Müller anula a possibilidade aos divorciados na diocese de Friburgo

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Por: André | 13 Novembro 2013

Quando, no começo de outubro, o documento obteve as honras da crônica internacional por suas aberturas aos divorciados em segunda união, interveio o padre Federico Lombardi para explicar: “não muda nada, não há nenhuma novidade para os divorciados em segunda união: o documento provém, efetivamente, de uma oficina pastoral local e não toca as responsabilidades do bispo. Trata-se de uma fuga para frente que não é oficialmente expressão da autoridade diocesana”. Há alguns dias veio o posicionamento oficial que se afasta do texto aberturista expressa por um ente diocesano por parte da Congregação para a Doutrina da Fé, dirigida pelo arcebispo Gerhard Ludwig Müller (na foto com Zollitsch).

 
Fonte: http://bit.ly/18pRUT6  

A reportagem é de Andrea Tornielli e publicada no sítio Vatican Insider, 12-11-2013. A tradução é de André Langer.

Com uma carta datada de 21 de outubro, mas que foi publicada nesta segunda-feira no Tagespost (o mesmo jornal que publicou, em 15 de junho, um longo artigo no qual o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé se expressava contra possíveis aberturas com relação ao argumento das segundas núpcias; o artigo seria publicado posteriormente pelo L’Osservatore Romano), o arcebispo Müller rechaça  algumas das posturas expressadas no documento da diocese de Friburgo, que ainda é dirigida pelo presidente da Conferência Episcopal da Alemanha, que está chegando ao final do seu mandato, Robert Zollitsch. A carta do prefeito foi enviada a Zollitsch e a todos os bispos do país.

Müller reconhece que o “rascunho” publicado em Friburgo durante o mês de outubro contém “indicações pastorais muito corretas e importantes”, mas ao mesmo tempo usa uma “terminologia pouco clara” e se afasta do ensino da Igreja em dois pontos. O primeiro está relacionado com a possibilidade de um casal de divorciados chegue “responsavelmente” a uma “decisão de consciência” que os leve a aproximar-se da comunhão. Neste caso, segundo os autores do documento, o pároco e a comunidade devem respeitar sua decisão. Müller insistiu em que os divorciados recasados devem ser convidados a participar da vida da Igreja, mas que não podem ser admitidos ao sacramento da Eucaristia. Fazê-lo implicaria em “uma confusão entre os fiéis sobre o magistério da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimônio”.

O segundo ponto, ao contrário, está relacionado com a oração e a bênção dos casais de divorciados recasados. “Cerimônias deste tipo foram expressamente proibidas por João Paulo II e por Bento XVI”. Portanto, escreveu Müller, “devido às citadas divergências, o projeto de texto deve ser retirado e revisto, de modo que nenhuma direção pastoral seja sancionada que se oponha aos ensinamentos da Igreja”.

Era evidente, desde o princípio, que o rascunho de Friburgo em vez de ajudar complicaria o difícil caminho da fase de preparação do Sínodo Extraordinário sobre a Pastoral Familiar. O Papa quer que a discussão sobre este argumento também seja ampla e que conte com a participação das Igrejas locais; no entanto, Müller considerou importante voltar a insistir a respeito como uma prevenção, tanto que voltou a publicar no L’Osservatore Romano o artigo em que (sempre recordando os ensinamentos da Igreja) encerrava drasticamente possíveis aberturas, como as previstas na práxis ortodoxa (que admite a bênção de uma segunda união para o cônjuge sem culpa que tenha sido abandonado). A esta prática tinha feito alusão o Papa Francisco na entrevista concedida aos jornalistas durante o voo de volta da Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro. A nova publicação de seu artigo, segundo escreve o Tagespost, teria sido decidida “depois de consultar-se com o Santo Padre”.

Uma crítica aberta ao artigo de Müller, definido como “uma erupção de doutrina” e um “recinto” ao redor do “hospital de campanha” da misericórdia (imagem utilizada por Francisco para definir a tarefa da Igreja para com todos os “feridos” da sociedade moderna), chegou de um dos oito cardeais conselheiros do Papa, o arcebispo de Munique, Reinhard Marx: “O prefeito para a Doutrina da fé não pode encerrar a discussão”.

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