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Mohammed, o sobrevivente: "Partimos em quinze, só eu resisti"

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19 Agosto 2019

Tentem só imaginá-los, Ismail e Maomé, queimados pelo sol e pela sede, sozinhos naquele bote de onde foram obrigados a atirar no mar os corpos sem vida dos treze companheiros de viagem. Tentem imaginá-los enquanto olham um para o outro, o terror em seus olhos, e se perguntam: "E agora, será a vez de qual de nós dois?’"

A reportagem é de Alessandra Ziniti, publicada por La Repubblica, 17-08-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eles parecem invisíveis naquele bote que está à deriva há dez dias. Navios e aviões ficam passando continuamente, ninguém os vê. Ou talvez alguém olhe para o lado. Imaginem o mais jovem e devastado dos dois, Ismail, apenas 20, que com o último fio de voz envolve com seu abraço mortal Mohammed e diz a ele: "Estão todos mortos, por que ainda estamos vivos? Vamos morrer juntos" e joga no mar com o último gesto desesperado o agora inútil celular e GPS, que os traficantes lhes tinham entregue indicando a rota para Malta.

Migrante encontrado morto no mar | Foto: Forças Armadas de Malta

É o instinto de sobrevivência que salva Mohammed que quase grita: "Se você quer morrer, faça isso sozinho, eu não quero". Ismail se encolhe em posição fetal no fundo do bote e se deixa morrer, Mohammed quase se agacha sobre ele e o vela. É assim, em um estado de semiconsciência que, como ele conta, "Deus e Malta me salvaram".

Aconteceu na segunda-feira passada, quando um avião finalmente avistou o pequeno bote azul e um helicóptero das Forças Armadas Maltesas resgatou Mohammed antes que fosse tarde demais.

É assim que se morre no Mediterrâneo, há meses desprovido de um dispositivo de socorro europeu e com os poucos navios humanitários que conseguem salvar apenas uma porção mínima das pessoas que enfrentam a travessia. As palavras de Mohammed Adam Oga, etíope, de 38 anos, entrevistado pelo jornal Times of Malta em sua cama no Hospital Mater Dei, em Valletta, contam uma história de arrepiar, conhecida apenas porque um desses 15 migrantes que partiram em 1º. de agosto da praia da Líbia de Zawia, sobreviveu. Caso ele tivesse morrido, não saberíamos nada dessas outras quinze pessoas que acabaram alimentando os peixes.

"No fuel, no water, no food" [sem combustível, sem água e sem comida]. Onze dias no mar em um bote de seis metros sem gasolina, água ou comida. Quatorze homens e uma mulher grávida, que iam se apagando um a um, seus corpos apodrecendo sob o sol abrasador, jogados na água entre as lágrimas dos sobreviventes.

Esse é o terrível relato de Maomé: "Pagamos US$ 700 cada, os traficantes nos fizeram subir no bote, nos deram um GPS dizendo: ‘Vão para Malta’". Como sempre, a gasolina acabou depois de poucas horas de navegação e começaram a ir à deriva: "Vimos passar barcos, navios, acenávamos gritando por socorro. Aviões e helicópteros passavam por cima de nossas cabeças, mas ninguém parecia nos ver e ninguém vinha nos socorrer. Depois a água acabou e depois a comida. Nós tentamos dar coragem um ao outro. Estava quente, muito quente e começamos a beber água do mar para aplacar a sede”.

O começo do fim, assim começa a morte no mar. "Os dois primeiros morreram no quinto dia de navegação - relata Mohammed - e a cada dia que passava, outros dois morriam. A mulher e seu marido eram de Gana, dois outros homens etíopes e todos os outros somalis. Estava quente, os corpos cheiravam mal. Não tivemos outra escolha a não ser jogá-los na água. Fechávamos seus olhos e os deixávamos deslizar para o mar”.

No décimo dia, Mohammed ficou sozinho com Ismail. É um dia que ele nunca esquecerá. Ismail quer acabar com tudo e quase tomado por alucinações propõe: "Vamos furar o bote e morrer juntos". Mohammed se lembra daquelas últimas horas como um sonho, ele que encontra forças para se rebelar e gritar: "Eu quero viver". Ele fica inconsciente quando o gancho do helicóptero maltês o tira do túmulo que se tornou aquele bote, onde uma foto cruel o retrata ajoelhado sobre o corpo sem vida de Ismail.

Agora que cinco dias se passaram e sua condição melhoraram no hospital de Malta, ele nunca se cansa de agradecer a "Deus que o enviou para Malta" e assim resume seu passado e seu futuro. “Na Etiópia eu lutava pela liberdade do meu país, eu fazia parte da Frente de Libertação Oromo. Eu tive que fugir quinze anos atrás, morei na Eritreia e no Sudão, então alguns amigos me convenceram a me encontrar com eles na Alemanha. Se eu voltasse para a Etiópia, eles me prenderiam. Mas agora eu só quero agradecer a Deus por me dar a vida novamente”.

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