O dilema dos lefebvrianos

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18 Julho 2012

 

Dom Bernard Fellay, superior da Fraternidade São Pio X, concedeu uma entrevista dedicada aos trabalhos do capítulo geral da Fraternidade que ocorreu nos últimos dias em Ecône. Fellay não antecipa nada sobre os conteúdos da resposta que, neste momento, está sendo enviada às autoridades da Santa Sé sobre a última versão do preâmbulo doutrinal entregue nas mãos dos lefebvrianos no último dia 13 de junho.

A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no sítio Vatican Insider, 17-07-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Apresento a esse respeito algumas considerações.

1) Na entrevista, fica claro que Fellay conseguiu recompactar a Fraternidade, explicando os passos que já foram dados até agora e apresentando as várias versões do preâmbulo doutrinal.

2) A resposta referente ao texto do dia 13 de junho, com toda a probabilidade, será negativa: Fellay ficou muito surpreso ao ver como o texto que lhe foi submetido – avalizado pela "Feria Quarta" da Congregação para a Doutrina da Fé e aprovado pelo papa – levou em pouca consideração as modificações que os lefebvrianos haviam proposto e às quais eles parecem ter recebido alguns eminentes consensos oficiosos (pelo menos é o que as fontes internas à Fraternidade permitem entender).

3) O fato de que Fellay não assine embaixo dessa versão do preâmbulo, nas intenções do superior da Fraternidade São Pio X, não significa que o diálogo se interrompa e que o possível acordo será enterrado. No entanto, essa é a intenção de Fellay. A verdadeira questão é qual será a decisão das autoridades vaticanas diante da resposta do superior lefebvriano. Consentirão com uma nova fase de negociações e de discussões sobre o preâmbulo? Ou lançarão uma espécie de ultimato "pegue ou largue"?

4) Nas últimas semanas, mudou a cúpula da Congregação para a Doutrina da Fé e da Comissão Ecclesia Dei: o cardeal Levada foi substituído pelo arcebispo Müller, e o secretário da Congregação para o Culto Divino, Di Noia, foi transferido para a Ecclesia Dei e nomeado vice-presidente. Eles serão os novos interlocutores de Dom Fellay, que, na entrevista, não se conteve de expressar críticas bastante duras contra o novo prefeito da Doutrina da Fé (que, aliás, sempre foi muito duro com os lefebvrianos), o que certamente não é a melhor provisão para começar um relacionamento.