A Igreja deve se desculpar com os homossexuais, declara cardeal de Munique, do G9

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27 Junho 2016

Um cardeal declarou que a Igreja Católica deveria pedir desculpas por seu tratamento escandaloso e terrível para com a comunidade gay, o que não havia mudado até "muito recentemente".

A reportagem é publicada por The Irish Times, 24-06-2016. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.

Em Dublin, o cardeal Reinhard Marx disse: "A história dos homossexuais nas nossas sociedades é muito ruim porque nós contribuímos com a sua marginalização". Como Igreja e como sociedade, "temos também de 'pedir mil desculpas' ".

O cardeal alemão é membro do conselho de nove cardeais escolhidos pelo Papa Francisco para aconselhá-lo.

Até "muito recentemente", a Igreja, e também a sociedade em geral, tinha sido "muito negativa sobre os homossexuais... assim como toda a sociedade. Era um escândalo terrível", ele admitiu depois de falar em uma conferência no Trinity College.

Ele disse que havia "chocado" algumas pessoas no Sínodo Extraordinário dos Bispos em Roma, em outubro 2014 , quando perguntou como era possível acusar de inútil um relacionamento de anos entre pessoas do mesmo sexo em que ambos os homens tinham sido fiéis.

"Temos que respeitar as decisões das pessoas. Temos que respeitar também o fato de que alguns ficaram chocados, como eu disse no primeiro sínodo sobre a família, mas eu acho que isso é normal, não se pode considerar um relacionamento entre dois homens que são fiéis como se não fosse nada, como se não tivesse valor", ele acrescentou.

Arcebispo de Munique e de Freising, o cardeal Marx não se sentiu provocado quando perguntado pelo Irish Times sobre seu ponto de vista a respeito da declaração do secretário de Estado do Vaticano , o cardeal Parolin, de que o resultado de um referendo sobre igualdade de casamento, realizado na Irlanda no ano passado, seria "uma derrota para a humanidade".

Sem querer fazer julgamentos

O Cardeal Marx disse: "Eu não comento sobre os outros, porque isso não é bom". Por não pertencer ao contexto irlandês, ele estava "hesitante" em fazer qualquer julgamento, disse ele.

Ele falou com a mídia no Trinity College em Dublin depois de palestrar em uma conferência organizada pelo Instituto Loyola sobre 'O papel da Igreja em uma sociedade plural: livrar-se dela ou influenciá-la?'

Cabe ao Estado "aprovar regulamentações para que os homossexuais tenham direitos iguais ou quase iguais. . . mas o casamento é outra história", disse ele. O estado laico "tem de regular estas parcerias e colocá-los em uma posição justa, e nós, como Igreja, não podemos ser contra isso".

Mas "em toda a história da humanidade [o casamento] foi a relação entre um homem e uma mulher, duas pessoas abertas a trazer a próxima geração à vida e eu penso que essa é uma relação especial".

O Estado "deve ser laico. O Estado não é um Estado cristão. Mas a sociedade não é laica. A sociedade é cristã ou religiosa, não-religiosa, multirreligiosa, o que for", disse ele.

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