O "bispo revolucionário" segundo Papa Francisco

Mais Lidos

  • Porque o Cardeal Burke não é o Cardeal Ottaviani. O próprio Papa confirma e esclarece

    LER MAIS
  • “Tudo mudou no dia 7 de outubro, para o Papa governar sozinho a Igreja é um limite”. Entrevista com Massimo Faggioli

    LER MAIS
  • O coração ajuda a ver. Artigo de José Tolentino Mendonça

    LER MAIS

Newsletter IHU

Fique atualizado das Notícias do Dia, inscreva-se na newsletter do IHU


Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

10 Janeiro 2014

Há 46 anos Luis Bambarén Gastelumendi se tornou bispo por nomeação do cardeal Juan Landázuri, e desde então vem desempenhando um trabalho de entrega pelo qual agradece a Deus, apesar das adversidades.

A reportagem foi publicada pelo jornal La Republica, 07-01-2014. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

“Sou grato por ter doado toda a minha vida no trabalho com os pobres. Porque assim se cumpriu o que disse Jesus: ‘Que como sinal de autenticidade os pobres são evangelizados”, diz Dom Bambarén ao jornal La República.

Em vez de se pôr ao lado dos poderosos, o arcebispo sempre mostrou inclinação para apoiar as populações mais afetadas, já que estar entre os pobres foi algo muito natural para ele.

Longe de cansar os fiéis com sermões sobre a salvação divina, instigou os pobres a encontrar soluções para seus problemas. “Conversávamos com os líderes comunitários e dizíamos que precisávamos estar organizados e, então, começaram a ser autores de seu próprio desenvolvimento. E isso era importante porque assumiram a responsabilidade pela solução dos seus problemas”, lembra o religioso.

Por exemplo, Dom Bambarén se envolveu na fundação do bairro El Salvador (1971), quando esta era uma ocupação em Pamplona. Conta que interveio aí para que não houvesse um despejo violento, e até pediu ao Ministério da Habitação peruano para que se planejasse o que hoje se conhece como bairro El Salvador. “Mas eu insisti muito com o presidente (Juan) Velasco para que não construísse ali uma cidade-dormitório, e sim que a tornasse uma zona industrial, comercial e de serviços. Hoje este distrito é um modelo a seguir”, resgata.

Sobre os revolucionários

Dom Bambarén prefere deixar o passado para trás e falar do presente e do futuro. Por exemplo, ele nos disse que sente haver uma compatibilidade entre ele e o Papa Francisco, a quem conheceu no último mês de abril. “Nesse dia ele ficou me olhando e então disse: ‘Tú eres el obispo revolucionario del Perú’. E eu lhe respondi: ‘Y usted es el papa revolucionario’. Em seguida o papa pegou no meu braço e falou: ‘Então vamos caminhar juntos’.”

Os temas da atualidade são de grande importância para Dom Bambarén. Entre eles está a violência que se vive dentro e fora de casa já que, diz ele, a família está em crise: “Quantas milhares de mães solteiras há, quantas crianças abandonadas que não conhecem seus pais, quantas crianças maltratadas em seus próprios lares!”

O religioso observa que a Igreja compartilha desta responsabilidade, pelo que se faz necessário ter uma igreja que se aproxime das pessoas. Em suas palavras, isso se resume a que os sacerdotes deixem de estar acomodados em suas casas e que acompanhem o povo. “Ordenam-se sacerdotes para servir ao povo, não para servirem-se do povo”, sentencia.

Em relação aos rumores envolvendo o cardeal Juan Luis Cipriani (que deixou claro não ser o “líder da Igreja Católica”), lamenta que tenham ocorrido, porque sempre deve existir unidade na Igreja. No entanto, resgata um ponto positivo neste intercâmbio midiático: “O cardeal Cipriani disse no sábado exatamente o que aqui lhe digo: que ele não é o chefe da Igreja no Peru, e sim o arcebispo de Lima e que o nosso chefe é o Papa Francisco”.

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

O "bispo revolucionário" segundo Papa Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU