Roma pune o líder dos padres austríacos, do grupo de “Apelo à desobediência”

Mais Lidos

  • Dossiê Fim da escala 6x1: Redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6x1: Desafios e estratégias sindicais no Brasil contemporâneo

    LER MAIS
  • Celular esquecido, votos mal contados. O que aconteceu no Conclave. Artigo de Mario Trifunovic

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

Natal. A poesia mística do Menino Deus no Brasil profundo

Edição: 558

Leia mais

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Por: Jonas | 01 Dezembro 2012

O Vaticano informou, na quinta-feira, que retirou do padre Helmut Schüller (foto) o direito de usar o título de monsenhor e também anunciou que não é mais “Capelão de sua Santidade” a partir de então. Schüller, que continuará exercendo o sacerdócio, havia liderado uma campanha de desobediência para desafiar abertamente a Igreja católica a respeito do celibato e do sacerdócio feminino.

A reportagem é publicada no sítio Religión Digital, 30-11-2012. A tradução é do Cepat.

Schüller, o antigo braço direito do arcebispo de Viena, o cardeal Christoph Schönborn, tinha recebido o título honorífico por seu trabalho como responsável máximo da Cáritas, a organização caritativa da Igreja, na Áustria.

Schüller é o líder do grupo “Apelo à desobediência”, que possui um amplo apoio público as segundo pesquisas, e disse representar cerca de 10% do clero austríaco.

Entre 2011 e 2012, cerca de 150.000 austríacos deixaram a Igreja, muitos deles motivados pelos escândalos de abusos sexuais.

O grupo quer que sejam mudadas as leis da Igreja, para que os sacerdotes possam casar e as mulheres possam ser ordenadas sacerdotisas. Seus partidários dizem que romperão com as leis da Igreja, dando comunhão para protestantes e católicos divorciados que voltaram a contrair matrimônio.

Schüller declarou à imprensa austríaca que a decisão do Vaticano não atingiu seus princípios.

Durante décadas, os católicos reformistas austríacos vêm desafiando as políticas conservadoras de Bento XVI e de seu predecessor João Paulo II, criando movimentos de protesto e defendendo mudanças que o Vaticano sempre rejeitou.

Schüller vem se encontrado com clérigos afins na Áustria e no exterior, desde que fundou o grupo de “Apelo à desobediência”. Grupos de católicos reformistas da Alemanha, Irlanda e Estados Unidos reivindicam mudanças semelhantes à Igreja.

A Igreja católica não permite que os sacerdotes contraiam matrimônio e ensina que não existe autoridade para permitir que mulheres se tornem sacerdotisas, pois Jesus só escolheu homens como seus apóstolos, por vontade própria, quando instituiu o sacerdócio na Última Ceia.

Os partidários do sacerdócio feminino argumentam que Jesus simplesmente se adaptou às normas sociais de sua época.

Na semana passada, o Vaticano realizou ações disciplinares contra outro sacerdote que defendia a ordenação de mulheres. O padre Ray Bourgeois, um estadunidense da ordem religiosa de MaryKnoll, foi expulso do sacerdócio e da ordem pela Congregação para a Doutrina da Fé.

No ano passado, Bourgeois, que foi sacerdote durante 40 anos, participou do grupo de ativistas católicos, que foi detido pela polícia italiana após tentar entregar um requerimento, no Vaticano, para que o sacerdócio feminino fosse autorizado.

Bento XVI, que antes de ser eleito Papa, em 2005, foi por décadas o responsável doutrinal do Vaticano, em abril, denunciou diretamente os sacerdotes dissidentes, acenando que esse não era o caminho correto para a renovação da Igreja.