Francesas pedem igualdade no Panthéon

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Por: Jonas | 04 Fevereiro 2014

"Aos grandes homens a pátria agradecida", diz o lema sobre a entrada do Panthéon, o monumento francês a algumas das figuras mais importantes do país. E isso suscita uma pergunta: e as "grandes mulheres"?

A reportagem é de Alissa J. Rubin, publicada pelo jornal Folha de São Paulo, 04-02-2014.

Embora os tempos tenham mudado desde que o Panthéon foi concluído, em 1790, a escolha das pessoas que devem ser sepultadas aqui, assim como o lema, não reflete essas mudanças.

De acordo com a tradição, cada presidente francês tem a honra de transferir uma figura notável falecida para a estrutura, ao lado de Voltaire e Rousseau (que se detestavam), Victor Hugo e Marie Curie, a única mulher entre as 73 pessoas sepultadas no local a estar ali por mérito próprio (a outra mulher no Panthéon foi incluída por insistência de seu marido). Assim, quando o presidente François Hollande pediu ao público sugestões sobre quem incluir, não surpreendeu que o debate tivesse rapidamente se voltado à questão de corrigir o desequilíbrio de gênero.     
               
A equipe do presidente e Philippe Bélaval, diretor do Centro de Monumentos Nacionais, foram inundados de recomendações com nomes de mulheres importantes para serem sepultadas no Panthéon.

Grupos formados por organizações feministas no Facebook atraíram milhares de votos em favor de mulheres. E, quando a revista "Le Point" fez uma pesquisa com 5.000 pessoas, duas mulheres receberam o maior número de votos: a anarquista e professora Louise Michel, que viveu no século 19, e irmã Emanuelle, freira que passou a maior parte da vida na Turquia e no Egito, entre os pobres, e tinha posição liberal quanto ao uso de anticoncepcionais.

No ano passado, manifestantes diante do Panthéon ergueram retratos de Olympe de Gouges, ativista dos direitos das mulheres e adversária da escravidão, que era legal nas colônias francesas na época em que ela viveu.

Outra candidata potencial é Simone de Beauvoir, intelectual e teórica política. Muitos na França a consideram tão importante quanto seu amigo e eventual companheiro Jean-Paul Sartre, segundo Gwladys Bernard, da organização feminista La Barbe.

Mulheres que foram ativas na resistência francesa ao nazismo são citadas com frequência. É o caso de Germaine Tillion, intelectual e etnógrafa que foi enviada ao campo de concentração de Ravensbrück, e de Lucie Aubrac, cujas tramas ousadas para salvar seu marido judeu e outros prisioneiros dão uma leitura fascinante.

Uma decisão deve ser anunciada em fevereiro.

As mulheres conquistaram o direito ao voto na França apenas em 1944, quase 40 anos depois da Finlândia e 25 anos depois da Alemanha e do Reino Unido. E, diferentemente do Reino Unido, da Alemanha e da Dinamarca, a França ainda não elegeu uma líder mulher.

Completado no início da Revolução Francesa, o Panthéon já foi visto por muitos como uma estrutura divisionista. Para muitos que eram a favor do velho regime ou de aspectos dele, o monumento teria sido dedicado à esquerda política.

A historiadora Mona Ozouf disse que a inclusão de mulheres pode ajudar a reforçar o status do Panthéon como monumento nacional, não apenas político. Para ela, as pessoas sepultadas ali devem ser vistas como fonte de inspiração para os cidadãos franceses.

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