Igreja Católica paraguaia considera Lugo página virada

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25 Junho 2012

A Igreja Católica, um dos atores de maior peso na política do Paraguai, já considera Fernando Lugo uma página virada.

A reportagem é de Isabel Fleck e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 25-06-2012.

O principal representante dos religiosos do país, monsenhor Claudio Giménez, não só corrobora o processo que tirou o ex-bispo do poder como também diz considerar o então mandatário culpado pelas mortes de 17 policiais e camponeses há dez dias - uma das principais acusações que levaram à sua queda.

"Normalmente, quando uma empresa tem falhas, o gerente é o responsável final. Então acredito que, nesse sentido, se a segurança falha, o Poder Executivo é o último responsável", disse o presidente da Conferência Episcopal do Paraguai.

Para Giménez, o processo de impeachment se deu "de forma muito rápida" - em pouco mais de 30 horas - e poderiam ter sido ampliados os prazos para que a defesa de Lugo se preparasse. Mas ele discorda que tenha havido um golpe de Estado.

"Não há nenhuma dúvida de que se atuou conforme a Constituição nacional. É claro que o procedimento é algo a ser melhorado no futuro, e a Constituição teria que ser mudada, porque ela não fixa prazos exatos para o processo de julgamento político."

O religioso destaca, contudo, o reconhecimento já dado por países como a Alemanha e a Espanha ao novo governo. "Pouco a pouco, os países da região vão ter que ir aceitando também, em especial o Brasil", disse.

Durante seu mandato, Lugo manteve uma relação delicada com a igreja, agravada pelos escândalos de paternidade relacionados à época em que ainda era sacerdote.

Diante do aumento da tensão política no país, Giménez chegou a pedir pessoalmente a Lugo que renunciasse. "Ele recusou e preferiu seguir adiante. Então foi retirado."

Para o número um da Igreja paraguaia, Lugo "teve boas intenções em seu governo, mas não conseguiu avançar".

"Acredito que os outros seguirão os passos que propuseram, sobretudo na área social. Não pode haver retrocesso", disse o religioso.