''O problema dos padres casados está na minha agenda." A última abertura do Papa Francisco

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22 Fevereiro 2015

O episódio aconteceu na terça-feira, 10 de fevereiro, mas o papa o divulgou somente nessa quinta-feira, durante o encontro com o clero romano. Durante a costumeira missa na Domus Santa Marta, Bergoglio abordou o tema do matrimônio dos sacerdotes.

A reportagem é do jornal La Repubblica, 19-02-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Na celebração, estavam presentes sete padres que festejavam o seu 50º aniversário de sacerdócio, mas também cinco sacerdotes que abandonaram o ministério, porque se casaram.

À pergunta de um dos padres presentes, Giovanni Cereti, sobre a questão dos padres casados (na qual se lembrava o caso das Igrejas orientais, em que os homens casados podem ser ordenados sacerdotes, e dos milhares de padres casados de rito latino que, ao contrário, não podem celebrar), Bergoglio respondeu de surpresa: "O problema está presente na minha agenda".

Trata-se de uma nova abertura do pontífice, que segue as aberturas que surgiram durante os trabalhos do Sínodo Extraordinário sobre a família, tais como as sobre os gays e sobre a eucaristia aos divorciados em segunda união.

Segundo notícias publicadas no Brasil, alguns meses atrás, o papa teria escrito ao cardeal brasileiro Claudio Hummes uma carta sobre a possibilidade de iniciar uma reflexão sobre o celibato eclesiástico, relativa aos chamados "viri probati", ou seja, homens de idade não jovem, casados, que levam uma vida familiar e religiosa exemplar, e aos quais alguns consideram que poderiam ser confiadas tarefas na Igreja como sacerdotes.

A notícia da carta de Francisco, no entanto, foi redimensionada pelo porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, para o qual "não há nenhuma carta do papa ao cardeal Hummes sobre a matéria indicada". Mas, acrescentou, o jesuíta, "é verdade que o papa convidou, em mais de uma ocasião, os bispos brasileiros a buscarem e proporem com coragem soluções pastorais que eles considerem como adequadas para enfrentar os grandes problemas pastorais do seu país".

Aos sacerdotes romanos reunidos na Sala Paulo VI, Bergoglio pediu que "recuperem o fascínio da beleza", isto é, "aquele estupor que te atrai e te mantém em contemplação, gerado pelo encontro com Deus", e dedicou uma longa passagem às homilias, àquela "ars celebrandi" que, para os sacerdotes, é "um verdadeiro desafio".

Justamente aos sacerdotes, o papa dedicou um novo tuíte: "Onde existem homens e mulheres que consagraram a Deus a sua vida, há alegria".

"Não sejam showmen", disse Francisco ao clero presente no encontro, depois de ter se referido à divisão entre aqueles sacerdotes que pregam espontaneamente e aqueles que o fazem em uma atmosfera artificial, distante daquele autêntico "estupor" que deve derivar da oração e do encontro divino.

Francisco insistiu sobre o "estupor", mas também sobre outros aspectos, como "entrar e fazer entrar no mistério": "Se sou excessivamente rubricista e rígido, então – explicou – toda a força está nessa forma Se sou o protagonista, nem sequer faço entrar no mistério". Ao contrário, com a sua atitude, o sacerdote "deve fazer com que o Senhor provoque".

Quem pediu ao pontífice uma "reflexão sobre um tema muito importante para os sacerdotes, que pregam bem, mas que sempre podem melhorar", foi o cardeal Agostino Vallini, vigário do papa para a diocese de Roma, que definiu a escuta do papa como um "banho salutar e uma luz no caminho sacerdotal".

Na introdução, o papa contou também uma simpática anedota: em 2005, quando interveio sobre o tema das homilias em uma "plenária" da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, o cardeal Jorge Mario Bergoglio recebe duas críticas de colegas ilustres, ambos alemães: o cardeal Meisner (que era o arcebispo de Colônia) e o então cardeal Joseph Ratzinger, que o repreendeu porque, no seu discurso, faltava o "sentir-se diante de Deus". "Ele tinha razão. Eu não falei disso", revelou o Papa Francisco.

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