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20 Dezembro 2013

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo
Mateus 1, 18-24 que corresponde ao Quarto Domingo do Advento, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

Fonte: http://www.periodistadigital.com/religion/

O evangelista Mateus tem um interesse especial em dizer aos seus leitores que Jesus há de ser chamado também de “Emanuel”. Sabe muito bem que isto pode resultar chocante e estranho. Quem pode ser chamado com um nome que significa “Deus conosco”? No entanto, este nome encerra o núcleo da fé cristã e é o centro da celebração do Natal.

Esse mistério último que nos rodeia por todas as partes e que os crentes chamam “Deus” não é algo longínquo e distante. Está com todos e cada um de nós. Como o pode saber? É possível acreditar de forma razoável que Deus está comigo, se eu não tenho experiência pessoal por pequena que seja?

Normalmente, aos cristãos não se ensinou a perceber a presença do mistério de Deus dentro de nós. Por isso, muitos o imaginam em algum lugar indefinido e abstrato do Universo. Outros o buscam adorando a Cristo presente na eucaristia. Muitos tratam de escutá-lo na Bíblia. Para outros, o melhor caminho é Jesus.

O mistério de Deus tem, sem dúvida, os seus caminhos para fazer-se presente em cada vida. Mas pode-se dizer que, na cultura atual, se não o experimentamos de alguma forma dentro de nós, dificilmente o encontraremos fora. Pelo contrário, se percebemos a Sua presença no nosso interior, será mais fácil rastrear o Seu mistério a nossa volta.

É possível? O segredo consiste, sobretudo, em saber estar com os olhos fechados e em silêncio aprazível, acolhendo com um coração simples essa presença misteriosa que está nos alentando e sustendo. Não se trata de pensar nisso, mas de estar “acolhendo” a paz, a vida, o amor, o perdão... que nos chega desde o mais íntimo do nosso ser. 

É normal que, ao aprofundarmos no nosso próprio mistério, nos encontremos com os nossos medos e preocupações, as nossas feridas e tristezas, a nossa mediocridade e o nosso pecado. Não temos de nos inquietar, mas permanecer no silêncio. A presença amistosa que está no fundo mais íntimo de nós irá nos apaziguando, libertando e sarando.

Karl Rahner, um dos teólogos mais importantes do século XX, afirma que, no meio da sociedade secular dos nossos dias, “esta experiência do coração é a única com a que se pode compreender a mensagem de fé do Natal: Deus fez-se homem”. O mistério último da vida é um mistério de bondade, de perdão e salvação, que está conosco: dentro de todos e cada um de nós. Se o acolhemos em silêncio, conheceremos a alegria do Natal.

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