Scola: quatro soluções para os divorciados recasados

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Por: André | 23 Setembro 2014

A quarta é a mais nova: confiar a comprovação da validade de um matrimônio diretamente ao bispo ou a um delegado seu, de forma não judicial. Com o arcebispo de Milão já são 10 os cardeais que desceram à arena contra as teses de Kasper-Bergoglio.

A reportagem é de Sandro Magister e publicada no sítio Chiesa.it, 22-09-2014. A tradução é de André Langer.

Com a aproximação do Sínodo, a oposição entre os partidários da mudança e os defensores da doutrina e da práxis bimilenar da Igreja católica em matéria de matrimônio acentua-se cada vez mais.

A oposição se manifesta também, e de maneira especial, nos mais altos níveis da hierarquia, entre os cardeais de primeira magnitude. Particularmente sobre o dilema entre o sim e o não à comunhão sacramental aos católicos divorciados e recasados no civil.

Os inovadores têm o seu aguerrido chefe de fileiras no cardeal e teólogo alemão Walter Kasper. Nenhum outro cardeal aliou-se publicamente a ele de maneira argumentada até agora. O único que lhe prometeu apoio foi o cardeal Reinhard Marx, arcebispo de Munique, que anunciou que levará ao sínodo um documento assinado pelos bispos alemães favoráveis à mudança.

Mas não é um mistério que do lado de Kasper está o Papa Francisco, que nunca disse pública e claramente o que pensava a este respeito, mas o fez intuir com o simples gesto de confiar precisamente a Kasper a relação introdutória ao Consistório de fevereiro passado, prova geral do próximo Sínodo, e que “preparou em comum” com ele – como revelou o próprio Kasper – as propostas de mudança contidas no seu discurso.

Ao contrário, os cardeais que se pronunciaram contra as teses de Kasper e em defesa da doutrina e da prática tradicional são numerosos e de renome.

Cinco destes cardeais foram os primeiros e o fizeram em várias ocasiões: a última, juntos em um livro de vários autores que está para ser publicado nos Estados Unidos e na Itália. São os cardeais Gerhard L. Müller, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Walter Brandmüller, Raymond L. Burke, Velasio De Paolis e Carlo Caffarra.

Assim como eles, intervieram publicamente e de maneira argumentada cinco outros cardeais: o espanhol Fernando Sebastián Aguilar; o arcebispo de Toronto, Thomas Collins; o australiano George Pell, prefeito na cúria da recém criada Secretaria para a Economia; o outro canadense Marc Ouellet, prefeito da Congregação para os Bispos, e o arcebispo de Milão, Angelo Scola.

Pell pronunciou-se escrevendo o prólogo de um livro que também está para ser publicado nos Estados Unidos e na Itália.

Ao passo que Ouellet e Scola intervieram com dois grandes ensaios no último número da edição norte-americana da Communio, a revista internacional de teologia fundada no começo da década de 1970 por Hans Urs von Balthasar, Henri de Lubac e Joseph Ratzinger.

Destes 10 cardeais, seis participarão do próximo Sínodo, a saber: os cardeais Müller, Burke, Caffarra, Pell, Ouellet e Scola.

Mas, no Sínodo se sentarão também outros cardeais que, seguramente, se manifestam em defesa da tradição, como são: Peter Erdö, a quem foi confiado a relação geral, Timothy M. Dolan, Willem Jacobus Eijk, Christoph Schönborn, Angelo Amato, Mauro Piacenza, Elio Sgreccia, Angelo Bagnasco.

O ensaio do cardeal Scola foi publicado na Communio e voltará a ser publicado, de forma abreviada, no próximo número da revista bolonhesa Il Regno.

De particular interesse são as propostas de solução dadas ao problema da comunhão aos divorciados recasados.

São quatro propostas feitas em plena continuidade com a doutrina e a prática tradicional sobre o matrimônio, mas não privadas de elementos inovadores, e que fazem referência:

- à comunhão espiritual ou “de desejo”;

- ao recurso ao sacramento da reconciliação mesmo que seja sem absolvição;

- à continência sexual enquanto perdurar a união civil;

- à comprovação da validade ou não do matrimônio não apenas pelos tribunais diocesanos ou da Rota, mas também com um procedimento canônico novo, mais ágil, não judicial e de competência do bispo do lugar.

Este último procedimento é proposto pelo cardeal Scola de maneira detalhada. E pode-se prever que terá muito eco no Sínodo.

Com a mesma intenção de “simplificar o procedimento tornando-o mais ágil”, o Papa Francisco instituiu, em 27 de agosto, uma comissão especial para a reforma dos processos matrimoniais canônicos, com a advertência de “salvaguardar o princípio da indissolubilidade do matrimônio”.

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