Os jesuítas vão deixar Pozo do tio Raimundo, na periferia de Madri

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Por: André | 15 Abril 2013

Ontem, dia 14 de abril, o blog La cigüeña de la torre nos dava uma notícia dessas que nos deixou um pouco cambaleante e cheio de perguntas. Os jesuítas da Espanha, segundo carta do provincial, Juan Antonio Guerrero, tomaram a decisão “de fechar, no final deste ano, a comunidade de Santa María del Pozo e entregar à diocese a gestão da Paróquia de São Raimundo de Peñafort”.

A reportagem é de Jorge González Guadalix, padre diocesano de Madri, e publicada no seu blog De Profesión, cura, 15-04-2013. A tradução é do Cepat.

Triste notícia, porque, como bem segue dizendo o provincial, é uma “decisão particularmente dolorosa e significativa”. Sim. Ambas as coisas.

O Pe. Llanos chegou a Pozo em 1955 para compartilhar a sua vida com os mais pobres. E desde 1962 ali existiu uma comunidade de jesuítas sob o título de "Santa María del Pozo". Uma presença, como agora se diz, “emblemática”, “ícone da preocupação pelos pobres” e que se mostrou ao mundo como sinal de presença entre os desfavorecidos e contrapeso quando se jogava na cara dos filhos de Santo Inácio sua aparente exclusiva dedicação entre os mais ricos, mais que com os mais pobres. Uma presença especial que recolhia o tesouro de entrega e fé do Pe. Llanos. Mas isso acabou. Triste realidade.

Não deveria ser notícia o fato de que uma congregação religiosa abandone uma paróquia e a entregue à diocese. Os efetivos são cada vez são menos e os provinciais fazem das tripas coração e o cobertor está cada vez menor para atender a tantas necessidades. Nesta ocasião o é porque se trata de Pozo, são os jesuítas, são os irmãos do Pe. Llanos que abandonam este lugar. E isso é, em primeiro lugar, doloroso.

Mas o provincial dirige-se aos seus irmãos e além de dolorosa qualifica a decisão de “significativa”. E, de fato, é muito significativa. É significativa da escassez de irmãos para atender tantas obras institucionais. Mas também é significativo saber, quando as forças escasseiam, que casas se mantêm e quais são fechadas.

O provincial explica. Permanecem em Madri com quatro núcleos: Maldonado (que compreende a paróquia de São Francisco de Borja, no melhor de Madri), Comillas (com o campus de Cantoblanco e Alberto Aguilera, ICAI, ICADE), Charmartín (enorme colégio do Recuerdo) e La Ventilla. Pois bem, muito significativo. Porque se andam mal de pessoal, em vez de entregar à diocese a paróquia de Pozo, poderiam entregar São Francisco de Borja, pois ambas são paróquias da Companhia.

Gostaria de saber a opinião, por exemplo, de González Faus, Masiá ou Estrada, que tanto nos recordam que o lugar do cristão está entre os pobres. Ou do próprio Castillo, que foi da Companhia e agora goza de maior liberdade. Quisera saber a opinião dos seguidores de Sobrino, dos amigos da UCA de El Salvador. A opinião de Forcades ou Caram, o que pensam tantos amantes dos pobres. Uma paróquia tão querida pelos jesuítas, nascida entre os pobres, regada com o amor e a entrega do Pe. Llanos, vivendo hoje entre os simples e os humildes, e vão os jesuítas e a entregam a [o cardeal] Rouco, que não quer saber dos pobres e, se bobear, ainda poderá nomear pároco um padre conservador ou mesmo um kiko. Mas claro, não vão desfazer-se de São Francisco de Borja, na rua Serrano. Pura questão de logística.

Estou aguardando. Bem sentado, evidentemente.

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