Por: André | 25 Abril 2012
Este país caribenho está sendo acusado por tráfico de pessoas, trabalho infantil, discriminação racial e falta de assistência sanitária, assim como por exploração, fraudes e abusos trabalhistas.
A reportagem é da Agência Efe, 24-04-2012. A tradução é do Cepat.
O Departamento de Trabalho dos Estados Unidos abriu hoje [ontem] uma investigação na República Dominicana sobre as denúncias do sacerdote Christopher Hartley, que há anos acusa produtores de açúcar do país de submeter trabalhadores do setor a condições de escravidão.
Hartley está atualmente fora da República Dominicana, mas trabalhou de 1997 até 2006 na Paróquia de São José dos Llanos, na província de San Pedro de Marcorís, entre os bateyes (aldeias encravadas no meio das plantações de cana).
O sacerdote anglo-espanhol faz constantes denúncias sobre o trato que as grandes empresas produtoras dão aos trabalhadores, em sua maioria haitianos, que se dedicam ao corte da cana.
Este país caribenho está sendo acusado por tráfico de pessoas, trabalho infantil, discriminação racial e falta de assistência sanitária, assim como por exploração, fraudes e abusos trabalhistas.
A Embaixada dos Estados Unidos confirmou hoje [ontem] em um comunicado a chegada ao país caribenho de uma delegação do Escritório de Comércio e Assuntos Trabalhistas do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos.
A visita desta comissão está prevista no Tratado de Livre Comércio assinado entre a América Central, a República Dominicana e os Estados Unidos (DR-Cafta) e responde à recepção, em dezembro de 2011, de uma solicitude de Hartley, que denunciou “violações com respeito ao emprego da mão de obra nas plantações de cana na República Dominicana”.
De acordo com o sacerdote, diante da iminência da chegada da inspeção, os trabalhadores “estão sendo ameaçados” em base às “possíveis consequências para quem falar sobre suas condições de vida e de trabalho” com a equipe norte-americana.
A investigação tem o objetivo de determinar “se as ações da República Dominicana são incompatíveis com as obrigações estabelecidas no capítulo laboral do Tratado de Livre Comércio”, assinala a nota da Embaixada.
Esta avaliação, que o Escritório de Comércio e Assuntos Trabalhistas fará durante 180 dias junto com o Escritório do representante Comercial dos Estados Unidos e o Departamento de Estado e em colaboração com o Governo dominicano, não representa “uma determinação” sobre as denúncias do sacerdote, disse a fonte.
Sobre as denúncias de Hartley, o chanceler dominicano, Carlos Morales Troncoso, disse que seu propósito é denegrir e apequenar a República Dominicana e acrescentou que “os avanços na melhoria das condições de trabalho na indústria açucareira estão à vista, salvo para o sacerdote espanhol”, segundo publicou o jornal Listín Diario.
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Os Estados Unidos investigam as denúncias de um sacerdote sobre escravidão na República Dominicana - Instituto Humanitas Unisinos - IHU