Violência em El Salvador. A interrupção da trégua

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Por: Jonas | 23 Abril 2014

Não há dúvida que o assunto fará parte da conversa entre o Papa e o presidente de El Salvador, Sánchez Cerén, que nestes dias viaja para o Vaticano (25 de abril), antes de assumir o mandato de governar o país (1º de junho). Foram dois anos de trégua e homicídios em descenso, mas agora o cessar-fogo entre as facções de El Salvador, que foi acordada no dia 9 de março de 2012, graças à mediação da Igreja, cambaleia-se ostensivamente. O arcebispo de San Salvador, Luis Escobar Alas, é categórico: “A trégua não funciona e o novo governo tem a obrigação de preparar um plano diferente”. Os números estão claramente a favor dos críticos e colocam implacavelmente em evidência que os homicídios voltaram a aumentar: de 4 a 5 por dia, durante o segundo semestre de 2012 – antes da trégua a média era de 14 -, subiram para o número de seis a sete, em 2013, para chegar a nove diários nos primeiros três meses de 2014.

 
Fonte: http://goo.gl/dxOAAR  

A reportagem é de Alver Metalli, publicada por Vatican Insider, 22-04-2014. A tradução é do Cepat.

As acusações pelo fracasso vão e voltam de um lado para o outro. São poucas e insignificantes as melhoras implementadas pelas autoridades prisionais, indubitavelmente são episódicos os planos sociais do governo que deveriam criar postos de trabalho, aumentar a escolarização e colaborar em situações familiares comprometidas pelo abandono e a violência. Do governo se faz notar que os chefes das “maras” não conseguiram manter sob o controle seus próprios subordinados e que as próprias facções reiniciaram a guerra entre elas e contra as forças da polícia, reiteradamente atacadas nos últimos tempos.

Contudo, não há alternativas para a trégua. O papa Francisco acompanhou com esperança a mediação da Igreja local e sem dúvida Sánchez Cerén confirmará, durante a conversa, sua intenção de relançar a iniciativa de pacificação tentando retomar o frágil fio da negociação. Raúl Mijango, ex-chefe guerrilheiro da FMLN, atualmente no governo, que atuou como mediador na trégua de 2012, junto com o bispo castrense Fabio Colindres, afirma que os bandos “mantém o desejo” de continuar o cessar-fogo e que este entrou em uma situação de estancamento, mas não foi rejeitado pelos líderes das maras, como se diz. Para Mijango, que também terá um papel destacado na nova fase das negociações, a trégua que se conseguiu entre as maras “é a única tentativa exitosa em El Salvador e em toda América Latina em matéria de redução da violência”. Segundo os números oficiais, nesta situação se encontra envolvido um verdadeiro exército de 10.000 quadrilheiros fechados nas prisões do país centro-americano e pelo menos 50.000 nas ruas.

As Igrejas de El Salvador estão trabalhando no novo plano. Nos próximos dias, apresentarão uma proposta de relançamento do processo de paz baseado naquela “Iniciativa Pastoral pela Vida e pela Paz”, que tanta esperança despertou na sociedade salvadorenha.

Na proximidade do encontro entre o Papa e o presidente Salvador Sánchez Cerén, o próprio dom Escobar Alas fez um enérgico chamado em favor do diálogo nacional, que “deveria envolver ativamente todos os setores”. “É importante resolver o problema da violência”, declarou o prelado, e acrescentou: “Está se falando de um diálogo amplo para o qual somos convidados. Obviamente iremos participar”.

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