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O Ocidente dos direitos ignora o Nagorno, assim cem mil armênios se tornam ninguém

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03 Outubro 2023

"O círculo se fecha. Igrejas e cemitérios ficarão cobertos de mato, desaparecerão sob o peso do abandono, os 120 mil armênios de Nagorno rapidamente se tornarão refugiados e depois migrantes e depois ilegais em algum lugar, não é preciso se preocupar já são milhões, de alguma forma aos 'fluxos secundários' vai se prover". 

O artigo é de Domenico Quirico, jornalista italiano, em artigo publicado por La Stampa, 30-09-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo. 

Não nos limitamos a dissimular a nós mesmos e nos tornados diáfanos como fantasmas. Dissimulamos também a existência dos outros. Não no sentido de que cometemos ações deliberadas e violentas (isso ocorre apenas em algumas circunstâncias extremas). Dissimulamo-los de uma forma mais definitiva e radical: transformamo-los em Ninguém. O nada se torna um indivíduo, se torna corpo e pessoa. O exemplo mais recente, na triste fila que segue após os sírios, os sudaneses, os tigrínios, os saarauis, os migrantes, etc., são os armênios de Nargorno Karabakh. Desde que a "operação especial" dos azerbaijanos completou, com retumbante sucesso, o programa de limpeza étnica (antigamente a chamávamos assim...) dos Armênios de Artsakh que a História encerrou no Estado azerbaijano, com determinação e prontidão, o Ocidente, palrador e implacável na defesa dos Direitos, dissimulou a sua existência. Age como se eles não existissem.

Nulifica-os, anula-os, dá vontade de cunhar um verbo ousado: ‘ningueniza-os’.

93 mil já fugiram para a Armênia, trazendo consigo uma provação de desespero, miséria, histórias trágicas de violência, estupros, latrocínios, humilhação: o Artsakh, era assim que chamavam seu infeliz enclave, vítima de uma história distorcida, e que não existe ais. Tirado dos mapas geográfico, anunciaram os azerbaijanos vencedores. A alternativa concedida aos armênios: a mala, mas em alguns casos nem esta é permitida, ou viver como minoria, o que significa desaparecer mais lentamente. Talvez a eles venham se juntar os habitantes da região da Armênia de Suynik: Baku diz que foi um erro de Stalin, um corredor perfeito para se reunir com os irmãos turcos.

Assim os Armênios de Nagorno tornaram-se a ausência dos nossos olhares, a pausa dos nossos discursos empenhados no lado certo do mundo, o silêncio conivente, este sim realmente mafioso, do nosso silêncio. Os armênios desse fragmento sangrento e abandonado do Cáucaso são a nossa omissão. O que muitas vezes é um pecado mais grave do que a ação, do ato. Não fizemos nada por salvá-los ou aliviar parcialmente seu destino. A menos que se considere como algo os cem dólares que a União Europeia concedeu a cada refugiado. Uma vergonhosa esmola para quê? Algumas refeições, encontrar um hotel improvisado, se embebedar e esquecer? Bruxelas e a sua Comissão: mais uma vez nas mãos de uma congregação de mercadores, capazes de raciocinar apenas sobre o que é necessário pagar para evitar problemas e sustentar a hipocrisia de ser o que dizemos que somos, mas não somos. Por obtusidade, covardia, interesse.

Mapa de Armênia e Azerbaijão. Em destaque, a região de Nagarno-Karabakh. (Imagem: Wikipédia)

“É tudo culpa de Putin, foi ele quem deveria defendê-los”: foi assim que justificamos a nossa intencional impotência. Extraindo disso também confirmações satisfeitas e desconexas do fato de o presidente russo estar enfraquecido até mesmo em seu próprio quintal. Esperem mais alguns dias e esses armênios serão um dos muitos nomes que esqueceremos, quase como se houvesse um estranho destino que nos presenteia oportunos esquecimentos. Eles serão os eternos ausentes em nosso confortável banquete dos direitos humanos, os convidados que não convidamos, o vazio que não vamos preencher. Em que se instalará, pomposo e faceiro, o enésimo vigarista, o emir azerbaijano, que é útil para nós, que nos dá uma ajuda energética e petrolífera. Que guardamos nas fotos de família com seu olhar de bigodudo Caliostro nos álbuns dos gabinetes presidenciais de Bruxelas, Roma ou Washington: autocrata, mas colaborativo, agressor, mas disponível para fornecimentos de emergência a elevados pagamentos...

O círculo se fecha. Igrejas e cemitérios ficarão cobertos de mato, desaparecerão sob o peso do abandono, os 120 mil armênios de Nagorno rapidamente se tornarão refugiados e depois migrantes e depois ilegais em algum lugar, não é preciso se preocupar já são milhões, de alguma forma aos “fluxos secundários” vai se prover. A sua sombra recairá sobre nós, não sobre os azerbaijanos satisfeitos e gesticulantes no tripúdio, recobrirá a todos nós e depois voltará a reinar o silêncio mais forte das declarações, das decepções, dos discursos seculares e das orações dominicais, das religiões e das revoluções. Vamos preenchê-lo aos poucos com nosso presente intacto, bem redondinho, bem abastecido de dança e de folia. E de graves preocupações, o aumento das temperaturas, a inflação que corrói...

Deveríamos falar com os Armênios sobre tudo isso: dentro de 50 anos estaremos todos mortos por causa do clima, então para que se preocupar com o Nagorno e as suas disputas sobre um mundo que não parece ter mudado desde o Gênesis e que só o mito pode aproximar, o exílio, as bombas... Dele tirarão, sendo cristãos, amplo consolo no seu infeliz presente.

Os armênios estão acostumados a viver a vida como esfolados. Desde a época do criminoso triunvirato Talal, Enver e Cemal autores do primeiro genocídio do século XX, sua história como povo é repleta de pontos de suspensão, em seus silêncios há recantos trágicos, nuances horrendas, nuvens carregadas, ameaças decifráveis e raros arco-íris. Por isso sabem tornar-se invisíveis, passar despercebidos sem nunca renunciar ao seu ser. Existem povos inteiros no mundo dominados pelos Alyievs, pelos Putins, pelos Erdogans, mas, infelizmente!, também pelos Bidens e pelos Borrells que são obrigados a contrair-se, a tornarem-se sombras e fantasmas, fracos ecos. Não marcham, se esgueiram, não gritam, choram em voz baixa para não fazer barulho. Por isso, de tanto sofrer, homens e mulheres armênios tornaram-se invulneráveis e estoicos. E talvez seja por inveja que não os suportamos, pela sua capacidade de resistir ao sofrimento. Que nós não temos mais. Somos egoístas até mesmo na dor.

Dólares, milhões de milhares de dólares, bilhões enterrados nas estepes desoladas, escondidos sob as areias manchadas pelo óleo do Cáspio que o petróleo mata lentamente há séculos. Na espera pacientemente nos bolsões túrgidos de gás. Foi com esse tesouro que Aliyev, um sátrapa filho ilegítimo do bolchevismo, conseguiu acertar as contas com o incômodo espinho armênio herdado da História. Este provérbio circulava entre os comerciantes russos no início do século XX: “Quem viveu um ano entre os proprietários de petróleo de Baku não pode voltar a ser uma pessoa de bem”.

Ilham Aliyev herdou de seu pai Haydar, que se criou na Lubianka na época de Andropov, o poder e o gosto pela intriga, a habilidade de escapar às conspirações, a paciência para vinganças implacáveis e silenciosas. Vamos comparar dois personagens: Putin e Aliyev. As semelhanças são desconcertantes: autocratas, descendentes diretos ou indiretos da KGB, estrategistas de “operações especiais” para desmantelar povos problemáticos, ucranianos e armênios, protegidos por poderosos cúmplices, a China e a Turquia, ricos em gás e petróleo. E mais: Suynik foi um “erro” stalinista, a Crimeia ucraniana foi um “erro” de Khrushchev...

Por que então lutamos contra Putin “enquanto for necessário” e perdoamos as agressões de Aliyev?

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