Indústria de calçados representa 42% dos novos postos de trabalho no Vale do Sinos

  • Terça, 24 de Março de 2015

Em fevereiro deste ano houve redução no número de postos de trabalho no Brasil, com saldo negativo de 2.415 vínculos. No mesmo período, o estado do Rio Grande do Sul e a Região Metropolitana de Porto Alegre apresentaram saldo positivo, com a geração de 3.220 novos postos de trabalho no estado e um acréscimo de 1.241 novos vínculos empregatícios na região.

Os dados apresentados são oriundos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED, disponibilizados mensalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. As informações apresentadas para o Brasil, Rio Grande do Sul e Região Metropolitana de Porto Alegre foram sistematizadas pelo Observatório Unilasalle: Trabalho, Gestão e Políticas Públicas e publicadas na “Carta do Mercado de Trabalho”.

A movimentação do mercado formal de trabalho no mês de fevereiro de 2015 para os 14 municípios da região Corede Vale do Rio dos Sinos e nos setores e subsetores de trabalho classificados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE foi sistematizada e analisada pela equipe do Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

A tabela 01 apresenta o número de trabalhadores admitidos e desligados nos municípios e região do Vale do Sinos em fevereiro de 2015 e o acumulado do ano, o saldo do mês no ano anterior e nos últimos doze meses.

No mês de fevereiro, foram admitidos 17.278 trabalhadores e foram desligados 16.102. Com esta relação, o saldo para o mês foi positivo, com ganho de 1.176 postos. Novo Hamburgo apresentou a maior movimentação, sendo o município com o maior número de admitidos (3.847) e o maior número de desligados (3.932). Além deste, Canoas, São Leopoldo e Sapiranga também apresentaram movimentação – tanto nos admitidos quanto aos desligados – superior a 1.000 postos.

Dos 4 municípios já citados, apenas Novo Hamburgo apresentou resultado negativo para o mês, com redução de 85 postos. No mesmo mês do ano anterior o munícipio apresentava aumento de 688 postos. Apesar da queda, o município mantém o saldo positivo de 25 postos para o ano de 2015. Porém, nos últimos 12 meses houve queda de 2.142 postos no município.

Canoas apresentou a maior queda nos últimos 12 meses, com redução de 5.252 postos de trabalho. Entretanto, o mês de fevereiro foi positivo, gerando 70 postos, onde foram admitidos 3.710 e demitidos 3.640 trabalhadores. Apesar do aumento de fevereiro de 2015, no ano anterior, o mês de fevereiro apresentou aumento de 1.178 postos. Em 2015, o município continua com saldo negativo, apesar da alta de fevereiro, com redução de 107 postos.

Em 2015, São Leopoldo mantém a maior perda de postos de emprego, com redução de 254 postos. Nos últimos 12 meses, a queda se acentua, com queda de 626 postos. Em fevereiro de 2015 houve aumento de 76 postos, enquanto em fevereiro do ano anterior houve aumento de 397 postos.

Em fevereiro, além de Novo Hamburgo, apenas Araricá e Portão apresentaram queda nos postos de emprego. O primeiro obteve queda de 11 postos, enquanto o segundo, de 12. Araricá também apresentou a menor movimentação em 2015, onde foram 86 admitidos e 97 desligados.

O maior aumento de postos de trabalho em fevereiro de 2015 ocorreu em Nova Hartz. O município somou 304 novos postos. Em fevereiro do ano anterior o aumento havia sido de 315, enquanto em 2015 o município já soma aumento de 470 postos.

O segundo maior aumento ocorreu em Sapiranga com 205 postos, enquanto Campo Bom obteve aumento de 204 postos. O primeiro já soma um saldo positivo de 422 postos em 2015, enquanto o segundo, de 447.

A tabela 02 apresenta o saldo na região a partir da classificação IBGE Setor, tendo esta oito categorizações.

O setor de Serviços obteve aumento de 493 postos, onde apenas 3 municípios apresentaram queda no mesmo período nesse setor. Sapucaia do Sul diminuiu 37 postos nesse setor. Por sua vez, Canoas obteve criação de 178 postos, seguido de Esteio, com 86 novos postos.

O setor da Indústria de transformação apresentou destaque em Campo Bom, Nova Hartz e Sapiranga. Nova Hartz obteve o maior aumento, com a criação de 287 postos, enquanto Campo Bom registrou 215 novos postos.

O setor do comércio apresentou a única queda expressiva na região em fevereiro, com perda de 264 postos. O município que teve a maior queda foi Novo Hamburgo, com saldo negativo de 158.

Os demais setores apresentaram variações menores que os anteriores. A Construção Civil obteve queda de 5 postos, enquanto os serviços industriais de utilidade pública apresentaram um saldo positivo de 11 postos.

A partir destes dados observa-se que a região apresentou um aumento expressivo no setor da Indústria de transformação, com criação de 930 novos postos seguido do setor de Serviços, com saldo positivo de 493 vínculos.

Vale ressaltar que o setor da Indústria de transformação inclui as Indústrias calçadistas que historicamente se fazem presentes na região e a categoria Serviços inclui, também, os vínculos empregatícios ligados a saúde e educação.

A tabela 03 apresenta os dados do mesmo período e regionalização a partir da categorização de 25 subsetores. A informação foi organizada da seguinte forma: os dados estão apresentados em duas colunas, aliadas com a posição de cada subsetor – posição 1 refere-se ao setor com o maior saldo positivo e posição 25 refere-se ao setor com o maior saldo negativo.

Conforme a tabela 03 é possível identificar que a Indústria de calçados continua com uma participação grande na movimentação do mercado de trabalho. Este subsetor apresentou aumento de 716 postos só em fevereiro, representando 42% das vagas criadas nos 15 subsetores que obtiveram saldos positivos.

O subsetor do ensino apresentou o terceiro maior aumento, com criação de 157 postos. Em quarto, posicionou-se a Indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico, com a criação de 113 postos.

O comércio varejista apresentou a maior queda no mês com redução de 258 postos, seguido do subsetor dos transportes e comunicações com queda de 120 postos. Estes dois setores apresentaram 69% da redução dentre os 10 setores que obtiveram saldo negativo.