10 Janeiro 2016
“Com os poetas podemos aprender que a pessoa e a causa de Jesus nunca se esgotam. Sempre precisam passar por nova inculturação. É preciso que cada cultura e cada época gerem sua narrativa específica sobre Jesus”, pontua o teólogo.
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Entre suas leituras da juventude, Kuschel comenta O Estrangeiro, de Albert Camus. “Quando li O Estrangeiro, de Camus, enquanto estudante de teologia, fiquei bastante impressionado; eu estava naquela fase da vida que descrevi acima: buscando uma resposta digna de crédito para a pergunta por Deus. Camus me apresentou uma pessoa condenada à morte sendo visitada na cela por um sacerdote. A ‘oferta de sentido’ desse padre ele rejeita sem meias palavras, não por arrogância, mas com certo orgulho, pelo conceito que tinha de si, justamente face à morte. Fiquei impressionado com o fato de que é possível rejeitar o ‘consolo metafísico’ com base no próprio conceito de si, e também perante representantes da religião a se apresentarem com tanta confiança como o padre na narrativa de Camus”. O diálogo e a inquietação com a crítica literária à religião e a Deus foram fundamentais para que o teólogo reafirmasse a própria fé. “Minha existência como cristão se baseia em algo mais profundo, que também abrange aspectos como fracassar, extinguir-se, morrer. Neste aspecto, transcendi Camus, o qual, ao fim e ao cabo, só conseguiu propor uma filosofia do absurdo”, conclui.
Karl-Josef Kuschel leciona Teologia da Cultura e do Diálogo Inter-religioso na Faculdade de Teologia Católica da Universidade de Tübingen. É autor, entre outros, de Jesus im Spiegel der Weltliteratur. Eine Jahrhundertbilanz in Texten und Einführungen (Düsseldorf, 1999) (Jesus espelhado na literatura universal. Textos e informações introdutórias para um século em perspectiva) e Jud, Christ und Muselmann vereinigt? Lessings “Nathan der Weise” (Judeu, cristão e mulçumano unidos? “Natã, o sábio”, de Lessing) (Düsseldorf, 2004).
Confira a entrevista.
IHU On-Line - Como Jesus aparece nos autores alemães que estudou? Qual é a peculiaridade dessas abordagens? Das obras de literatura que o senhor estudou, qual delas melhor expressa a temática de Jesus? Por quê?
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Karl-Josef Kuschel - Quanto ao primeiro aspecto, é preciso considerar que no meu livro Jesus im Spiegel der Weltliteratur (Jesus espelhado na literatura universal) eu apresentei 27 autoras e autores do século XX. Ali são considerados europeus ocidentais como André Gide [1], James Joyce [2], Thomas Mann [3] e José Saramago [4], russos como Bulgakow [5], Pasternak [6] e Aitmatow [7], americanos como Hemingway [8], Faulkner [9] e Toni Morrison [10], mas também sul-americanos como Jorge Luis Borges [11], Augusto Roa Bastos [12] e Mario Vargas Llosa [13]. Todos esses autores e autoras publicaram textos dos mais diversos tipos. Hemingway, por exemplo, está representado por um pequeno esboço denominado “Hoje é sexta-feira”, onde ele retrata a crucificação de Jesus indiretamente, falando de soldados bebendo numa taberna e que não conseguem esquecer o acontecimento do qual acabaram de participar. Vale mencionar que muitas autoras e autores utilizam essa técnica do espelhamento.
Esses autores entenderam que seria ingênuo representar Jesus diretamente como personagem do seu tempo; mas é possível inventar personagens de hoje, nos quais a causa de Jesus se reflita indiretamente. Pensemos no romance de Vargas Llosa A Guerra do Fim do Mundo, onde ele reflete a causa de Jesus (como causa dos pobres e oprimidos no Brasil) no personagem do “herói” de Canudos, Antonio Conselheiro. Ou pensemos no admirável romance de Roa Bastos Filho do Homem, de 1960, que se desenrola no Paraguai e conta a história de um artesão pobre que faz peças em madeira. Seu nome é Gaspar Morar, que se sacrifica abnegadamente por outras pessoas: é um personagem tipo Jesus. Sob a temática “Jesus”, o livro Filho do Homem é a obra literária que mais admiro.
IHU On-Line - O que as obras literárias que têm Jesus como temática ensinam em termos culturais, religiosos e teológicos?
Karl-Josef Kuschel - Com os poetas podemos aprender que a pessoa e a causa de Jesus nunca se esgotam. Sempre precisam passar por nova inculturação. É preciso que cada cultura e cada época gerem sua narrativa específica sobre Jesus. Jesus e aquilo que ele representa são, em termos literários, um arquétipo, não no sentido de C.G. Jung [14], de um “subconsciente coletivo”, e sim como modelo de vida que não se desgasta, mas sempre volta a desafiar a que sejam reconfigurados criativamente.
“Se eu quisesse continuar estudando teologia mantendo tranquila minha própria consciência intelectual, eu precisava ocupar-me a fundo com as objeções da crítica da religião contra a fé ‘em Deus’” |
IHU On-Line - Qual foi o peso da cultura não religiosa, da filosofia crítica das coisas transcendentes e da metafísica na sua formação como teólogo? Que pontos o estudo desse tipo de literatura ressaltou em sua formação e na sua compreensão de Deus?
Karl-Josef Kuschel - Comecei a estudar teologia em fins dos anos 1960, início dos anos 70. Naquela época, predominavam no clima intelectual da Alemanha duas vertentes filosóficas de forte orientação pós-metafísica: o neomarxismo representado pela escola de Frankfurt [15] (Theodor W. Adorno [16], Max Horkheimer [17], Jürgen Habermas [18]) e o neorracionalismo (Karl Popper [19], Hans Albert). Em consequência disso, nós estudantes de teologia enfrentávamos toda a força do vento contrário que era a crítica moderna da religião de Ludwig Feuerbach [20], passando por Karl Marx [21] até chegar em Friedrich Nietzsche [22] e Sigmund Freud [23]. Se eu quisesse continuar estudando teologia mantendo tranquila minha própria consciência intelectual, eu precisava ocupar-me a fundo com as objeções da crítica da religião contra a "fé em Deus". E isso, de maneira tal que eu conseguisse dizer "sim" a Deus, não simplesmente ignorando, mas respeitando a crítica da religião.
IHU On-Line - Como a literatura de Heinrich Heine [24] sugere compreender a Deus diante das perguntas que nos colocamos sobre “por que o mundo é do jeito que é?”, “por que existe a maldade?” etc.?
Karl-Josef Kuschel - Poucas obras da literatura tanto exigiram de mim como as de Heinrich Heine [25]. Isso, principalmente na famosa questão da teodiceia, qual seja, de como um Deus justo e todo-poderoso não impede o imenso sofrimento de pessoas inocentes. Esta é uma das questões mais devastadoras para a pessoa que crê. Basta pensar no sem-número de pessoas que morreram na guerra ou por causa do terrorismo. Heinrich Heine interessou-me pelo modo como tratou essa questão. Residiu em Paris a partir de 1831. Era um dos intelectuais mais brilhantes da sua época. Em 1848, foi acometido de terrível doença que, pelos últimos oito anos da sua vida, o obrigou a viver no que ele chama de sua "cova no colchão". As dores do seu corpo ele entorpecia com ópio, porém sua mente continuava funcionando e acabou produzindo uma obra poética incomparável na literatura alemã: Romanzero (1852) e os Poemas 1853/54.
Sob o impacto da sua doença, Heine realiza um "retorno ao Deus dos nossos ancestrais", como ele diz, ou seja: ao Deus da Bíblia hebraica [Antigo Testamento]; afinal de contas, Heine descende de judeus. Em seus poemas, ele entabula uma conversa crítica com Deus sobre o sofrimento. Esse diálogo crítico me interessou como cristão, porque aborda temas bíblicos: [os livros de] Jó, Lamentações, salmos de lamentação. Heine adota uma terceira via na questão da teodiceia, uma via que vai além do ateísmo e da teologia da submissão. Ele não rompe com Deus, mas não se submete aos "insondáveis desígnios" de Deus, e sim se queixa, cobra justificativa, acusa. Heine aí desenvolveu uma teologia da rebelião contra Deus perante Deus. Ela me parece relevante também para as pessoas de hoje. Tudo isso se encontra no meu livro Gottes grausamer Spass? Heinrich Heines Leben mit der Katastrophe [Cruel brincadeira de Deus? Heinrich Heine convivendo com a catástrofe], publicado em 2002.
“Fiquei impressionado com o fato de que é possível rejeitar o 'consolo metafísico' com base no conceito de si” |
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IHU On-Line - Em seu texto Narrar Deus: Meu caminho como teólogo com a literatura [26], o senhor comenta o livro The dying animal (O animal agonizante), de Philip Roth [27] como um dos que mais ama, especialmente por causa da “perturbação da autossegurança e pela impotência da pessoa ciente”. Como a figura de Deus se manifesta nessa obra e pode ser entendida na relação entre Kepesh e Consuelo?
Karl-Josef Kuschel - Em Dying animal a questão é mais o ser humano do que Deus. Ali, Roth apresenta sucinto e contundente histórico de doença, desmascarando radicalmente dois modos de vida que encontramos hoje: o hedonismo e o sexismo. Kepesh, professor catedrático e crítico literário, representa o atual espírito do hedonismo, principalmente na sua relação com as mulheres. É divorciado, descarta qualquer vínculo permanente, de vez em quando vai para a cama com uma mulher que executará essa cópula de modo tão funcional quanto ele. Auge desse hedonismo vem a ser a "conquista" de uma das suas alunas, de nome Consuelo; ele se acha o máximo por conseguir fazer com que uma mulher tão jovem e maravilhosa se apaixone por ele, homem de mais idade. Ela possui "os mais belos seios do mundo". Veja só o prazer de ele ir para a cama com ela, a maior afirmação da sua potência masculina. Então vem a separação. Ele passa a sofrer como um cachorro. Não era coisa com que estivesse acostumado. Aí Consuelo volta, contando que tem câncer de mama. Está prevista a amputação dos "mais lindos seios do mundo".
Esse é o ponto crucial e dramático que Philip Roth tenta transmitir. Ele expõe seu protagonista a um teste radical. Ele se pergunta: o que fazer? O que ainda pode fazer? Hedonismo e sexismo acabam desmascarados. O autor problematiza esse tipo de gente sem propor moralismo algum. Mesmo em nível literário ele não sugere qualquer receita de conduta correta. Ele coloca a nós leitores simplesmente como testemunhas de uma situação fictícia, porém realista, repassando a nós os questionamentos. Para a recepção teológica isto é de suma importância. Precisamos da literatura não como solução, mas como parceira no diálogo.
IHU On-Line - Nesse mesmo texto, o senhor comenta sobre a obra O estrangeiro, de Camus. Como interpreta a rejeição à religião demonstrada na obra do autor e a posição do personagem, que mesmo consciente de sua finitude, renega a transcendência?
Karl-Josef Kuschel - Quando li O Estrangeiro, de Camus [28], enquanto estudante de teologia, fiquei bastante impressionado; eu estava naquela fase da vida que descrevi acima: buscando uma resposta digna de crédito para a pergunta por Deus. Camus me apresentou uma pessoa condenada à morte sendo visitada na cela por um sacerdote. A "oferta de sentido" desse padre ele rejeita sem meias palavras, não por arrogância, mas com certo orgulho, pelo conceito que tinha de si, justamente face à morte. Fiquei impressionado com o fato de que é possível rejeitar o "consolo metafísico" com base no próprio conceito de si, e também perante representantes da religião a se apresentarem com tanta confiança como o padre na narrativa de Camus. Eu me propus o seguinte: se é que você acredita em Deus, então por razões outras que não as desse padre.
IHU On-Line - Como devemos entender o cristianismo? Por que ele passou a ser visto como uma “ética social”? A literatura e a teoria crítica influenciaram nesse processo?
Karl-Josef Kuschel - O fato de o cristianismo ser entendido como ética ou, mais estritamente, como ética social, é produto do Esclarecimento [ou Iluminismo] [26], cujas consequências tardias estamos vendo hoje. Mas eu não o lamento. Pelo contrário, diante de tanta frieza social mundo afora, tanto cinismo e desprezo pelo ser humano, incontáveis pessoas se entregam a ideais sociais, mesmo não sendo religiosas. Como cristão, sinto-me ligado a essas pessoas. Prefiro mil vezes humanistas com sensibilidade social a cristãos socialmente indiferentes.
Pessoalmente não reduzo minha existência como cristão a uma ética social. Minha fé cristã está ancorada, em primeiro lugar, no fato de que cada pessoa é imagem de Deus; a isto se liga uma mensagem fundamental: a de que cada pessoa, seja qual for seu gênero, sua raça ou cor, tem uma dignidade concedida por Deus, portanto indestrutível. Além disso, [minha fé está ancorada] no discipulado de Jesus, que nos legou a seguinte mensagem fundamental: "O que fizeres ao mais insignificante irmão ou irmã, a mim o farás". Por que procedo desta forma? Porque a minha existência como cristão se baseia em algo mais profundo, que também abrange aspectos como fracassar, extinguir-se, morrer. Neste aspecto, transcendi Camus, o qual, ao fim e ao cabo, só conseguiu propor uma filosofia do absurdo.
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“Minha existência como cristão se baseia em algo mais profundo, que também abrange aspectos como fracassar, extinguir-se, morrer” |
IHU On-Line – Deseja acrescentar algo?
Karl-Josef Kuschel - Além das questões "metafísicas", para cujo esclarecimento me tem ajudado a literatura universal, desde os anos 1990 estou me dedicando a outro desafio: o pluralismo das religiões. Acontece que minha existência como cristão é questionada não só pelo secularismo e pelo ateísmo, mas também pela presença de outras religiões: judaísmo, islamismo, budismo, hinduísmo etc. Eu precisava adquirir competência no diálogo inter-religioso. Aí a literatura me ajudou, mais uma vez. Sobre o Islã escrevi o livro Vom Streit zum Wettstreit der Religionen: Lessing und die Herausforderung des Islam [Passando da disputa para a competição entre as religiões: Lessing e o desafio do Islã]. Sobre o budismo publiquei um estudo referente aos três notáveis poemas de Rainer Maria Rilke [30]: Rilke und der Buddha. Die Geschichte eines einzigartigen Dialogs [Rilke e o Buda. A História de um diálogo singular]. Atualmente estou envolvido num trabalho mais amplo sobre Buda e Laotse, como eles se refletem nas obras de Hermann Hesse e Bertolt Brecht [31]. Mas isso é outra história. Ela extrapolaria o espaço cabível no nosso diálogo.
Por Márcia Junges e Patricia Fachin | Tradução: Walter O. Schlupp
Notas:
[1] André Gide (1869-1951): escritor francês. (Nota da IHU On-Line)
[2] James Augustine Aloysius Joyce (1882-1941): escritor irlandês considerado um dos autores de maior relevância do século XX. Suas obras mais conhecidas são o volume de contos Dublinenses (1914) e os romances Retrato do artista quando jovem (1916), Ulisses (1922) e Finnicius Revém (1939). (Nota da IHU On-Line)
[3] Thomas Mann (1875-1955): romancista alemão, considerado como um dos maiores do século XX. Recebeu o prêmio Nobel da Literatura em 1929. Foi o irmão mais novo do romancista Heinrich. Ganhou repercussão internacional, aos 26 anos, com sua primeira obra, Os Buddenbrooks (Buddenbrooks), romance que conta a história de uma família protestante de comerciantes de cereais de Lübeck ao longo de três gerações. (Nota da IHU On-Line)
[4] José Saramago (1922-2010): escritor português, Nobel de Literatura em 1998. Conhecido por utilizar-se de frases e períodos longos, escreveu, entre outros, Os Poemas Possíveis (1966), Provavelmente Alegria (1970); Deste Mundo e do Outro (1971); Teatro: A Noite (1979); Que Farei com Este Livro? (1980); Contos: Objecto Quase (1978); Romance: Levantando do chão (1980), A jangada de pedra (1986); A caverna (2001), O homem duplicado (2002); Ensaio sobre a lucidez (2004). (Nota da IHU On-Line)
[5] Mikhail Afanásievitch Bulgákov (1891 – 1940): escritor e dramaturgo russo da primeira metade do século XX. Seus trabalhos mais conhecidos são o romance O Mestre e Margarida e a novela satírica Coração de Cão, na qual critica o sistema social comunista. (Nota da IHU On-Line)
[6] Boris Leonidovitch Pasternak (1890-1960): poeta e romancista russo. (Nota da IHU On-Line).
[7] Chinghiz Aitmatov (1928-2008): escritor que publicou trabalhos tanto na língua russa, quanto em quirguiz. É reconhecidamente um dos maiores nomes da literatura do Quirquistão.
[8] Ernest Hemingway [Ernest Miller Hemingway] (1899-1961): escritor estadunidense. Trabalhou como correspondente de guerra em Madrid durante a Guerra Civil Espanhola. Essa experiência inspirou uma de suas maiores obras Por quem os sinos dobram. Ao fim da Segunda Guerra Mundial, se instalou em Cuba. (Nota da IHU On-Line)
[9] William Cuthbert Faulkner (1887-1962): considerado um dos maiores escritores norte-americanos do século XX. Em 1949 foi nomeado Prêmio Nobel de Literatura. (Nota da IHU On-Line)
[10] Toni Morrison (1931): escritora, editora e professora norte-americana. Recebeu o Prêmio Nobel de Literatura de 1993, por seus romances, que relatam as experiências de mulheres negras nos Estados Unidos durante os séculos XIX e XX. Seu livro de estreia, O olho mais azul (1970), é um estudo sobre raça, gênero e beleza — temas recorrentes em seus últimos romances. (Nota da IHU On-Line)
[11] Jorge Luiz Borges (1899-1986): escritor, poeta e ensaísta argentino, mundialmente conhecido por seus contos. Sua obra se destaca por abordar temáticas como filosofia (e seus desdobramentos matemáticos), metafísica, mitologia e teologia. Sobre Borges, confira a edição 193 da IHU On-Line, de 28-08-2006, intitulada Jorge Luiz Borges. A virtude da ironia na sala de espera do mistério, disponível para download em http://bit.ly/ihuon193. (Nota da IHU On-Line)
[12] Augusto Roa Bastos (1917-2005): escritor paraguaio. Recebe diversos reconhecimentos públicos pelo mérito, originalidade e qualidade da sua obra, entre os quais o "Concours International de Romans Losada" (1959), o "Prix du Memorial de America Latina" (1988). Sua obra está traduzida para cerca de 25 idiomas. (Nota da IHU On-Line)
[13] Mario Vargas Llosa (1936): escritor de língua espanhola, romancista, jornalista, ensaista e político. (Nota da IHU On-Line)
[14] Carl Gustav Jung (1875-1961): psiquiatra suíço. Colega de Freud, estudou medicina e elaborou estudos no campo da psicologia, discutindo os conceitos de introversão e extroversão. (Nota da IHU On-Line)
[15] Escola de Frankfurt: Escola de pensamento formada por professores, em grande parte sociólogos marxistas alemães. Abordou criticamente aspectos contemporâneos das formas de comunicação e cultura humanas. Deve-se à Escola de Frankfurt a criação de conceitos como indústria cultural e cultura de massa. Entre os principais professores e acadêmicos da Escola podemos destacar: Theodor Adorno (1903-1969), Max Horkmeimer (1885-1973), Walter Benjamin, Herbert Marcuse (1917-1979), Franz Neumann, entre outros. (Nota da IHU On-Line)
[16] Theodor Adorno [Theodor Wiesengrund Adorno] (1903-1969): sociólogo, filósofo, musicólogo e compositor, definiu o perfil do pensamento alemão das últimas décadas. Adorno ficou conhecido no mundo intelectual, em todos os países, em especial pelo seu clássico Dialética do Iluminismo, escrito junto com Max Horkheimer, primeiro diretor do Instituto de Pesquisa Social, que deu origem ao movimento de ideias em filosofia e sociologia que conhecemos hoje como Escola de Frankfurt. Sobre Adorno, confira a entrevista concedida pelo filósofo Bruno Pucci à edição 386 da Revista IHU On-Line, intitulada Ser autônomo não é apenas saber dominar bem as tecnologias, disponível para download em http://bit.ly/ihuon386. A conversa foi motivada pela palestra Theodor Adorno e a frieza burguesa em tempos de tecnologias digitais, proferida por Pucci dentro da programação do Ciclo Filosofias da Intersubjetividade. (Nota da IHU On-Line)
[17] Max Horkheimer (1895-1973): filósofo e sociólogo alemão, conhecido especialmente como fundador e principal pensador da Escola de Frankfurt e da teoria crítica. (Nota da IHU On-Line)
[18] Jürgen Habermas (1929): filósofo alemão, principal estudioso da segunda geração da Escola de Frankfurt. Herdando as discussões da Escola de Frankfurt, Habermas aponta a ação comunicativa como superação da razão iluminista transformada num novo mito, o qual encobre a dominação burguesa (razão instrumental). Para ele, o logos deve contruir-se pela troca de ideias, opiniões e informações entre os sujeitos históricos, estabelecendo-se o diálogo. Seus estudos voltam-se para o conhecimento e a ética. (Nota da IHU On-Line)
[19] Karl Popper (1902-1994): filósofo austríaco-britânico. Destacou-se como filósofo social e político e como defensor da democracia liberal. É conhecido como o criador do conceito de falseabilidade, que a coloca como uma característica fundamental para a demarcação científica de uma teoria. De acordo com este pensamento, uma teoria só será científica se puder ser falseada, isto é, colocada a prova diante da experiência. (Nota da IHU On-Line)
[20] Ludwig Feuerbach (1804-1872): filósofo alemão, reconhecido pela influência que seu pensamento exerce sobre Karl Marx. Abandona os estudos de Teologia para tornar-se aluno de Hegel, durante dois anos, em Berlim. De acordo com sua filosofia, a religião é uma forma de alienação que projeta os conceitos do ideal humano em um ser supremo. É autor de A essência do cristianismo (2ª ed. São Paulo: Papirus, 1997). (Nota da IHU On-Line)
[21] Karl Marx (Karl Heinrich Marx, 1818-1883): filósofo, cientista social, economista, historiador e revolucionário alemão, um dos pensadores que exerceram maior influência sobre o pensamento social e sobre os destinos da humanidade no século XX. Leia a edição número 41 dos Cadernos IHU ideias, de autoria de Leda Maria Paulani, tem como título A (anti)filosofia de Karl Marx, disponível em http://bit.ly/173lFhO. Também sobre o autor, confira a edição número 278 da IHU On-Line, de 20-10-2008, intitulada A financeirização do mundo e sua crise. Uma leitura a partir de Marx, disponível em http://bit.ly/ihuon278. Leia, igualmente, a entrevista Marx: os homens não são o que pensam e desejam, mas o que fazem, concedida por Pedro de Alcântara Figueira à edição 327 da IHU On-Line, de 03-05-2010, disponível em http://bit.ly/ihuon327. A IHU On-Line preparou uma edição especial sobre desigualdade inspirada no livro de Thomas Piketty O Capital no Século XXI, que retoma o argumento central da obra de Marx O Capital, disponível em http://bit.ly/IHUOn449. (Nota da IHU On-Line)
[22] Friedrich Nietzsche (1844-1900): filósofo alemão, conhecido por seus conceitos além-do-homem, transvaloração dos valores, niilismo, vontade de poder e eterno retorno. Entre suas obras figuram como as mais importantes Assim falou Zaratustra (9. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998), O anticristo (Lisboa: Guimarães, 1916) e A genealogia da moral (5. ed. São Paulo: Centauro, 2004). Escreveu até 1888, quando foi acometido por um colapso nervoso que nunca o abandonou até o dia de sua morte. A Nietzsche foi dedicado o tema de capa da edição número 127 da IHU On-Line, de 13-12-2004, intitulado Nietzsche: filósofo do martelo e do crepúsculo, disponível para download em http://bit.ly/Hl7xwP. A edição 15 dos Cadernos IHU em formação é intitulada O pensamento de Friedrich Nietzsche, e pode ser acessada em http://bit.ly/HdcqOB. Confira, também, a entrevista concedida por Ernildo Stein à edição 328 da revista IHU On-Line, de 10-05-2010, disponível em http://bit.ly/162F4rH, intitulada O biologismo radical de Nietzsche não pode ser minimizado, na qual discute ideias de sua conferência A crítica de Heidegger ao biologismo de Nietzsche e a questão da biopolítica, parte integrante do Ciclo de Estudos Filosofias da diferença — Pré-evento do XI Simpósio Internacional IHU: O (des)governo biopolítico da vida humana. Na edição 330 da Revista IHU On-Line, de 24-05-2010, leia a entrevista Nietzsche, o pensamento trágico e a afirmação da totalidade da existência, concedida pelo Prof. Dr. Oswaldo Giacoia e disponível para download em http://bit.ly/nqUxGO. Na edição 388, de 09-04-2012, leia a entrevista O amor fati como resposta à tirania do sentido, com Danilo Bilate, disponível em http://bit.ly/HzaJpJ. (Nota da IHU On-Line)
[23] Sigmund Freud (1856-1939): neurologista, fundador da psicanálise. Interessou-se, inicialmente, pela histeria e, tendo como método a hipnose, estudou pessoas que apresentavam esse quadro. Mais tarde, interessado pelo inconsciente e pelas pulsões, foi influenciado por Charcot e Leibniz, abandonando a hipnose em favor da associação livre. Estes elementos tornaram-se bases da psicanálise. Freud nos trouxe a ideia de que somos movidos pelo inconsciente. Freud, suas teorias e o tratamento com seus pacientes foram controversos na Viena do século XIX, e continuam ainda muito debatidos hoje. A edição 179 da IHU On-Line, de 08-05-2006, dedicou-lhe o tema de capa sob o título Sigmund Freud. Mestre da suspeita, disponível em http://bit.ly/ihuon179. A edição 207, de 04-12-2006, tem como tema de capa Freud e a religião, disponível em http://bit.ly/ihuon207. A edição 16 dos Cadernos IHU em formação tem como título Quer entender a modernidade? Freud explica, disponível em http://bit.ly/ihuem16. (Nota da IHU On-Line)
[24] Heinrich Heine (1797-1856): poeta romântico alemão, conhecido como “o último dos românticos.” Boa parte de sua poesia lírica, especialmente a sua obra de juventude, foi musicada por vários compositores notáveis como Robert Schumann, Franz Schubert, Felix Mendelssohn, Brahms, Hugo Wolf, Richard Wagner e, já no século XX, por Hans Werner Henze e Lord Berners. (Nota da IHU On-Line)
[25] Heinrich Heine [Christian Johann Heinrich Heine] (1797-1856): poeta romântico alemão, conhecido como “o último dos românticos”. Boa parte de sua poesia lírica, especialmente a sua obra de juventude, foi musicada por vários compositores notáveis como Robert Schumann, Franz Schubert, Felix Mendelssohn, Brahms, Hugo Wolf, Richard Wagner e, já no século XX, por Hans Werner Henze e Lord Berners. (Nota da IHU On-Line)
[26] O texto está publicado em Cadernos Teologia Pública nº 61 e disponível no link http://migre.me/shw1h
[27] Philip Roth (1933): novelista norte-americano. (Nota da IHU On-Line)
[28] Albert Camus (1913-1960): escritor, novelista, ensaísta e filósofo argelino. Confira a entrevista Camus entre a emoção e a graça, concedida por Waldecy Tenório à IHU On-Line em 03-02-2010, disponível em http://bit.ly/ihu030210. (Nota da IHU On-Line)
[29] Iluminismo: movimento intelectual surgido na segunda metade do século XVIII (o chamado "século das luzes") que enfatizava a razão e a ciência como formas de explicar o universo. Foi um dos movimentos impulsionadores do capitalismo e da sociedade moderna. Foi um movimento que obteve grande dinâmica nos países protestantes e lenta porém gradual influência nos países católicos. O nome se explica porque os filósofos da época acreditavam estar iluminando as mentes das pessoas. É, de certo modo, um pensamento herdeiro da tradição do Renascimento e do Humanismo por defender a valorização do Homem e da Razão. Os iluministas acreditavam que a Razão seria a explicação para todas as coisas no universo, e se contrapunham à fé. (Nota da IHU On-Line)
[30] Rainer Maria Rilke, ou Rainer Maria von Rilke (1875-1926): foi um poeta de língua alemã do século XX. Escreveu também poemas em francês. Rilke fez seus estudos nas universidades de Praga, Munique e Berlim. Em 1894 fez sua primeira publicação, uma coleção de versos de amor, intitulados Vida e canções (Leben und Lieder). Não exerceu nenhuma profissão, tendo vivido, sempre, à custa de amigas nobres. (Nota da IHU On-Line)
[31] Bertold Brecht (1898-1956): escreveu poesia, teatro, ensaios e roteiros de cinema, lutando durante toda a sua vida pelos oprimidos. Assumiu uma clara posição de esquerda e procurou colocar a luta de classes no palco, utilizando-se da dialética. (Nota da IHU On-Line)
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Teologia e literatura na superação do absurdo. Entrevista especial com Karl-Josef Kuschel - Instituto Humanitas Unisinos - IHU