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O Reino cristão do não crente Carrère. Artigo de Massimo Faggioli

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10 Abril 2015

No livro Il Regno, Emmanuel Carrère motiva existencialmente a escolha de escrever um livro sobre o início da fé cristã ou, melhor, de escrever a história daqueles que escreveram os livros fundadores do cristianismo.

O comentário é do historiador italiano Massimo Faggioli, professor de história do cristianismo da University of St. Thomas, em Minnesota, nos EUA. O artigo foi publicado no sítio L'HuffingtonPost.it, 02-04-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Se há um modo apropriado de passar a Semana Santa que precede a Páscoa da Ressurreição do Senhor, pois bem, é optar por ir ao fundo da questão cristã, que é a questão de Jesus Cristo: é uma história verdadeira? Ele verdadeiramente ressuscitou? O que sabemos daqueles que nos contaram isso? São credíveis?

O livro de Carrère propõe isso, misturando autobiografia e pesquisa sobre a história das origens cristãs. O resultado é um livro obrigatório.

Nas primeiras 100 páginas de Il Regno [O Reino] (das mais de 400 do livro) Carrère motiva existencialmente a escolha de escrever um livro sobre o início da fé cristã ou, melhor, de escrever a história daqueles que escreveram os livros fundadores do cristianismo.

O nosso autor fala da sua "conversão" (palavra que ele mesmo coloca entre aspas), ocorrida há 25 anos e que durou poucos anos, "Paris, 1990-1993": uma conversão alimentada por um estudo do texto bíblico e, em particular, do Evangelho de João, acompanhada por mestres espirituais e por viagens no Oriente cristão, praticada não sem tensões dentro da relação de casal e vivida em um ambiente cultural como o francês já amplamente pós-cristão.

As primeiras páginas do livro de Carrère se inserem, nesse sentido, perfeitamente dentro daquele cânone filosófico-religiosa que é a marca da editora Adelphi: a busca espiritual, os mestres iniciáticos, Nietzsche, o orientalismo.

Depois das primeiras 100 páginas, o livro muda de registro e se torna uma investigação sobre os primeiros escritores cristãos, especialmente Lucas (autor dos Atos dos Apóstolos) e Paulo, o verdadeiro fundador da narrativa cristã.

Carrère reconstrói biografia e psicologia de Lucas e Paulo, e daqueles que os acompanham, o clima político e social das décadas entre o ano 50 e o ano 90, naquele berço mediterrâneo do cristianismo: a Grécia, a Judeia e Roma.

Perseguições ferozes, imperadores e seus amantes, campanhas militares e projetos de carreira dos intelectuais na folha de pagamento do Império Romano, diversas culturas da sexualidade e da família no primeiro século: todo esse quadro paratextual (em relação ao texto do Novo Testamento), atualizado e convertido em língua atual, restitui-nos as dinâmicas de protagonismo dentro da comunidade dos seguidores de Jesus nas suas ambiguidades religiosas e na passagem epocal entre o judaico-cristianismo e o cânone cultural e político greco-latino.

Essas 300 páginas centrais são a parte mais difícil do livro – mais difíceis de escrever e de ler. A surpresa está na quase ausência do relato do personagem principal, Jesus de Nazaré, se não por referências indiretas e nas últimas páginas do livro: um modo para falar da ausência do verdadeiro Jesus histórico dos relatos dos primeiros escritores, fruto de uma elaboração pessoal da sua fé recebida.

A terceira parte do livro são as últimas 20 páginas, o epílogo, em que Carrère faz as contas desse trabalho de "construção" de Jesus de Nazaré como o Cristo, delineando as continuidades entre o trabalho de Paulo e Lucas e a fundação e os fundamentos do cristianismo institucional, da Igreja imperial e da cristandade sociológica que sobreviveu até há alguns anos no nosso hemisfério.

O autor coloca tudo isso diante do verdadeiro anúncio de Jesus: o anúncio não da Igreja, mas do Reino (daí o título do livro). Carrère não o cita, mas é muito evidente aqui a referência ao padre e teólogo católico francês Alfred Loisy, que foi excomungado pelo Vaticano em 1908 por ter dito que "Jesus anunciou o Reino, mas, em vez disso, veio a Igreja".

A breve "descrição" do Reino feita por Carrère inicia com o canadense de 86 anos Jean Vanier, fundador da L'Arche (comunidades de vida que acolhem pessoas com deficiências mentais e os assistentes que cuidam deles) e termina com o relato da sua participação no rito do lava-pés da Quinta-feira Santa de uma dessas comunidades, muitos anos depois da sua conversão ao cristianismo e reconversão fora do cristianismo: "Devo admitir que, naquele dia, por um instante, entendi o que é o Reino".

O epílogo e, em particular, as últimas 15 páginas são poderosos e ressarcem o leitor pela fadiga das 300 páginas anteriores. Carrère entende o que é o cristianismo é hoje quando escreve: "O sacramento central do cristianismo poderia ter sido o lava-pés em vez da Eucaristia" (conjectura útil para compreender as tensões geradas pelo debate lançado pelo Papa Francisco sobre o acesso à comunhão dos divorciados em segunda união).

Carrère não é menos verdadeiro quando afirma: "Parece-me bonito que as pessoas se reúnam para ficarem o mais perto possível daquilo que há de mais pobre e vulnerável no mundo e em si mesmos. Digo a mim mesmo que o cristianismo é isso".

O escritor Carrère entende e sabe do cristianismo muito mais do que muitos cristãos "culturais", sem falar dos "ateus devotos". (Estou curioso para ver a acolhida que será reservada ao livro nos Estados Unidos em que vivo, pátria do cristianismo bem pensante e militante).

Há muitas razões pelas quais Il Regno merece ser lido e, em particular, três. A primeira razão diz respeito ao código de comunicação entre escritor e leitor, em que o escritor declara e assume como óbvia uma falta de fé de sua parte.

Se, nos documentários paracientíficos sobre o Sudário ou na ensaística neognóstica à la Dan Brown, joga-se sobre a credulidade popular do "não é verdade, mas eu acredito", aqui Carrère joga sobre a incredulidade da sua intelectualidade iluminista, mas, no fim, parece dizer "não acredito, mas é verdade". Carrère finge não acreditar ou, melhor, não pode acreditar que ele também acredita.

A segunda razão tem a ver com a espiritualidade dos gêneros literários usados no livro. As páginas em que Carrère fala de si mesmo (as primeiras 100 e depois as últimas) são aquelas em que ele fala mais do Outro (de Jesus, de Deus, do Reino), enquanto as páginas em que Carrère fala dos escritores Lucas, Paulo e João são aquelas em que ele mais revela de si mesmo (como escritor e como pessoa).

Essa inversão de papéis não é uma consequência inesperada da estrutura do livro, mas uma dinâmica fundamental da fé cristã: hoje, o elemento experiencial substituiu a já desaparecida pressão cultural e política exercida pelo cristianismo medieval e do início da modernidade.

A terceira razão é de natureza teológico-cultural. Il Regno é um livro que interpreta e inconscientemente começa a fazer parte de um momento espiritual para o cristianismo e, em particular, para o catolicismo de hoje – em síntese, chamemo-lo de "o efeito Papa Francisco": a saída de um certo paradigma legal-institucional e doutrinal precedente ao pós-moderno e o desembarque cansativo e cheio de incógnitas em um cristianismo pós-institucional.

Cumpre-se hoje (talvez) o trajeto iniciado em meados do século XX: a despedida do eclesiocentrismo (a Igreja que ocupa quase militarmente todo o discurso sobre Deus e sobre o cristianismo) para uma visão voltada para o reinocentrismo (o cristianismo como via de ascensão ao Reino de Deus) que passa pelo Cristocentrismo (a vida e a mensagem de Jesus como a norma de tudo).

À sua maneira, Carrère recapitula alguns séculos de pesquisa sobre o Jesus histórico, de reflexão teológica e fotografa um momento espiritual da Igreja de hoje: "Devo admitir que, naquele dia, por um instante, eu entendi o que o Reino".

Carrère nos tranquiliza e nos reassegura da ineficácia sacramental daquela Quinta-feira Santa: "No entanto, eu não gostaria, pelo fato de ter lavado pés, de ser tocado pela graça e voltar para casa convertido como 24 anos atrás. Por sorte, não acontece nada desse tipo".

Mas as últimas linhas deixam entrever bem mais do que uma porta entreaberta: "O livro que termino agora, eu o escrevi de boa-fé, mas tenta se aproximar de algo muito maior do que eu, a ponto de fazer com que essa boa-fé pareça bem pouca coisa, eu sei. Eu o escrevi trazendo atrás de mim o peso daquilo que sou: um homem inteligente, rico, com uma posição: igualmente deficiente para quem quer entrar no Reino. No entanto, eu tentei. E, no momento de deixá-lo, pergunto-me se este livro trai o jovem que eu fui e o Senhor em que aquele jovem acreditou ou, ao contrário, se ele permaneceu fiel a Ele, a seu modo. Não sei".


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