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A cobiça como desejo que não aceita ser estruturado por um limite. Leituras do Gênesis pelo exegeta André Wenin

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19 Março 2013

Ao iniciar a leitura dos capítulos 2 e 3 do Gênesis, livro que abre a Sagrada Escritura, percebe-se uma nova narrativa do ponto de vista da representação do mundo. Trata-se, na verdade, de uma segunda narrativa da criação. “No capítulo 2 estamos dentro de um jardim, em terra seca. No capítulo 1, por sua vez, tudo começa dentro da água, e neste caso o início acontece no chão seco”, afirma o exegeta belga André Wenin em sua fala na manhã desta terça-feira, 19-03-2013, em continuidade ao curso Aprender a ser humano. Um estudo de Gênesis 1 – 4. A atividade faz parte do cronograma da 10ª Páscoa IHU – Ética, arte e transcendência, promovida pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

O gênero de texto muda ao falar de Adão e Eva e a serpente. Trata-se de uma verdadeira narrativa. Há uma grande descontinuidade entre os dois primeiros capítulos, observa o estudioso. Contudo, existem coisas que expressam uma continuidade. Exemplo disso é que o ser humano está no centro de cada uma dessas duas narrativas. Fala-se do ser humano e deste no mundo, dentro dele. Entretanto no capítulo 2, ao invés da narração apontar as coisas “de cima”, o olhar vai se fixar perto do homem, como uma espécie de zoom no universo. “Com este zoom sobre o ser humano, nos encontraremos diante da questão do alimento. Isso é essencial, porque quando Deus dá o alimento ao ser humano no capítulo 1, ele dá um alimento que indica a possibilidade de exercer seu domínio sem violência, comendo somente vegetais. Neste caso, o ser humano vai poder comer de todas as árvores, exceto de uma delas”, apontou Wenin. Esse limite imposto ao ser humano e sua escolha será determinante no relato bíblico. Nos dois textos a questão de escolha está ligada ao viver. Comer é viver. Pode-se até jejuar, mas isso não dura muito. A questão central é a mesma. O que o ser humano vai fazer em relação à ordem recebida de Deus?

No capítulo 1 a tarefa dos seres humanos é dominar os animais. No caso do capítulo 3, tudo vai se desenrolar a partir da relação com um único animal, a serpente. O homem vai dominá-la ou vai submeter-se a ela? Trata-se de saber o que o homem vai se tornar em relação ao que Deus lhe dá. Essa narrativa, reflete Wenin, não faz parte de uma pequena literatura. “Trata-se de uma história bem reflexiva. Sua estrutura é um modo de construção”.

No diálogo entre a serpente e a mulher, no capítulo 3, versículos de 1 a 5 a serpente é apresentada como o animal mais astucioso de toda criação. O diálogo da tentação se segue à apresentação da serpente. Os versículos 8 a 13 correspondem ao diálogo entre Deus e os homens, primeiro com Adão, e depois com Eva. Deus fala com os humanos e aí vem o diálogo seguido de acusação. Será que a mulher irá comer o fruto? Como chegaram a comê-lo?

Ao constatar que se sentem culpados e envergonhados, Deus fala com a serpente, a mulher e o homem. À serpente irá lançar uma pena dupla, que compreende a sua locomoção através de rastejos, e uma oposição eterna em relação à mulher. À mulher também será endereçada uma pena dobrada: sofrerá em sua gravidez e maternidade e padecerá nas relações com o homem em função da ambiguidade da sedução e da dominação. Quanto ao homem, Ele condena-o a alimentar-se a partir do sofrimento e do suor de seu trabalho.

Um ser para a morte

Wenin mostrou como o conjunto do texto do Gênesis é bem pensado em sua escrita e desenrolar. Essa coerência também existe no nível do sentido. Começando com a cena primeva, que dá início a esse livro, ressalta que não havia nada, e Deus toma a iniciativa de criar. Sua primeira atitude é criar o homem, soprando-lhe vida em suas narinas, e eis que este se tornou um ser vivente. Isso denota uma antropologia, falou o exegeta belga. “O homem é modelado a partir do húmus. Há um jogo de palavras aí, pois Adão é retirado da lama, e o humano, do húmus. Trata-se de uma conaturalidade e pertença. Mas o narrador não diz apenas modelou o homem, mas diz pó fora do húmus. O pó remete a certa fragilidade humana, que é mortal. Neste texto, o ser humano é apresentado como um ser que vai morrer. A natureza é quem faz isso”.

O ser humano tem uma particularidade que os outros seres não têm. Trata-se do fato de Deus ter assoprado em suas narinas um sopro de vida. Isso o diferencia dos outros animais. Parece um pouco bizarro, estranho, já que os outros animais também respiram, mas no texto a respiração é atribuída somente ao ser humano. É o que aproxima Deus do ser humano. Não é o seu espírito - é a sua respiração. Com sua respiração Deus fala. Ao receber o sopro de Deus o homem recebe a capacidade de falar. O ser humano faz parte da natureza, é modelado como os animais, porém ele “foge” da natureza por ter recebido de Deus a capacidade particular do sopro que lhe permite falar.

Qual é, então, a tarefa do ser humano, o seu dever? De certa forma, o homem é colocado numa posição intermediária entre Deus e a criação. Assim o homem vai ser colocado em um jardim a leste, bem irrigado. A história dos rios mostra sobre como esse jardim é fonte de vida para a Terra.

A tarefa do homem é modificar a natureza, mas a favor dela. Deus estabelece uma aliança entre si e a humanidade. O homem vai servir ao jardim, cuidar dele. E o jardim vai dar seus frutos, alimentar seus habitantes. Quanto mais proteger o jardim, melhores serão os frutos que comerá. Há uma relação de troca entre homem e natureza. Observem, contudo, como essa troca depende da iniciativa do homem. Deus deu todas as árvores de jardim para usufruto do homem para evitar que ele caminhe para a morte.

A cobiça e a relação com o Outro

Na segunda parte do curso, André Wenin discutiu a cobiça como constitutiva do ser humano. “A cobiça é o desejo que não aceita ser estruturado por um limite. Um desejo sem limite é invasor e destrutivo”, disse. Para mostrar como funciona a cobiça, valeu-se de exemplos. Quando alguém é movido pela cobiça, que lugar essa pessoa reserva ao Outro? Há três alternativas possíveis, apontou: 1) a objetificação humana; 2) a compreensão do Outro como obstáculo para sua cobiça; 3) a compreensão do Outro como meio para a obtenção de seus desejos.

Em nenhuma destas posições o Outro é entendido como parceiro, analisou Wenin. “O Outro gira em torno do meu desejo. Ele não existe enquanto sujeito. A cobiça leva à morte das relações humanas, que permitem ao ser humano desabrochar e ser, efetivamente, humano”.

Quando alguém se encontra nessa posição de cobiçar, como essa pessoa vai utilizar a linguagem? Irá valer-se dela com um flerte com a mentira. A pessoa que cobiça diz ao Outro que o ama, vai louvá-lo com palavras falsas. Se o Outro for instrumento para alcançar seu objetivo, não dirá algo a ele porque o quer como instrumento. Quando estamos tomados pela cobiça, a maneira como usamos nossa linguagem com os outros é falsa. E se não podemos confiar no que diz o Outro, como é possível entender-se, viver e trabalhar?

O advento da consciência

Tomando em consideração o capítulo 3 do Gênesis, André Wenin assinala que a serpente introduz a desconfiança entre a humanidade. O exegeta belga mencionou que essa lei tem dois sentidos complementares. Um deles é o interdito, a advertência dada ao ser humano em função da concupiscência. Essa concupiscência faz com que o humano morra. O ser humano que recebe essa lei não sabe se ela é boa ou ruim para ele. A inscrição na confiança ou desconfiança é o que deve ser feito.

O ser humano está radicalmente integrado na natureza, com os mundos mineral, vegetal e animal. O que faz com que o ser humano seja um ser além desses mundos é sua capacidade de falar. Contudo, a serpente também falara com o homem no relato do Gênesis. Portanto, em que consiste a astúcia e malícia da cobra? É preciso procurar e encontrar o que está escondido em seu discurso. A serpente retoma em sua fala a lei que Deus deu ao homem, porém deixando somente o aspecto negativo. Ela implanta a desconfiança, coloca-se numa posição de superioridade. Ela é quem explica a “intenção” de Deus com suas palavras. O conhecimento é o apanágio de Deus. Entretanto, na hora em que comerem a maçã, conhecerão o bem e o mal. No dia em que “tirarem” a superioridade de Deus através do conhecimento, ou seja, da consciência, sentir-se-ão em pé de igualdade com Deus. A serpente diz que Deus tem medo que as pessoas se equiparem a Ele. Assim, demonstra sua perversidade, completa Wenin. Ela fala como se fosse amiga do homem. Deus, para ela, não quer o bem da humanidade.

A encarnação da cobiça

“Mas o que é esse animal que fala? Porque até agora somente o homem falava”, observa Wenin. A serpente é a encarnação da cobiça falando, propõe. Esse animal concentra toda atenção na negação, na falta, faz esquecer tudo que Deus deu à humanidade. Isso é o que produz a cobiça no ser humano. Quando se está sob a cobiça, não se vê mais tudo o que se têm, vê-se somente o que se queria ter e o que é o objeto de nosso desejo. Focamos o olhar naquilo que não temos, e todo o resto desaparece.

Na cabeça de Eva, tentada pela serpente, é esquecido tudo o que ela poderia comer. Assim, só pensa no que não pode provar. Ela passa a ver Elohîm como um inimigo. Deus seria pretensamente egoísta por querer a árvore da vida só para si. A cobra insinua que as pessoas devam comer as frutas para se tornarem tão poderosas quanto Deus. “Cada um é tentado por sua própria cobiça, arrastado e seduzido por ela. Em seguida, tendo concebido, a cobiça da à luz o erro, e o erro, atingido o termo, gera a morte”, afirmou Wenin reportando-se à Sagrada Escritura, mais especificamente à Epístola de Tiago, do Novo Testamento. Portanto, a serpente demonstra que a cobiça representa a animalidade no homem. A primeira tarefa do homem é domar o animal, o que não ocorre no episódio da serpente.

“A cobiça começa pelos olhos. Foi o que houve com a mulher, que viu a árvore mostrada pela serpente como algo que levaria à inteligência e ao êxito”. Na verdade, completa Wenin, Adão e Eva foram enganados pela serpente, porque eles comeram do fruto, mas não se tornaram como Deus. Eles ficaram com medo porque estavam nus e haviam comido do fruto proibido. O homem apressou-se em culpar a mulher. Esta rebate dizendo que fora ludibriada pela serpente. “Os homens viram Deus como juiz e queriam se livrar da responsabilidade para não serem condenados. Não é mais a confiança que reina entre eles”. Deus, então, profere as três sentenças apresentadas por Wenin no início de sua fala desta terça-feira. Essa pena, diz ele, tem a mesma lógica da pena aplicada por um juiz comum, posto que seu objetivo é fazer o acusado voltar a ser humano. “É por isso que Deus emite sentenças. São através delas que o ser humano se conscientiza que errou e deve pagar seu erro”.

Ao final de sua exposição, Wenin fez uma alusão sobre a cobiça que move os comportamentos humanos atualmente. Quando esse sentimento continua a existir, subjugando pessoas e inclusive o meio ambiente em que vivemos, o que se vê é a rebelião da natureza através de colapsos naturais. “Quando o ser humano se comporta em relação à natureza com uma vontade de superexplorá-lo, a terra vai produzir cardos e espinhos. E não vai mais se dobrar à vontade do homem”.

Quem é André Wenin

Nasceu em 1953, em Beaurang, e é teólogo belga. Ensina a exegese do Antigo Testamento e as línguas bíblicas (grego e hebraico bíblicos) na faculdade de teologia da Universidade Católica de Louvain, da qual foi decano de 2008 a 2012. Também professor convidado de teologia bíblica do Pentateuco na Universidade Gregoriana de Roma e secretário da Rede de Pesquisa em Análise Narrativa dos Textos Bíblicos (RRENAB).

Diplomado em filologia clássica pelas Faculdades Universitárias Notre-Dame de la Paix, em Namur (FUNDP), em 1973, obteve o título de Bacharel em teologia pela Universidade Católica de Louvain (UCL), em 1978, e de Doutor em ciências bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, em 1988. Sua tese de doutorado intitulou-se Samuel e a instauração da monarquia (1 S 1-12), foi defendida em junho de 1987 com Summa cum Laude e publicada em 1988. Coordenou o Seminário “Tradições bíblicas” (Paul Beauchamps) no Centro Sèvres (Paris 1983-1986).

Privilegiando a análise narrativa e retórica do Antigo Testamento, suas pesquisas se dedicam principalmente a Bíblia Hebraica, em particular, ao Gênesis e aos livros dos Juízes e de Samuel. Interessa-se também pela antropologia e pela teologia dos textos bíblicos. É orientador de pesquisas nestas áreas.

É autor de extensão produção bibliográfica, da qual destacamos, em português, De Adão a Abrão. Ou as errâncias do humano (Loyola); José ou a invenção da fraternidade e O homem bíblico (Loyola).

Reportagem: Márcia Junges


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