Mata Atlântica registra seu maior desmatamento desde 2008

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28 Mai 2014

O desmatamento na Mata Atlântica aumentou 9% no período de julho de 2012 a junho de 2013 e atingiu 23.948 hectares, dos quais 23.142 hectares correspondem a floresta nativa, e 806 hectares, a regiões de restinga. A área equivale a 24 mil campos de futebol retirados do bioma mais ameaçado do país. Segundo a ONG SOS Mata Atlântica, responsável pelo levantamento, restam apenas 8,5% dos remanescentes florestais acima de 100 hectares. Se somados fragmentos acima de 3 hectares, o percentual sobe para 12,5%. Minas Gerais lidera a devastação.

A reportagem é de Cleide Carvalho, publicada pelo jornal O Globo, 27-05-2014.

Este é o terceiro período consecutivo de aumento na destruição de florestas nativas no bioma. Na pesquisa anterior, de 2011 a 2012, foram 21.977 hectares. Em 2010 e 2011, foram desmatados 14.090 hectares. No período de 2008 a 2010, quando foram pesquisados dois anos, a média anual ficou em 15.183. Neste último levantamento, a quantidade de área desmatada só ficou atrás do período de 2005 a 2008, quando foram suprimidos 102.938 hectares de mata, uma média anual de 34.313.

Só no estado “líder” do ranking do desmatamento foram 8.437 hectares destruídos. O principal destino das árvores cortadas são as carvoarias que abastecem fornos industriais, mas já se observa também a ocupação por plantações de soja. Os municípios de maior desmatamento são Ponto dos Volantes, Itatinga, Curral de Dentro e Novo Cruzeiro.

Em segundo lugar aparece o Piauí (6.633 hectares), onde as áreas desmatadas também são ocupadas pelo plantio de grãos. Entre os municípios de maior desflorestamento estão Manuel Emídio, Alvorada do Gurguéia e Eliseu Martins. A seguir estão Bahia (4.777 hectares) e Paraná (2.126). Juntos, os quatro estados são responsáveis por 92% da destruição de mata nativa.

Em junho de 2013, a pedido da SOS Mata Atlântica, o governo de Minas Gerais suspendeu a concessão de licenças e autorizações para a supressão de vegetação nativa no estado.

Apesar da queda de 64% no corte registrada após a medida, que reduziu o ritmo do desmatamento de 960 para 344 hectares por mês, o estado se manteve na liderança.

- A moratória para novos desmatamentos vence no próximo dia 13 de junho, e vamos pedir que o governo de Minas, diante do resultado positivo, prorrogue a medida até que o estado consiga sair deste ranking - afirmou Márcia Hirota, diretora executiva da SOS Mata Atlântica.

Márcia afirma que a ONG não é contra o desenvolvimento, mas ressalta que ele deve ocorrer obedecendo às leis do país, que há um ano adotou um novo Código Florestal.

- Num momento em que presenciamos problemas de oferta de água para consumo humano e que se mostra tão importante a preservação de mananciais e vegetação à beira de cursos d’água para garantir a vida, o desenvolvimento não pode ocorrer às custas do patrimônio de mata nativa do Brasil - diz ela.

Moratória será sugerida a estados

A moratória adotada por Minas Gerais será levada também como sugestão ao governo do Piauí, que, assim como ao da Bahia, tem reservas de Mata Atlântica que resistem em meio a outros biomas, como Caatinga e Cerrado.

No Paraná, além dos remanescentes da Serra do Mar, há preocupação com a região Centro-Sul do estado, onde resta pouco da floresta de araucárias. Na semana passada, o governo anunciou incentivos para que a iniciativa privada participe da preservação com a criação de reservas particulares do patrimônio natural (RPPN).

- Incentivos como o ICMS Ecológico e o pagamento por serviços ambientais, como os adotados no Rio de Janeiro, são exemplos que devem ser elogiados para alcançar taxas de desmatamento próximas a zero - afirma Márcia.

São Paulo e Rio sofrem com o chamado “efeito formiga”: desmatamentos pequenos em propriedades particulares, principalmente para dar lugar a construções. Esse tipo de desflorestamento dificilmente é detectado pelos radares.

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