Leguminosa típica do cerrado, conhecida por favela, promove inclusão social de 2 mil agricultores familiares

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16 Setembro 2014

Uma leguminosa típica do cerrado, conhecida por favela (Dimorphandra molles), tem gerado renda e inclusão social para 2 mil agricultores, assentados da reforma agrária, pescadores, extrativistas, vazanteiros e guias turísticos, que vivem em 74 municípios dos estados dos Goiás, Minas Gerais, Bahia e Tocantins.

A reportagem é de Dalva de Oliveira, publicada pelo portal EcoDebate, 15-09-2014.

A favela desperta grande interesse na indústria farmacêutica. De seus frutos, colhidos entre maio e junho, são extraídas substâncias como a rutina, usada no tratamento do glaucoma e de doenças circulatórias, e a quercetina, açúcar utilizado em complementos alimentares.

Além de garantir melhora na qualidade de vida dos agricultores, o projeto Agroextrativismo Sustentável da Favela, vencedor do Prêmio Fundação BB de Tecnologia Social 2007, ajuda a preservar o bioma Cerrado, pois não são utilizados agrotóxicos no manejo da planta nem práticas nocivas ao meio ambiente. A tecnologia social foi concebida pelo Centro de Desenvolvimento Agroecológico do Cerrado (Cedac) e seus trabalhadores integram a Rede de Comercialização Solidária de Agricultores Familiares e Extrativistas do Cerrado (Coopecerrado).

De acordo com a coordenadora do Centro de Desenvolvimento Agroecológico do Cerrado (Cedac), Alessandra Karla da Silva, em 2013, o projeto obteve uma supersafra da favela com quase 300 toneladas, que corresponde ao rendimento de R$ 367,5 mil. O produto é vendido para empresas do Maranhão e de São Paulo, e as substâncias extraídas são exportadas para os Estados Unidos e Bélgica. O Cedac fez um estudo sobre a estimativa do extrativismo da favela e o resultado foi que só no ano 2013, o mercado internacional movimentou um total de 12 bilhões de dólares.

Com investimento social da Fundação BB, o Cedac implementou um centro de formação em agroecologia, em Goiânia (GO), que oferece às famílias cursos em manejo de frutos do cerrado, beneficiamento, produção agroecológica e certificação orgânica. Por ano, mais de 400 pessoas são capacitadas.

A Fundação BB investiu também na reaplicação de algumas tecnologias sociais e na compra de um micro-ônibus, utilizado no transporte dos cooperados durante a realização dos cursos. Além da favela, os agricultores também trabalham com outros vegetais do cerrado, como baru, jatobá, pequi e sucupira. No total são duzentas plantas manejadas, cultivadas e comercializadas pela Coopcerrado.