Regime sírio já 'caiu'; é preciso decidir o que acontecerá depois

Mais Lidos

  • O drama silencioso do celibato sacerdotal: pastores sozinhos, uma Igreja ferida. Artigo de José Manuel Vidal

    LER MAIS
  • O documento que escancara o projeto Trump: um mundo sem regras, sem Europa e sem democracia. Artigo de Maria Luiza Falcão Silva

    LER MAIS
  • “A esquerda é muito boa em apontar injustiças, mas isso pode ser uma desculpa para não fazer nada”. Entrevista com Rutger Bregman

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

24 Julho 2012

A história está em aceleração na Síria, mas em que direção? O assassinato dos membros do alto escalão foi um sério revés para o regime sírio. Surgiu em um momento crucial, quando elementos do Exército Livre da Síria se esforçavam por colocar o regime sob pressão em Damasco. O moral da oposição melhorou e outros grupos aderiram à batalha, liberando cidades e postos de fronteira.

O comentário é de Samir Aita, editor-chefe da edição árabe do "Le Monde Diplomatique" e publicado pelo jornal Folha de S. Paulo, 24-07-2012.

O Exército regular continua forte, bem como a milícia shabiha [fantasma, em árabe] que defende Bashar Assad. Mas há questões sobre o desfecho da luta. O Exército continuará a seguir Assad, seu irmão Maher e seus primos, os verdadeiros líderes do conflito? Ou será possível cessar-fogo entre o Exército regular e o "livre"?

O que torna difícil um cessar-fogo assim é a existência da shabiha, bem como de outros grupos oposicionistas motivados por desejo de vingança sunita ou orientados pela rede Al Qaeda, apoiados por potências regionais.

A milícia começa a remover suas famílias das grandes cidades. Os demais grupos aproveitam o caos para matar em base sectária. Os dois lados podem levar a Síria a uma espiral de violência com muito mais vítimas e rumo a uma divisão do país com base no domínio de regiões.

O acordo de junho em Genebra sobre a transição deveria ter relaxado a disputa entre as superpotências e transferido a pressão às potências regionais. Mas os EUA optaram pelo confronto e pressionaram o Conselho de Segurança a impor sanções a um Estado já em colapso.

É claro que o veto da Rússia às sanções pode ser compreendido como sinal de que ela prefere perder a Síria como aliada a abandoná-la.

Mas também pode significar que Moscou prevê um papel importante na força de paz que talvez se prove necessária quando as instituições estatais da Síria desabarem de vez. Russos, americanos e outros sabem que o regime já "caiu" e que Assad precisa partir. O que resta decidir é o que acontece depois.