O Papa, chocado com a imagem dos três refugiados que chegaram à Espanha ao leme de um petroleiro: "Aquela foto me tocou"

• "Rezemos por aqueles que atravessam o deserto para chegar ao Mediterrâneo e são capturados e encarcerados nos campos (da Líbia)";
  
• Francisco também explicou aos jornalistas que gostaria de ir a Goma, na parte oriental da RDC, mas "a guerra estourou lá".

A reportagem é de Cristina Cabrejas, publicada por Religión Digital, 31-01-2023.

Os três migrantes, ao leme de um petroleiro | Foto: Religión Digital

O Papa Francisco garantiu à EFE, durante o seu voo para a República Democrática do Congo, que ficou muito "tocado" com a foto dos três nigerianos que viajaram durante 11 dias na casa do leme de um petroleiro para as Ilhas Canárias e espera que eles possam ficar na Espanha.

Francisco recebeu hoje a fotografia tirada pela Salvamento Marítimo de Canárias em que os três nigerianos foram vistos no leme e que se tornou um ícone do sofrimento dos migrantes que arriscam a vida para tentar chegar à Europa.

Il #Papa sorvolando il Sahara verso la #RDCongo e #SudSudan prega per tutte le persone che cercando un po’ di benessere, e libertà hanno attraversato il deserto e non ce l’hanno fatta. Per chi è rinchiuso nei lager davanti al Mediterraneo. #PopeinAfrica pic.twitter.com/oZdOKUScoE

— Massimiliano Menichetti (@MaxMenichetti) January 31, 2023

"Aquela foto me tocou ", disse Francisco colocando a mão no coração e, ao saber que a Igreja espanhola lançou seu "corredor de acolhimento" com dois deles para acolher migrantes em circunstâncias especiais de vulnerabilidade, afirmou que espera que "eles possam ficar na Espanha".

O Papa, como de costume, saudou um a um os 75 jornalistas que o acompanham nesta viagem que também passará pelo Sudão do Sul e, quando sobrevoava o deserto do Saara, pediu uma oração por todos os migrantes que perdem a vida tentando chegar à Europa.

"Rezemos por aqueles que atravessam o deserto para chegar ao Mediterrâneo e são capturados e trancados em campos (líbios)", disse.

#PopeFrancis apologizes to journalists accompanying him to Congo, but he didn't feel able to walk up and down the plane greeting each person. Instead he had each of us go up to him. pic.twitter.com/lbeXQJFHua

— Cindy Wooden (@Cindy_Wooden) January 31, 2023

"A guerra estourou em Goma"

Francisco explicou ainda aos jornalistas que gostaria de ter ido a Goma, no leste da República Democrática do Congo - RDC, mas “a guerra estourou aí”, lamentou.

Além disso, ao receber um pedaço de coltan, mineral extraído das minas da RDC onde são exploradas muitas crianças, afirmou que “é terrível” o que acontece nesses locais.

Francisco chegará a Kinshasa na tarde de terça-feira e no dia 3 de fevereiro seguirá para o Sudão do Sul.

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