07 Março 2020
O papa Francisco aceitou na sexta-feira a renúncia do cardeal Philippe Barbarin, que foi condenado e depois absolvido de encobrir um padre pedófilo, um caso que obrigou a Igreja na França a responder sobre os abusos sexuais do clero.
A reportagem é publicada por Religión Digital, 06-03-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Barbarin havia apresentado sua renúncia quando uma corte de primeira instância em Lyon o declarou culpado e o condenou a seis meses de prisão em suspenso por não denunciar o padre violador à polícia.
Francisco a rejeitou, à espera do resultado da apelação, porém permitiu que Barbarin deixasse a administração diária da arquidiocese nas mãos de seu auxiliar.
Em janeiro, depois de sua absolvição pela corte de apelações, Barbarin disse que voltaria a oferecer sua renúncia para permitir que a igreja em Lyon iniciasse “um novo capítulo” com novos hierarcas.
O Papa não designou de imediato um novo arcebispo. A declaração do Vaticano diz somente que aceitou a renúncia. Barbarin tem 69 anos, seis a menos que a idade de aposentadoria dos bispos.
Barbarin foi acusado de não denunciar o padre Bernard Preynat às autoridades civis ao se inteirar dos abusos. Preynat confessou que abusou de escoteiros nos anos 1970 e 80. Suas vítimas acusam a Barbarin e outros eclesiásticos de encobri-lo durante anos.
Barbarin disse na audiência de apelação que conduziu o caso de acordo com as instruções da Santa Sé.
Por outro lado, o Administrador Apostólico de Lyon afirmou em um comunicado que “estamos vivendo um momento importante para a diocese. Se virou a página. Uma página cheia de momentos extraordinariamente ricos pelos quais há que se agradecer (...) e marcada também pelo drama e a prova”. Dom Dubost se reunirá com os fiéis em 15 de maio, às 7h da tarde, na Catedral São João, para saudar o purpurado.
O administrador apostólico, a quem o Pontífice pediu que continuasse no posto que lhe foi conferido em 24 de junho do ano passado, agora vacante, afirma que a arquidiocese terá logo um novo pastor e insta para que sua chegada se experimente como uma “ocasião para uma renovação na unidade”.
“Para nós – afirma – não há maneira melhor de nos preparamos para o amanhã do que seguir sendo missionários, viver a missão que Cristo nos deu e continuar caminhando com ele pelos caminhos dos homens”.
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