33º Domingo do Tempo comum - Ano B - Para quem crê, a história não caminha para o absurdo

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Por: MpvM | 15 Novembro 2018

"Os textos da liturgia desse domingo apontam para Jesus, plenitude da criação e o horizonte definitivo de tudo e de tod@s. Ele, por sua morte e ressurreição, tornou-se o Senhor e juiz da história, do mundo, de todo o cosmos. Portanto, para quem crê, a história não caminha para o absurdo ou para o caos! Ou seja, tudo o que existe, esse mundo e a humanidade, marcados por sinais de contradição, por luzes e trevas, caminham para Jesus, o “Filho do homem”, conforme o evangelista Marcos. Ele experimentou em Si nossas fragilidades e sofrimentos e se ofereceu, uma vez por todas, em sacrifício por toda a humanidade! Seu juízo nos traz a salvação e não a condenação; o sentido e não o vazio; a alegria e não o sofrimento; a vida e não a morte; a esperança e não o medo!

A reflexão é de Sandra Maira Pires, religiosa da Congregação das Irmãs da Divina Providência - IDPs. Ela possui graduação em teologia pela Escola Superior de Teologia e Espiritualidade Franciscana - ESTEF, de Porto Alegre/RS, e especialização em espiritualidade pelas Faculdade Vicentina - FAVI, de Curitiba/PR. Atualmente atua como orientadora de espiritualidade e como formadora no Noviciado Latino-americano das IDPs

Referências bíblicas
Dn 12,1-3
Salmo 15(16)
Hb 10,11-14.18
Mc 13,24-32

Chegamos ao penúltimo domingo do Ano Litúrgico. No próximo final de semana, celebraremos a Solenidade de Cristo Rei do Universo, e, com ela, o encerramento deste ano da Igreja. Assim como o ano, também a nossa vida passa, e passa em ritmo, cada vez, mais veloz, em passos largos... Por isso, a liturgia desse final de semana nos convida, nessa corrida da vida, a não perdermos de vista o rumo e a razão de estarmos neste mundo.

O universo evolui, a história avança... É certo que toda a criação e humanidade caminham para um ponto final. Mas, que ponto final seria esse? Onde mesmo o caminho vai dar? Nossa fé afirma que o final do caminho não é qualquer final, mas Alguém!

Os textos da liturgia desse domingo apontam para Jesus, plenitude da criação e o horizonte definitivo de tudo e de tod@s. Ele, por sua morte e ressurreição, tornou-se o Senhor e juiz da história, do mundo, de todo o cosmos. Portanto, para quem crê, a história não caminha para o absurdo ou para o caos! Ou seja, tudo o que existe, esse mundo e a humanidade, marcados por sinais de contradição, por luzes e trevas, caminham para Jesus, o “Filho do homem”, conforme o evangelista Marcos. Ele experimentou em Si nossas fragilidades e sofrimentos e se ofereceu, uma vez por todas, em sacrifício por toda a humanidade! Seu juízo nos traz a salvação e não a condenação; o sentido e não o vazio; a alegria e não o sofrimento; a vida e não a morte; a esperança e não o medo!

Assim sendo, tudo, a criação e as gerações passadas, presentes e futuras, estarão sob o senhorio de Jesus de Nazaré! Sob seu julgamento. O mundo, com suas mazelas, será o palco para esse juízo. Em linguagem figurada, o profeta Daniel fala das angústias e tribulações que o povo vive e que serão combatidas pelo “grande príncipe, defensor do povo”, que se levantará em favor dos seus... Esta é palavra profética, também, para o nosso povo, nosso país, nossa realidade mundial, em tempos de muitas angústias e tribulações, que tb nós vivemos. O evangelista adverte que “o sol vai escurecer, a lua não brilhará mais, as estrelas começarão a cair do céu...” Quer dizer, para os tempos sombrios e desesperançosos que marcam nosso momento atual, veremos Jesus, o Filho do Homem “vindo de cima das nuvens, com poder e glória”, em socorro de toda a humanidade. Nossa vida e o tempo presente serão passados a limpo, à luz da Sua misericórdia e do seu amor.

Portanto, esses textos não nos querem meter medo. Pelo contrário, eles são uma mensagem de consolação e de esperança. Sobretudo, nas situações que, em diferentes instâncias da sociedade, nos tiram a paz, ofuscam nossa esperança, enfraquecem nossas forças, frustram nossos sonhos. “O tempo é pesado, eu sei”, canta Zé Vicente, para uma situação que acompanha a humanidade à séculos. Por isso a liturgia nos quer alertar para o perigo de perdermos de vista o horizonte e o sentido de nossa existência; o perigo de esfriarmos nossa vigilância, de perdermos a esperança, e, acima de tudo, de abandonarmos a fé.

Marcos também nos convida a reconhecer a presença do Reino de Deus que vem, que já está entre nós, assim como reconhecemos o verão se aproximando quando “os ramos da figueira ficam verdes e as folhas começam a brotar”. Dessa realidade nada e ninguém ficarão de fora. Até os “que dormem no pó da terra despertarão, uns para a felicidade eterna, outros para a infelicidade”. Mas os que tiverem dado sentido nobre às suas existências, “brilharão como estrelas, por toda a eternidade”, diz o evangelista. É o nosso jeito de ser e viver hoje que decidirá nosso destino. O dia e a hora em que isso vai acontecer, Marcos afirma que “ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai”.

Tenhamos a certeza de que caminhamos para o encontro e o abraço do Senhor. Tudo se conclui n’Ele. Isso é tão certo como rio desemboca no mar e a aurora necessariamente surgirá depois da noite. Nossa vida e as tribulações desse tempo estarão, então, diante do amor e da misericórdia do Senhor. Como o salmista nos resta confiantes suplicar: “Guardai-me ó Deus, porque em vós me refugio”.

Então, irmãs e irmãos, caminhemos vigilantes e confiantes na promessa. Que promessa? Você e eu, a humanidade e tudo o que existe caminham para o encontro do Senhor, para o colo amoroso de Deus. De lá saímos e é para lá que voltamos. Nele está a razão do nosso passado, presente e futuro. Até lá, sejamos perseverantes e fieis. Nesse mundo, que descuida da vida, tenhamos gestos de bondade e solidariedade, tolerância e respeito, amor e perdão, alegria e esperança. Que essa seja nossa resposta de amor Àquele que nos amou primeiro, e que, um dia, cremos, nós O encontraremos face a face, num eterno abraço.

 

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