Tráfico de pessoas movimenta 32 bilhões de dólares por ano

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14 Mai 2013

Sob o lema "Liberdade não se compra. Dignidade não se vende. Denuncie o Tráfico de Pessoas", o Ministério da Justiça e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) lançaram, na quinta-feira, 9, a Campanha Coração Azul de combate ao tráfico humano.

A reportagem foi publicada pela Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC), 13-05-2013.

O coração azul simboliza a tristeza das vítimas desse tipo de crime e denuncia a insensibilidade daqueles que compram e vendem seres humanos. A cantora Ivete Sangalo recebeu do UNODC o título de Embaixadora Nacional da Boa Vontade para Prevenção e Combate ao Tráfico. Esse é um crime invisível, definiu. "O Coração Azul é uma forma de fazer o coração vermelho bater", disse Ivete.

"Nenhum país consegue escapar desse crime terrível que viola diretamente os mais fundamentais direitos humanos", declarou no lançamento da campanha o diretor executivo do UNODC e subsecretário geral da ONU, Yury Fedotov. Relatórios desse organismo indicam que 58% das pessoas traficadas são submetidas à exploração sexual e 36% a trabalho escravo.

Mulheres são as maiores vítimas do tráfico de pessoas. Segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), elas representam 76% das vítimas desse crime, que movimenta em torno de 32 bilhões de dólares no mundo por ano.

O Brasil é tanto país de origem de mulheres traficadas como pólo de destino, responsável por 15% das pessoas "exportadas" da América Latina para a Europa.

As mulheres traficadas são, em geral, pessoas em situação de vulnerabilidade social, desempregadas, mães solteiras, com pouco estudo, que já sofreram violência, descreve a irmã Eurídes Alves de Oliveira, coordenadora da rede "Um Grito pela Vida", em entrevista à revista do Instituto Humanitas Unisinos - IHU.

A colega dela na Rede, irmã Gabriella Bottani, sustenta que não se pode falar em combater o tráfico de pessoas sem combater a pobreza e a desigualdade sócio-econômica presente no mundo. Tampouco dá para combater o tráfico "sem enfrentar o problema da corrupção e questionar a cultura que torna tudo mercadoria", disse.

Estatísticas apontam que uma de cada quatro vítimas do tráfico de pessoas é explorada em seu país. Os principais países de origem de pessoas traficadas encontram-se no sudeste asiático, na África Subsariana, no Leste europeu, na América Latina e no Caribe. Os países receptores "desse produto" são as regiões mais ricas do planeta: Estados Unidos, Europa Ocidental, Austrália, Japão, Oriente Médio.

Estudos da Universidade John Hopkins estimam que nos Estados Unidos e Europa vivam de 200 mil a 500 mil mulheres traficadas da América Latina. De 1996 a 2002 tinham sido detectadas 110 rotas do tráfico em território brasileiro e 131 para o exterior.

Como as rotas são dinâmicas, esse quadro certamente está desatualizado, mas o Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro continuam na liderança dos pontos de saída do país. A Polícia Federal tem registradas mais de 700 denúncias sobre sites de falsas agências de modelo que recrutavam mulheres para o tráfico internacional.

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