"Bergoglio deve ter o mesmo fim do Papa Luciani": uma tempestade episcopal

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27 Novembro 2015

Espanto e amargura. Embora oficialmente ninguém comente as palavras muito duras sobre Francisco, que, de acordo com a reconstrução do jornal Il Fatto Quotidiano, teriam sido pronunciadas pelo bispo de Ferrara, Luigi Negri – prelado do Comunhão e Libertação, uma das últimas nomeações de Bento XVI antes da renúncia –, em ambientes da Conferência Episcopal Italiana (CEI) vaza a informação de que é com esses sentimentos que se reagiu nessa quarta-feira à leitura da notícia.

A reportagem é de Paolo Rodari, publicada no jornal La Repubblica, 26-11-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Consternação por causa de posições que se consideram pessoais, isoladas e alheias ao sentir da Igreja. "Esperamos que, com Bergoglio, Nossa Senhora faça o milagre como fizeram com o outro", teria dito Dom Negri durante uma viagem no trem Frecciarossa do dia 28 de outubro.

O jornal Il Fatto defendeu que a referência a Negri seria à morte de Albino Luciani depois de 33 dias de pontificado. E que o motivo do ataque contra Francisco seriam as nomeações em Bolonha e Palermo de dois padres das ruas, Matteo Zuppi e Corrado Lorefice.

Comentários feitos em voz alta, mesmo que outras pessoas estivessem presentes. "Nomeações que ocorreram no mais absoluto desprezo de todas as regras", teria dito o prelado. "A nomeação de Bolonha é incrível. Eu prometi a Caffara (o arcebispo que está deixando o lugar a Zuppi por limites de idade) que vou fazer com que aquele ali (Zuppi) veja o que é bom para a tosse. A nomeação de Lorefice é ainda mais grave. Ele escreveu um livro sobre os pobres – mas o que ele sabe dos pobres?! – e sobre Lercaro e Dossetti, dois que destruíram a Igreja italiana."

Contatado pelo jornal Nuova Ferrara, Negri não desmentiu o que disse. "Alguém gravou?", perguntou. E ainda: "Este novo episódio explica todo o ódio teológico contra a Igreja".

À noite, porém, em uma carta à diocese, o arcebispo quis renovar publicamente a sua "total obediência ao Papa", anunciando que tinha pedido um encontro "filiar" com Francisco.

Pouco antes, um coirmão de Negri, Dom Michele Pennisi, arcebispo de Monreale, comentou ao jornal La Repubblica: "Se for verdade o que aconteceu, é uma coisa grave, sobre a qual eu estou em completo desacordo. Tais palavras não representam o episcopado italiano. Um bispo deve controlar sempre o que diz. Me telefonaram de Palermo, confirmando-me o afeto de todos por Lorefice".

Também foi claro o distanciamento do Comunhão e Libertação: "Tais afirmações, tão grosseiras na forma e inaceitáveis no conteúdo, a ponto de parecerem impossível provir de um arcebispo, são totalmente contrárias aos sentimentos do Comunhão e Libertação".

E ainda: "Desde o dia da eleição do cardeal Jorge Mario Bergoglio, o Pe. Carrón (presidente da Fraternidade de Comunhão e Libertação) não se cansa de indicar o testemunho e o magistério do Papa Francisco como fundamentais para a experiência e o caminho do Comunhão e Libertação, que deseja constantemente segui-lo afetiva e efetivamente em cada gesto e palavra sua".

Negri sempre defendeu posições contra a corrente. A uma pergunta sobre qual era o estado de espírito de um pastor da Igreja sobre o caso Ruby [escândalo sexual que envolveu o ex-primeiro-ministro italiano Berlusconi], ele respondeu: "Nunca se viu uma magistratura se mover com a prepotência com que isso está sendo feito hoje no país". Palavras claras também sobre a lei anti-homofobia – "um crime contra Deus e contra a humanidade" – e sobre o aborto, a causa "da crise econômica".

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