A religiosa que defende os direitos das mulheres nas Nações Unidas

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20 Dezembro 2012

Irmã do Bom Pastor e pessoa de influência na ONU, a Ir. Clare Nolan é emblemática da ação, às vezes ambígua, das religiosas norte-americana na sociedade.

A reportagem é de Céline Hoyeau, publicada no jornal La Croix, 18-12-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

De camisa aberta sobre uma camiseta e calças largas, Clare Nolan caminha à vontade nos corredores das Nações Unidas.

"As pessoas me reconhecem mesmo sem hábito religioso", assegura essa Irmã do Bom Pastor, com seus 60 anos, uma das primeiras religiosas norte-americanas representante na ONU. Hoje cerca de 30 congregações estão representadas na ONU.

Depois de um quarto de século passado em campo para se ocupar das mulheres em grande dificuldade, ela, que havia imaginado entrar no Carmelo, assumiu no coração "o apelo da Igreja a promover a justiça social" e se formou para defender os direitos das mulheres em escala internacional.

"Eu, que vinha do mundo das adolescentes, tive que aprender a diplomacia", diz, sorrindo. Nas Nações Unidas, assim como no seu minúsculo escritório no centro de Nova York, a sua prioridade é defender os direitos das jovens na agenda dos governos.

"Uma única vez, um ministro subiu nos tamancos quando eu o enfrentei. Em geral, somos ouvidas, mas foi preciso muito tempo para fazer com que entendessem que a prostituição é uma exploração da pessoa".

Clare Nolan também forma parte da equipe encarregada pela dimensão espiritual da justiça. A religiosa não esconde que a sua missão transformou profundamente a sua relação com Deus. Por exemplo, para designá-lo, ela baniu do seu vocabulário toda forma masculina, a fim de "manifestar espiritualmente" a sua rejeição em sustentar "o sistema patriarcal que oprime tantas mulheres no mundo e na Igreja".

A representante também evita liderar campanhas de promoção da mulher com os representantes da Santa Sé na ONU "enquanto não aplicarem esses princípios dentro da Igreja". "A minha vocação não é tratar prioritariamente com os bispos, mas sim com os juízes, com os serviços sociais, com o sistema cívico", afirma, como justificativa.

À noite, a Ir. Clare se encontra com as duas religiosas com quem divide um apartamento no Brooklyn, mas reconhece que as suas respectivas funções dificultam uma oração comum. Ela muitas vezes medita sozinha sobre os salmos, lê Teilhard de Chardin e Thomas Merton, mas também os livros de teologia cósmica ou feminista.

Quando se aposentar, essa mulher independente, que tem sofrido ao ver tão poucas noviças norte-americanas se apresentarem, gostaria de continuar estando perto das jovens religiosas da sua congregação, nos países do Sul.

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