Dois estagiários de 20 anos explicam o Twitter ao papa

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14 Dezembro 2012

Há o protagonista do dia que olha para o tablet entre a circunspecção e a curiosidade. Ele que, aos 85 anos, não usa o computador e escreve serenamente os seus livros a lápis. E, às suas costas, um rapaz e uma moça de 20 anos que pertencem à geração dos "nativos digitais" e estariam mais do que nunca à vontade com a Rede, não fosse por se encontrarem na Aula Nervi do Vaticano e pelo fato de que o protagonista em questão é o papa.

A reportagem é de Gian Guido Vecchi, publicada no jornal Corriere della Sera, 13-12-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O momento é epocal e emocionante: as 11h27 da quarta-feira – 12/12/12 para os aspirantes a cabalistas – se conectam idealmente às 16h49 do dia 12 de fevereiro de 1931, quando Pio XI pronunciou a primeira mensagem de rádio de um pontífice ("Qui arcano Dei..."), inaugurando a Rádio do Vaticano.

Oitenta e dois anos depois, um papa estreia no Twitter, e a primeira mensagem de Bento XVI no perfil @Pontifex é em inglês, imediatamente enviada em italiano, assim como nas outras seis línguas, "Queridos amigos, é com alegria que entro em contato com vocês via Twitter. Obrigado pela resposta generosa. De coração os abençoo a todos.".

A moça e o rapaz se chamam Mika Rabb e Andrew Jadick. Ambos frequentam o último ano na Villanova University, na Filadélfia, a mais antiga universidade católica da Pensilvânia. Ela estuda relações públicas, e ele, videografia. Chegaram ao Vaticano como estagiários do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais. E nessa quarta-feira se sentiam "over the moon", ou, diríamos nós, no sétimo céu, porque, é claro, "você chega para fazer um estágio e pensa que vão lhe colocar em um arquivo para reordenar papéis, mas nos vimos envolvidos em tudo isso...".

Há meses, a Santa Sé preparava o "desembarque" do pontífice no Twitter. Um trabalho muito delicado que precisava, também, da contribuição daqueles que nasceram na Rede: ao menos no Vaticano, não tiveram problemas em envolver dois jovens em uma operação de porte mundial.

Bento XVI deve ser o primeiro da história do Twitter que, no momento da primeira mensagem, já havia superado um milhão de "seguidores", isto é, pessoas que o seguem em oito línguas. Na quarta-feira à noite, os "seguidores" já viajavam perto de um milhão e meio. Os últimos três meses de preparação foram os mais intensos. Os rapazes que desencavavam os "fakes", ou perfis falsos, e catalogavam as mensagens das pessoas ao papa.

Claire Diaz-Ortiz, do Twitter, que se ocupou particularmente da segurança do perfil a fim de evitar invasões informática. Uma equipe de uma dezena de pessoas no trabalho entre a Secretaria de Estado, com o assessor de comunicação Greg Burke, e o Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, liderado pelo arcebispo Claudio Maria Celli, que nessa quarta-feira se inclinou sobre o papa para lhe mostrar como enviar a primeira mensagem, enquanto Thaddeus Jones, do Pontifício Conselho, tocou o tablet, por sua vez, para mostrar ao pontífice, depois do envio, o número de "seguidores" e de "retuítes" que se multiplicavam em poucos segundos para dezenas de milhares.

"A mensagem se amplificou assim?", perguntou Bento XVI surpreso, enquanto o arcebispo lhe explicava o mecanismo, a possibilidade de um crescimento exponencial da difusão de cada frase, "o mais importante": como São Paulo na ágora, a evangelização não renuncia a lugar algum.

No Twitter, seguem-no personalidades conhecidas – dos desejos do presidente de Israel, Shimon Peres, à pergunta da escritora norte-americana Joyce Carol Oates sobre a "infalibilidade" papal –, mas principalmente os muitos fiéis que lhe dirigiram nesses dias uma quantidade enorme de perguntas.

Nessa quarta-feira, Bento XVI deu três respostas sobre o sentido da fé, e a primeira resume o significado de todas: "Dialoga com Jesus na oração, escuta Jesus que te fala no Evangelho, encontra Jesus que está presente nas pessoas que passam necessidade".

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