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Toda a dor do mundo entre as crianças feridas de Gaza. Artigo de Federica Iezzi

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27 Setembro 2024

"Estamos no ponto em que uma criança não pede brinquedos ou chocolate, mas água para beber. E a escassez de água assola. Cada habitante de Gaza, para beber, cozinhar e se lavar, tem acesso a uma quantidade de água equivalente à descarga de um vaso sanitário. Por dia", escreve Federica Iezzi, cirurgiã pediátrica dos Médicos Sem Fronteiras em Gaza, em artigo publicado por Il Manifesto, 25-09-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Na última semana, os bombardeios se intensificaram na área de Dayr al-Balah. As crianças são trazidas em pedaços para o pronto-socorro do hospital al-Aqsa em carroças puxadas por jumentos. Amira, a mais velha, com apenas 9 anos de idade, e Fares, de 4 anos, chegaram à sala de cirurgia. Fares perguntava por sua irmã. Ela estava ao seu lado, mas, por causa das queimaduras no rosto, ele nem a reconheceu, e ela podia ouvir sua voz, mas não conseguia falar, porque o mesmo fogo que havia queimado sua pele também havia queimado seus pulmões.

As queimaduras são uma sentença de morte em Gaza porque não há água nem antibióticos para tratá-las. Mesmo cinco minutos após a chegada da criança, todos sabiam que ela morreria. Mesmo que ela ainda estivesse respirando, naquele momento, teria morrido. E durante todos os dias em que esteve viva, Amira sentiu dor, porque também não havia analgésicos. Você precisa segurar as lágrimas, engolir e seguir em frente.

Os nomes das crianças costumavam ser escritos em suas pernas e braços, agora são escritos em seu peito ou barriga. Letras bem marcadas na pele para manter as palavras firmes. “Se minha filha perder um braço, tenho medo de que não a tragam de volta”, conta Eman. Há todo o desespero do mundo. Há o cheiro da guerra em Gaza. Pólvora misturada com areia. É esse o cheiro que você sente e que queima os pulmões. O perfume do zaatar se foi. Estamos no ponto em que uma criança não pede brinquedos ou chocolate, mas água para beber. E a escassez de água assola. Cada habitante de Gaza, para beber, cozinhar e se lavar, tem acesso a uma quantidade de água equivalente à descarga de um vaso sanitário. Por dia.

As estradas não existem mais, ficou a lembrança do caminho de uma casa massacrada para outra. Não há árvores. O ar carrega o som das bombas. Há feridas abertas em cicatrizes do passado. Há destruição sobre o que foi reconstruído com dor e esforço. Há vidas que não chegaram à morte, mas morreram mesmo assim.

Basmaa tem apenas sete meses. Ela chegou ao pronto-socorro inconsciente. Sua casa foi bombardeada. Sua pequena perna ficou sob os escombros por horas antes de ser retirada. Ela passou uma manhã inteira na sala de cirurgia reconstruindo algo que parecia perdido. Quando acordou na terapia intensiva, encontrou apenas estranhos ao seu redor, mesmo assim não chorava. Acompanhava todos com o olhar. Cada movimento a assustava, mas não chorava. Ali estavam os olhos de uma menina ferida diante do mundo inteiro.

O resultado do medo é o rompimento do tecido social. “Não estamos mais em casa”, é o que nos dizem as famílias de Gaza. “Estamos acostumados a sentar no escuro nas tendas”. Não há mais velas e usar a lanterna do celular significa descarregar a bateria. E não há eletricidade.

O afastamento da normalidade é uma violência calculada. É a reabertura de uma ferida não curada, uma dor em uma escala incompreensível para a mente humana, que impede até mesmo de chorar. Os deslocamentos constantes fazem com que se perca a noção de terra. “Você é expulso de sua casa por uma mensagem ordenando que saia. Você sai, mas sabe que está na Palestina. E mesmo que estejamos em uma tenda, ainda podemos considerá-la como casa. Mas estamos cansados de nos recolocar em viagem com os colchões nas costas. Essas são as nossas feridas”.

A Estrada Salah Al-Din permite que ver como está Gaza após 11 meses de bombardeios. Os rostos estão pálidos e cansados. Há crianças sem braços ou pernas, famílias inteiras em busca de água. O que resta das ruas ao redor parece estar encolhendo à medida que as barracas invadem esse mundo de pobreza por todos os lados. Viver sob uma tenda significa sentir que não se tem mais nem um teto nem muros que possam proteger, significa ouvir as bombas esmurrando a terra todos os dias e todas as noites. Para muitos, o acampamento de tendas representa o lugar de onde vêm. Os acampamentos são o símbolo do retorno. É uma forma de dizer: eu pertenço a esta terra, mesmo que tenha sido expulso.

Você não fica mais com raiva. Quando você encara a dor de frente, quando ela entra em suas veias, quando você a sente nos ossos, quando não há cura, você não fica mais com raiva.

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