O que resta dos católicos na Itália. Uma pesquisa

Mais Lidos

  • Crer apesar de razões para não crer. Artigo de Leonardo Boff

    LER MAIS
  • “O próximo papa poderia convocar um concílio”. Entrevista com D. Erwin Kräutler

    LER MAIS
  • Gino Cecchettin, o discurso no funeral da filha Giulia. Texto integral

    LER MAIS

Newsletter IHU

Fique atualizado das Notícias do Dia, inscreva-se na newsletter do IHU


Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

28 Mai 2012

A Igreja Católica Romana é, por definição, o oposto de uma "seita", e a Itália, berço histórico do catolicismo, era considerava até pouco atrás imune a esse fenômeno. Investigado por cientistas políticos e antropólogos, mais do que por teólogos, a questão das seitas tem sido há muito tempo identificada (e com razão) com algumas Igrejas neoprotestantes de marca norte-americana e com alguns "novos movimentos religiosos" que, por experiência dos membros, assumem características totalizantes e limitantes da liberdade espiritual e psicológica individual.

A análise é de Massimo Faggioli, doutor em história da religião e professor de história do cristianismo da University of St. Thomas, em Minneapolis-St. Paul, nos EUA. O artigo foi publicado no jornal Europa, 26-05-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O novo livro de Marco Marzano, recém-publicado (Quel che resta dei cattolici. Indagine sulla crisi della chiesa in Italia, Feltrinelli, 255 p.), aborda a questão da solidez social e antropológica da Igreja italiana e contribui para romper esse tabu (e outros) sobre a natureza do catolicismo na Itália de hoje.

Escrito por um antropólogo, o livro se detém, em particular, ao Norte da Itália e não tem pretensões de completude ao dar um quadro da situação do mundo católico. Marzano entrevista padres, seminaristas, fiéis leigos, catequistas, evitando intencionalmente se confrontar com a Igreja "oficial".

A parte final do livro se detém sobre o fenômeno do Caminho Neocatecumenal, que inspira no antropólogo Marzano um entusiasmo que é ao menos igual à preocupação com que muitos bispos, teólogos e leigos católicos percebem alguns aspectos – precisamente sectários – do fenômeno.

Mas uma das teses do livro é que o futuro do catolicismo está em uma espécie de "solução sectária": diante de um mundo cada vez menos pronto para acolher o cristianismo, de uma cultura dominante que faz do cristianismo uma relíquia típica da menor idade do homem moderno, e de uma Igreja que parece burocratizada e autorreferencial, muitos novos fiéis estão dispostos a permanecer na Igreja somente em troca de um ambiente social, espiritual e emocionalmente "quente".

Uma segunda tese do livro é que a Itália não está menos sujeita do que outros países a um processo de secularização radical, semelhante ao que hoje é típico de países como França e Inglaterra.

As duas teses são complementares e são um salutar antídoto contra as receitas daqueles que veem como saídas para a "crise da Igreja" um catolicismo "reformado" e modernizado, ou uma derrubada dos bastiões dos muros leoninos e um acerto de contas final com o poder religioso.

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

O que resta dos católicos na Itália. Uma pesquisa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU