Por uma verdadeira mobilização ética mundial. Francisco recebe dirigentes da ONU

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Por: Jonas | 12 Mai 2014

O Papa Francisco convidou o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon (na foto, à direita do Papa) e os demais dirigentes das Nações Unidas, que hoje foram recebidos no Vaticano, para promover “uma verdadeira mobilização ética mundial”, que “difunda e aplique um ideal comum de fraternidade e de solidariedade, especialmente para com os mais pobres e os excluídos”, e para que se oponha à “economia da exclusão”, "cultura do descarte” e “cultura da morte”.

 
Fonte: http://goo.gl/cocN0m  

A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi, publicada por Vatican Insider, 09-05-2014. A tradução é do Cepat.

Jorge Mario Bergoglio recebeu, na Sala do Consistório do Palácio Apostólico, o Conselho dos líderes executivos do sistema das Nações Unidas, organismo do qual fazem parte cerca de 50 membros oficiais (desde o presidente do Banco Mundial até o da Organização Mundial de Saúde), e que se reuniu ontem e hoje em sua reunião anual em Roma. A audiência foi realizada poucos dias após a audição da Santa Sé junto ao Comitê contra a tortura da ONU de Genebra, no início da semana, durante a qual a delegação vaticana foi submetida a numerosas perguntas sobre os abusos sexuais do clero contra menores. Entre a audição e o encontro de hoje com o Papa, “não há absolutamente nenhum nexo”, disse o porta-voz de Ban Ki-moon, Stephane Dujarric.

“Obrigado a todos vocês, que são os principais responsáveis do sistema internacional, pelo grande esforço realizado em favor da paz mundial e do respeito à dignidade humana, da proteção da pessoa, especialmente dos mais pobres e mais fracos, e do desenvolvimento econômico e social harmonioso”, disse em seu discurso pronunciado em espanhol o Papa argentino, que também elogiou os resultados dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, “especialmente em termos de educação e diminuição da pobreza extrema”.

Entretanto, o Papa destacou que “não se deve perder de vista, ao mesmo tempo, que os povos merecem e esperam frutos ainda maiores”, pois “uma parte importante da humanidade continua excluída dos benefícios do progresso e relegada, de fato, a seres de segunda categoria”. Os futuros Objetivos de Desenvolvimento Sustentável devem ser formulados, segundo Francisco, “de modo que efetivamente cheguem a incidir sobre as causas estruturais da pobreza e da fome, consigam melhoras substanciais em matéria de preservação do ambiente, garantam um trabalho decente e útil para todos e ofereçam uma proteção adequada à família, elemento essencial de qualquer desenvolvimento econômico e social sustentáveis. Trata-se, especialmente, de desafiar todas as formas de injustiça, opondo-se à ‘economia da exclusão’, ‘cultura do descarte’ e ‘cultura da morte’, que, infelizmente, podem se tornar uma mentalidade passivamente aceita”.

Animando a junta diretiva da ONU, Bergoglio convidou todos os membros a “continuar neste trabalho de coordenação da atividade dos Organismos internacionais, que é um serviço a todos os homens, convido-lhes a promover juntos uma verdadeira mobilização ética mundial que, para além de qualquer diferença de credo ou de opiniões políticas, difunda e aplique um ideal comum de fraternidade e solidariedade, especialmente com os mais pobres e excluídos”. Francisco concluiu seu discurso abençoando Ban Ki-moon e os demais membros da ONU.

O Papa também recordou, diante de todos os presentes, “um episódio de 2000 anos atrás, narrado no Evangelho de Lucas”, “o encontro de Jesus Cristo com o rico publicano Zaqueu, que tomou uma decisão radical de justiça, quando sua consciência foi despertada pelo olhar de Jesus”. Segundo Jorge Mario Bergoglio, “hoje, concretamente, a consciência da dignidade de cada irmão, cuja vida é sagrada e inviolável, desde a sua concepção até o fim natural, deve nos levar a compartilhar, com gratuidade total, os bens que a providência divina colocou em nossas mãos, tanto as riquezas materiais como as da inteligência e do espírito, e a restituir com generosidade e abundância o que injustamente negamos, antes, aos demais”.

O Papa recordou, no início de seu discurso, as muitas visitas que João Paulo II realizou às Organizações de Roma e suas viagens para Nova York, Genebra, Viena, Nairóbi e Haia. O secretário das Nações Unidas, Ban Ki-moon, voltou a convidar o Papa Francisco a visitar a sede da ONU, em Nova York. “O Papa Francisco – havia dito o secretário da ONU aos microfones da Rádio Vaticana, após a audiência pessoal em abril do ano passado – é um homem de paz e de ação, é voz para aqueles que não têm. Espero poder prosseguir com nossa conversa. Com este espírito, e seguindo a tradição de seus predecessores, tive a honra de convidar o Papa Francisco para que visite as Nações Unidas assim que lhe for possível”. Entre as regiões de crise que foram mencionadas por Ban Ki-moon, destacou-se, sobretudo, sua Coreia do Sul, que o Papa visitará em agosto para procurar ajudar no processo de paz entre as duas Coreias.

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