Monsanto tentou patentear tomates fraudando a lei de patentes

Mais Lidos

  • Mudanças climáticas: aprender a fazer as conexões. Artigo de Leonardo Boff

    LER MAIS
  • Com seca extrema, rio Amazonas deve baixar históricos 8 metros em setembro

    LER MAIS
  • “A política não é uma profissão, é o sentido que encontrei para a vida”. Entrevista com José Mujica

    LER MAIS

Newsletter IHU

Fique atualizado das Notícias do Dia, inscreva-se na newsletter do IHU


Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

Por: Caroline | 04 Julho 2014

A transacional Monsanto recorreu à fraude para tentar obter os direitos a um tomate que contem resistência natural a uma doença transmitida por fungos, chamada botrytis. O tomate não é modificado geneticamente, mas a Monsanto tentou manipular documentos para fazer acreditar que teria sido “inventado” pelo setor agroquímico, quando o verdadeiro criador foi a mãe natureza.

A reportagem é publicada por Observatório Sul-americano de Patentes, 03-07-2014. A tradução é do Cepat.

Fonte: http://goo.gl/glOjyA

Os tomates originalmente utilizados para esta patente vieram do banco genético internacional em Gatersleben, Alemanha, e demonstraram esta resistência durante muito tempo, muito antes de que a biotecnologia começassem suas artimanhas com a oferta de alimentos nos Estados Unidos.

As leis atuais estabelecem que “os procedimentos essenciais biológicos para a produção de plantas e animais” ficam excluídos da patentabilidade.

“Devido ao fato de que o tomate não é patenteável, a Monsanto reformulou deliberadamente a patente durante o prazo de exames para que parecesse que a engenharia estivesse envolvida. Contudo, uma leitura cuidadosa da patente demonstra que isto é simplesmente fraudulento. Estes tomates não foram produzidos mediante a transferência de DNA isolado. “O Escritório Europeu de Patentes deveria ter alertado sobre isso”, disse Christoph Then, da Não às Patentes sobre Sementes!. “Esta patente mostra o quanto é fácil para as empresas como a Monsanto evitar as proibições existentes na lei das patentes”.

A resistência natural a uma doença é uma característica de muitas variedades de plantas naturais: por exemplo, os “super” pepinos são uma antiga grande variedade de pepino que são naturalmente tolerantes a antracnosis, polvorento e mildiu, mancha angular e costra. Por acaso a Monsanto tentará patentear os pepinos também?

A biotecnologia quer que você aceite como verdadeiro que seu novo tomate transgênico púrpura trate de uma espécie de “cura” para o câncer de tudo (apesar de que várias plantas naturais, não patenteadas já fazem este trabalho) mesmo que nada disso tenha sido provado. O que é pior, a comunidade científica está recrutando pessoas doentes para provar seu novo e perigoso “alimento”.

Os jardineiros orgânicos estão bem cientes das plantas que são naturalmente resistentes às pragas e até o tempo em sua localidade. Também utilizam o plantio com pesticidas orgânicos para evitar o uso de produtos químicos cancerígenos perigosos como o RoundUp. Se a Monsanto acredita que possa patentear as práticas agrícolas que reportam há 10.000 anos, então algo está absurdamente mal.

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Monsanto tentou patentear tomates fraudando a lei de patentes - Instituto Humanitas Unisinos - IHU