Wikileaks menciona apoio do Vaticano ao golpe de Pinochet

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Por: Jonas | 09 Abril 2013

Wikileaks afirma que o Vaticano colaborou com os Estados Unidos apoiando o golpe militar de 1973. Segundo um documento conhecido nesta segunda-feira, o secretário de Estado Vaticano daquele momento, Giovanni Bennelli, defendeu o governo militar no Chile e qualificou as denúncias de excessos durante o mandato de Pinochet (foto) como “propaganda comunista”.

A reportagem é publicada no sítio Religión Digital, 08-04-2013. A tradução é do Cepat.

Um novo documento do Wikileaks conhecido nesta segunda- feira, datado em 18 de outubro de 1973, revelou que o Vaticano colaborou com os Estados Unidos apoiando o golpe militar no Chile, e acrescenta que o secretário de Estado Vaticano daquele momento, dom Giovanni Benelli, defendeu o governo militar perante o corpo diplomático dos Estados Unidos, e qualificou como “propaganda comunista” as denúncias dos excessos da Junta de Governo.

Benelli chamou de exagerada a cobertura dos acontecimentos (no Chile) como possivelmente o maior êxito da propaganda comunista, e sublinhou o fato de que, inclusive, os círculos moderados e conservadores pareciam muito dispostos a acreditar nas mentiras mais enganadoras sobre os excessos da Junta chilena”, destaca em seu relatório a Embaixada dos Estados Unidos em Roma, num documento classificado como secreto e com o código “Exdis”, que implica na máxima reserva.

O documento acrescenta que “ao se dar conta de que a queda de Allende era um dos maiores reveses para a causa comunista, Benelli disse que (...) as forças esquerdistas minimizaram amplamente os danos ao convencer ao mundo de que a queda de Allende era devida, exclusivamente, a forças fascistas e externas, ao invés de falhas de sua própria gestão política, como realmente ocorreu. Benelli expressou seus temores de que o êxito desta campanha de propaganda comunista possa influenciar nos meios de comunicação do mundo livre no futuro”.

“Algum derramamento de sangue”

O documento, conhecido pelos meios de comunicação que colaboram com o Wikileaks, como o italiano La República, destaca, além disso, que “como é natural, infelizmente, após um golpe de Estado é preciso admitir que ocorreu algum derramamento de sangue nas operações de limpeza no Chile, mas a Nunciatura em Santiago, o cardeal Silva e o Episcopado chileno, em geral, garantiram ao papa Paulo que a Junta está fazendo tudo o que é possível para que a situação volte à normalidade, e que as histórias dos meios de comunicação internacionais, que falam de uma repressão brutal, não tem fundamento”.

Benelli apontou, além disso, que não se poderia colocar em dúvida “a validade nem a sinceridade da interpretação do cardeal Silva”, pois em sua opinião o sacerdote era “um dos mais destacados progressistas dentro da Igreja”.

Pressões para conhecer a realidade

O documento destaca que Benelli reconheceu que “o Papa esteve sob dura pressão interna na Igreja, especialmente da França, para falar contra os excessos da Junta” de Pinochet. E que “apesar dos esforços do Vaticano, a propaganda esquerdista teve um êxito notável, até com alguns dos cardeais mais conservadores e com prelados que parecem incapazes de considerar a situação com objetividade. Os resultados é que os esquerdistas conseguiram criar uma situação em que o Papa seria atacado pelos moderados, se defende a verdade no Chile”.

O relatório secreto da Embaixada dos Estados Unidos ante o Vaticano termina destacando que o Papa não poderá receber Isabel Allende. “O Vaticano informou na semana passada, para um intermediário esquerdista, que o Papa não poderia receber Isabel Allende, e Benelli diz que isto provocará novas críticas contra o Vaticano”.

 

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