Sínodo: ''O momento das escolhas corajosas está próximo''

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02 Julho 2014

Era 2009. Gerry Scotti, amado apresentador de TV italiano do Canale 5 – dos programas Passaparola a Chi vuol essere milionario? –, amado justamente porque encarna o homem comum, com uma vida normal, uma família feliz, sem excessos, havia se divorciado recentemente. E escrevera, "do fundo do coração", uma carta ao jornal Corriere della Sera para expressar o seu tormento de divorciado que não podia fazer a Comunhão, encontrando conforto nas palavras do cardeal Carlo Maria Martini, que precisamente naqueles dias convidava a Igreja a ter uma atitude de compreensão em relação aos fiéis que estão vivendo essa situação de sofrimento.

A reportagem é de Maria Volpe, publicada no jornal Corriere della Sera, 27-06-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis a entrevista.

Gerry, em cinco anos, desde o dia daquela carta, não mudou muita coisa, no entanto...

É verdade, não tive respostas oficiais, mas também é verdade que, dentro da Igreja, mudaram muitas coisas, começando pela renúncia do Papa Ratzinger à eleição do Papa Francisco, que está fortemente destinado a fazer uma reviravolta.

Portanto, à luz desse documento dos bispos – Instrumentum laboris –, você está otimista em relação a uma renovação da Igreja?

Absolutamente sim, estou convencido de que estamos perto de uma mudança, sinto que o momento das escolhas corajosas está próximo.

Por que o senhor se preocupa tanto com a Comunhão aos divorciados?

Porque é um sofrimento participar da missa e não poder se aproximar da Comunhão. Além disso, especialmente nos pequenos centros onde todos se conhecem, quando você vai à igreja aos domingos, todos olham para você. Se você é divorciado e faz a Comunhão, você está exposto ao escárnio público.

Mas você vai à igreja e faz a Comunhão, mesmo sendo divorciado?

Sou um pobre pecador, nem fanático, nem intolerante, e não sou um assíduo frequentador da missa, mas às vezes eu vou à igreja. Falei sobre o meu problema, quando jovem do interior, com o padre de aldeia, que não hesitou em nada a me dar a Comunhão.

Você se sentiu observado e julgado por causa disso?

Bem, senti os olhos sobre mim. Ouvia claramente a pergunta em voz baixa: "Como é que esse aí faz a Comunhão se é divorciado?". E isso é inadmissível. Punido duas vezes.

Em que sentido "punido duas vezes"?

A primeira punição vem do fracasso do projeto matrimonial. Eu acreditava que podia amar uma mulher por toda a vida, formar uma família. Depois, percebi que estava errado. Confessei-me por isso e sofri com isso. Por que devo ser punido uma segunda vez? Se sinceramente me arrependi pelo meu erro, por que a Comunhão me é negada?

O que lhe dá a convicção de estar certo?

As palavras do Papa Bergoglio, que, no dia da festa da família, disse: "Deus é bom, não veio para nos punir, mas para nos perdoar".

Que outras mudanças você desejaria para a Igreja?

Certamente, a Comunhão aos divorciados é um interesse pessoal meu, mas eu gostaria de outras pequenas grandes mudanças. Acima de tudo, a possibilidade de os padres se casarem.

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