Conservadores dos EUA posicionam-se contra o ''papa verde''

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18 Junho 2015

"O papa deveria se preocupar com os seus negócios." Ainda não tinham sido publicadas as antecipações da nova encíclica de Francisco sobre o clima, quando o senador de Oklahoma, James Inhofe, tinha lhe oferecido esse conselho, que enquadra bem a dureza do confronto em curso entre os conservadores estadunidenses e o pontífice. Uma divergência que também toca outros temas, da reprodução à luta contra a pobreza, mas está destinada a surgir de forma aberta quando a Laudato si' for publicada.

A reportagem é de Paolo Mastrolilli, publicada no jornal La Stampa, 17-06-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Inhofe vem de um Estado produtor de petróleo. Ele recebeu na sua carreira ao menos dois milhões de dólares em financiamentos eleitorais da indústria da extração e é conhecido como o negacionista mais determinado do aquecimento global.

No ano passado, para provar que o aquecimento não existe, ele tinha jogado uma bola de neve na sala do Senado. Mas ele é presidente da Comissão de Meio Ambiente e, como tal, tem um impacto sobre as decisões tomadas pelo Congresso nesse campo.

Inhofe não é o único que pensa assim. O CEO da Exxon, por exemplo, não aceita a existência do aquecimento global. No momento, o único dos 26 candidatos presidenciais republicanos que o admitiu foi a senadora da Carolina do Sul, Lindsey Graham, que, nas pesquisas, custa a superar o 1% de aprovação.

O suposto favorito, Jeb Bush, vem de uma família que construiu a sua fortuna sobre a extração de petróleo e, há poucos dias, ele disse que "quem acredita estar resolvido de forma definitiva o debate sobre as mudanças climáticas é um arrogante".

Dessa forma, Jeb, convertido ao catolicismo para acompanhar a esposa mexicana, Columba, chamou o próprio papa de arrogante. E, nessa terça-feira, falando em New Hampshire, ele acrescentou que "não vou receber ordens do pontífice".

É uma questão muito sério para os fiéis conservadores. Por exemplo, o ex-senador Santorum, outro candidato à presidência, advertiu que ele vai se reservar o direito de distinguir entre as declarações feitas por Francisco em matéria teológica, na qual é infalível, e as políticas, sobre as quais ele pode errar como qualquer ser humano e, portanto, não deve ser necessariamente obedecido.

O problema, porém, é que a encíclica do papa se baseia precisamente na teologia e, em particular, no fato de que a Terra foi criada por Deus e oferecida aos homens, que, portanto, têm o dever de protegê-la e restituí-la intacta quando Deus decidir.