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Ramadã e Quaresma. Quando o jejum é uma arte sagrada. Artigo de Marino Niola

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12 Março 2024

"O que é certo é que o nosso mundo hedonista e narcisista é caracterizado por uma tendência cada vez mais difundida e transversal de transformar os preceitos das religiões antigas e modernas em regras nutricionais. Em decálogos do corpo e não mais da alma. Porque transformamos a ética em dietética. E espalhamos o Ramadã e a Quaresma por todo o calendário", escreve o antropólogo italiano Marino Niola, professor da Università degli Studi Suor Orsola Benincasa, em Nápoles, Itália, em artigo publicado por La Repubblica, 10-03-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Com o primeiro avistamento da lua nova, começa o Ramadã, o mês sagrado do Islã que chama os muçulmanos de todos os países ao jejum e à oração. Dois bilhões de pessoas, quase 23% da população mundial, dois milhões só na Itália, abster-se-ão de comer e beber durante o dia durante trinta dias consecutivos, até ao momento do Iftar, a refeição coletiva que acontece após o pôr do sol, quando os seguidores do Profeta se sentam à mesa e comem na companhia de parentes, amigos e vizinhos.

O Ramadã, com a proibição de comer, beber, fumar e fazer sexo, para os muçulmanos é o momento mais simbólico do calendário, visto que foi precisamente nesse período do ano que o Alcorão foi revelado a Maomé como um "guia para os homens e prova de direção correta e salvação". O respeito pelo Ramadã é considerado um dos cinco pilares do Islã, ou seja, aqueles mandamentos que a religião do Profeta considera uma condição indispensável poder chamar-se crente. É por isso que são obrigadas a observá-lo as pessoas que já passaram da puberdade. Desde que sejam, no entanto, saudáveis e capazes de compreender e querer. As mulheres grávidas estão excluídas. Porque o que Alá pede é um verdadeiro consenso informado. Basicamente, é assumir uma responsabilidade religiosa que fortalece o vínculo comunitário.

Displaced Palestinians decorate their tents in celebration of Ramadan, despite Israel continuing its war on Gaza. pic.twitter.com/oopWzYoXKg

— Quds News Network (@QudsNen) March 10, 2024

A ideia por trás dessa grande penitência coletiva é que por meio do sacrifício físico nos aproximamos de Deus. E que a observância da regra é uma forma de purificação da alma através do corpo, que todo bom seguidor de Maomé deve respeitar, sem ceder e sem transgressões.

De fato, o Ramadã é um dos últimos jejuns religiosos que resistiram à secularização, junto com o Yom Kippur judaico. E a Quaresma cristã. E a Upvas hinduista, praticada por aproximadamente um bilhão e quatrocentos milhões de indianos que jejuam do amanhecer ao pôr do sol na véspera das festas dos deuses principais. Além disso, eles se abstêm da comida duas vezes por mês, onze dias após a lua minguante e onze após a lua crescente. Também para os hindus renunciar ao alimento serve para purificar o corpo e elevar a alma. A palavra Upvas que indica o jejum significa, de fato, “sentar perto de Deus”. Enquanto o jejum do Ramadã, chamado Sawm, significa descansar.

Estamos muito próximos do severo ascetismo dos Padres da Igreja como Santo Ambrósio e São Clemente que consideravam o jejum periódico um meio de libertar o corpo da escravidão do desejo e purificar a alma. Muitos deles até usavam termos como filtrar, drenar. Como se a eliminação de proteínas e carboidratos ajudasse a eliminar as toxinas do espírito. Efetivamente, se for suprimida a referência ao Senhor - e respeitado o grande valor espiritual do rito e o significado do sacrifício para os fiéis - é impressionante a semelhança com aquela liturgia do metabolismo, da drenagem, que se assume como preceito do fitness contemporâneo.

Na realidade, os jejuns sagrados tradicionais, as abstinências devotas, parecem antecipar comportamentos alimentares que se tornaram mantras da dietética contemporânea, como o jejum intermitente. Uma espécie de Ramadã laico, que tem milhões de prosélitos em busca de pureza e leveza. E apesar do fato de os cientistas alimentarem muitas dúvidas sobre os benefícios dessa abstinência autoimposta, a regra do 16:8, ou seja, dezesseis horas de estômago vazio e uma janela de oito em que as refeições são distribuídas, é muito semelhante à alternância entre jejum diurna e refeição noturna do Ramadã. Ou da divisão horárias do Upvas hindu. Na verdade, existe um mínimo denominador comum que liga o ascetismo religioso tradicional ao extremismo dietético contemporâneo. E é a aspiração ao controle absoluto do corpo e da mente, através da alimentação, ou melhor, da sua limitação. A diferença é que antigamente esse viver com restrições era um mandamento sagrado, hoje é uma medida de saúde. Num caso é feito para Deus, no outro para o Eu.

O que é certo é que o nosso mundo hedonista e narcisista é caracterizado por uma tendência cada vez mais difundida e transversal de transformar os preceitos das religiões antigas e modernas em regras nutricionais. Em decálogos do corpo e não mais da alma. Porque transformamos a ética em dietética. E espalhamos o Ramadã e a Quaresma por todo o calendário. É o contrapasso da opulência que junto com a egolatria, o culto da aparência, dita os artigos de fé de uma purificação que identifica o mal com toxinas e radicais livres.

Mas além das semelhanças, há uma diferença, e grande. Porque para os hindus, ou para os seguidores do Profeta, a privação favorece a contemplação, liberta da escravidão do desejo e abre as portas da compaixão e da caridade. Uma ideia não muito distante daquela do Papa Bento XVI que, em 2011, por ocasião da Quaresma, definiu o jejum como um empenho em abster-se do mal e viver o Evangelho. Uma forma de dizer que não se vive só de pão. Enquanto as tribos alimentares contemporâneas consideram o estômago vazio uma forma de reiniciar o corpo e fazê-lo funcionar novamente a toda velocidade. Não é por acaso que os gurus do Vale do Silício, novos profetas do turbocapitalismo, se converteram em massa ao jejum intermitente. Dessa forma, a privação se desvincula da religião. E faz da abstinência um caminho para a salvação terrena, uma forma de ascetismo secularizado. Um decálogo de bem-estar. Feito de preceitos e agrados. Que mais uma vez transformam a comida num campo de batalha entre o bem e o mal. Entre salvação e saúde. Entre ser e bem-estar.

Leia mais

  • Por que a raça não existe. Artigo de Marino Niola
  • Pão, azeite e vinho: a dieta dos deuses. Artigo de Marino Niola
  • O alimento é uma religião. Artigo de Marino Niola
  • Gaza. O Ramadã mais triste, sem imãs e autoridades que nos digam quais os preceitos que teremos de seguir
  • O spot árabe para o Ramadã sobre a amizade com os cristãos
  • As mudanças do espírito do Ramadã. Artigo de Tahar Ben Jelloun
  • O guia de jejum dos monges
  • Atualização do que significa o jejum para hoje. Artigo de Leonardo Boff
  • Quaresma: jejuar de comida, alimentar-se da Bíblia. Artigo de Thomas Reese

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