos passassem por mim e ficavam olhando. Se chegasse atrasado, já xingavam. A política da GM é brutal. Tenho direito como paciente, a Justiça não faz nada e a empresa se nega a me dar meus direitos. Eu e mais dois colegas denunciamos a presidência da empresa para a Previdência. Tem muitas pessoas mutiladas trabalhando dentro da GM. Tem um cara lá que parece o “corcunda de Notre Dame”, porque trabalha com a coluna toda torta. Uma vez me mandaram para o Centro Médico da GM, me deram uma injeção de Voltaren [medicamento à base de diclofenaco, um anti-inflamatório não-esteróide com ação analgésica] e me mandaram ir de volta para o trabalho.
Além de tudo isso, na GM não temos horário para almoçar. No papel, meu horário de almoço era às 10h45, mas certa vez o robô estragou às 10h e me mandaram ir almoçar antes porque o robô só podia ser utilizado de novo uma hora depois. Em consequência dos problemas que adquiri nos tempos da GM, hoje tenho depressão. Com 42 anos, não consigo trabalhar, tenho muita dor ainda hoje. Perdi 50% de força em cada braço. Em 27 de março de 2008, saiu a decisão da Justiça do Trabalho de Porto Alegre, que converteu todos meus benefícios desde 2000. Em 2007, foi a primeira vez que o INSS me examinou. O médico ficou apavorado e caracterizou minha doença como ocupacional. Fiquei sete anos brigando e teve momentos em que nem acreditava mais que ia conseguir ter direito aos meus direitos. Eu sinto muita falta de trabalhar, mas tenho amor próprio e família. Acho ótimo saber que minha produção é valorizada pelas pessoas, mas a realidade da GM é muito dura. Muita gente trabalhando doente. Agora, com a crise, muitas dessas pessoas foram demitidas. Nas audiências em Gravataí, a GM só falta rir na nossa frente, pois a Justiça da cidade é muito omissa em relação ao trabalhador. Para a GM, a vida não existe.
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A saúde do trabalhador numa grande empresa automobilística. Entrevista especial com Alfredo Gonçalves e depoimento de João Carlos Fragoso - Instituto Humanitas Unisinos - IHU