A alegria do mundo luterano pela visita do Papa Francisco à comunidade de Roma

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18 Novembro 2015

Desenvolveu-se sob a insígnia da cortesia por certo não de fachada e do afeto sincero o encontro entre a comunidade luterana de Roma e o Papa Francisco, que no domingo, 15 de novembro, visitou a igreja luterana da capital, na via Sicília, terceiro pontífice a fazê-lo após Wojtyla em 1983 e Ratzinger em 2010. Também nesta ocasião, assim como ocorreu na recente visita ao Templo valdense de Turim, Bergoglio não se subtraiu a uma assunção de responsabilidades pelos fatos do passado, que neste caso assumiu, todavia, os tons de uma solicitação para um perdão recíproco: “Houve tempos pesados entre nós. Pensemi nas perseguições entre nós, com o mesmo batismo, pensem em tantos queimados vivos: devemos pedir-nos perdão por isto, pelo escândalo da divisão, porque todos, luteranos e católicos, estamos nesta escolha, não em outras escolhas: a escolha do serviço como ele nos indicou sendo servo do Senhor”.

A reportagem é de Claudio Geymonat, publicada por Riforma, 16-11-2015. A tradução é de Benno Dischinger.

“Os rostos radiosos e cheios de alegria de todos aqueles que lotavam a igreja expressaram mais e melhor do que qualquer palavra os sentimentos dos luteranos pela visita do Pontífice”, afirmou Jens-Martin Kruse, pastor da comunidade da capital, em sua calorosa saudação de boas vindas. O encontro se desenvolveu, assim, num clima fraterno, com um primeiro momento reservado às intervenções do público, ao qual seguiu a celebração de um culto em conjunto.

Francisco respondeu voluntariamente às perguntas dos presentes, também quando estes puseram o dedo na chaga das diatribes teológicas, com referência particular à questão eucarística: quando uma mulher de fé luterana, casada com um católico romano, lhe perguntou quais sejam os passos que se pode dar para chegar finalmente a lima comunhão sobre este ponto que divide os cristãos também no interior das famílias, Bergoglio respondeu: “É verdade que num certo sentido compartilhar é dizer que não há diferenças entre nós, que temos a mesma doutrina – sublinho a palavra, palavra difícil de entender – porém eu me pergunto: mas não temos o mesmo batismo? E, se temos o mesmo batismo, devemos caminhar juntos. Você é um testemunho de um caminho também profundo porque é um caminho conjugal, um caminho próprio de família, de amor humano e de fé compartilhada. Temos o mesmo batismo... Sempre fazemos referência ao batismo: “Uma fé, um batismo, um Senhor”, assim nos diz Paulo, e tiremos as consequências. Falem com o Senhor e vão em frente. Não ouso dizer mais nada”.

Particularmente emocionante foi o pensamento dirigido às vítimas dos atentados de Paris, com a invocação ao Senhor para que Ele acolha as almas no seu Reino e dê força aos seus familiares. “Somos gratos à Comunidade Luterana de Roma pelos esforços profusos em tornar possível este importante evento que confirma a relevância do empenho ecumênico e demonstra como os elementos em comum entre a Igreja Luterana e a Igreja Católica Romana sejam decididamente mais importantes do que as diferenças porventura existentes – disse Christiane Groehen, presidente do Sínodo da Celi (a Comunidade Evangélica Luterana na Itália) – Foi uma belíssima jornada e fiquei particularmente impressionada por dois gestos do Papa Francisco: quando afirmou que “devemos pedir-nos perdão pelo escândalo da divisão” entre católicos e luteranos e quando homenageou a comunidade de Roma com um cálice da Santa Ceia, de alto valor simbólico”.

Do pastor luterano Kruse: “Com o Papa Francisco há uma amizade de coração”.

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