Imagens de horror e luta em fotos da ditadura liberadas ao público

Mais Lidos

  • Pornografia bíblica

    LER MAIS
  • A religião do Eu acredita apenas no dinheiro, mas amor e estima não se compram. Artigo de Vito Mancuso

    LER MAIS
  • Sobre a mulher e o gênero. Uma carta aberta de Andrea Grillo a Luigi Maria Epicoco

    LER MAIS

Newsletter IHU

Fique atualizado das Notícias do Dia, inscreva-se na newsletter do IHU


Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

07 Julho 2012

O Arquivo Nacional liberou o acesso ao público a cerca de cinco mil fotografias tiradas por agentes da ditadura militar. O acervo era do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) e estava na Agência Brasileira de Informação (Abin) até 2005, quando foi transferido para o Arquivo Nacional. As imagens só foram divulgadas agora devido à edição da Lei de Acesso à Informação. No acervo, há seis fotos, algumas inéditas, da militante Maria Lúcia Petit da Silva morta, envolta em um paraquedas na mata. Ela atuava na Guerrilha do Araguaia.

A reportagem é de Carolina Brígido e publicada pelo jornal O Globo, 07-07-2012.

Há ainda outras imagens da guerrilha, como a de Osvaldo Orlando da Costa, o Osvaldão, quando foi preso pelos militares. Ele foi um dos primeiros a chegar ao local, com o intuito de organizar o movimento no Araguaia. Os agentes da ditadura também fotografaram acampamentos militares e tinham um mapa detalhado da região.

O Arquivo Nacional liberou acesso a fotos de centenas de presos acusados de subversão ao sistema. Muitos deles foram obrigados a posar para as lentes da ditadura em roupas íntimas ou até mesmo totalmente nus. Desses presos, 67 foram fotografados em fevereiro de 1971, momentos antes de serem transferidos para outros países, na condição de exilados. Eles foram trocados pela liberdade do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher, que havia sido sequestrado pela Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) em dezembro do ano anterior.

No grupo que seria libertado estavam o frei Tito de Alencar e Nancy Mangabeira Unger, irmã do ex-ministro do governo Lula. O frade dominicano foi encontrado morto no exílio na França em 1974, aos 28 anos. Nancy recebeu indenização do governo federal recentemente pelas torturas e perseguições sofridas.

Chamam atenção no meio das fotos as imagens de três mulheres acompanhadas de crianças. Segundo o Arquivo Nacional, os filhos foram entregues às mães no momento da partida. Uma das mulheres posa com três filhas — que, segundo a legenda da foto dada pela ditadura militar, tinham 8, 4 e 3 anos. Há também outras imagens com duas mulheres acompanhadas de dois bebês com idades não informadas.

No Arquivo Nacional, também há nove fotos do jornalista Vladimir Herzog morto. Ele foi fotografado nu, de frente e de costas, antes e depois da necrópsia. O pescoço apresenta uma nódoa escura. O jornalista foi achado morto em 1975, pendurado pelo pescoço, em uma cela do DOI-Codi em São Paulo, após uma sessão de tortura. A ditadura alegou suicídio, versão rejeitada por familiares e amigos.

O Arquivo Nacional também pôs à disposição para consulta pública imagens da campanha pela “anistia ampla, geral e irrestrita”, em 1979. À distância, em evento no Rio de Janeiro, foram fotografados o cantor Milton Nascimento, os atores Sérgio Britto, Osmar Prado e Carlos Vereza, e as atrizes Renata Sorrah, Lucélia Santos e Bete Mendes. Existem, ainda, fotos de eventos religiosos com o bispo dom Helder Câmara.

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Imagens de horror e luta em fotos da ditadura liberadas ao público - Instituto Humanitas Unisinos - IHU