''Tobin Tax? Factível, ou melhor, desejável''

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14 Janeiro 2012

A afirmação é do economista Leonardo Becchetti, entrevistado pela Rádio do Vaticano.

A reportagem é do sítio Vatican Insider, 10-01-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

"A Tobin Tax que se discute hoje na União Europeia, ou seja, um imposto sobre as transações de ações e derivados, é totalmente factível e seria um sinal importante da vontade de desincentivar a utilização do trading de curto prazo dos ingentes recursos financeiros que circulam nos mercados". Essa é a opinião do economista Leonardo Becchetti, professor da Universidade de Tor Vergata, em Roma, entrevistado pela Rádio do Vaticano.

"Não é verdade que apenas um imposto apenas continental sobre as transações poderia levar a uma defluxo de atividades financeiras da Europa", explica Becchetti. "Prova disso é o fato de que o Reino Unido, que tem um próspero mercado financeiro, o aplica de modo relevante sobre todos aqueles que compram e vendem títulos de ações inglesas. É uma taxa que já existe e é aplicada por 23 países, incluindo o Reino Unido, sem provocar nenhuma fuga de capitais. Isso prova que aplicá-la em nível europeu não provocaria nenhuma fuga".

"Os Estados Unidos e as potências asiáticas não querem ouvir falar da Tobin Tax – explica o economista – porque neste momento não estão sob ataque especulativo nem sofrem a pressão da opinião pública, que sabe como a grave crise econômica se originou justamente dos mercados financeiros. Na Itália e na Europa, o consenso sobre esse imposto surge exatamente desse princípio de restituição. Se a centelha da crise que trouxe graves danos e custos para todos nós, das aposentadorias ao trabalho, nasce nos mercados financeiros, não vemos por que esse setor deve ser isento do pagamento dos seus custos".

"Como lembrou o papa, falando ao corpo diplomático – explica o Prof. Becchetti –, a crise econômica que estamos vivenciando deve ser uma oportunidade para entender que o mundo financeiro atual não é o melhor dos mundos possíveis". "Se pensarmos no modo como são desperdiçados enormes recursos de liquidez, estacionados no Banco Central Europeu ou utilizados para jogos especulativos de curto prazo, nos damos conta de como esse dinheiro poderia ser melhor utilizado para melhorar as condições das pessoas", explica Becchetti, que também é responsável nacional do movimento CVX, uma comunidade de vida cristã.

"É um dever dos homens de esperança não se renderem a esse estado das coisas. Hoje, a ética, assim como a não proliferação nuclear, não é mais um luxo, mas sim uma necessidade". "Como disse Bento XVI – conclui o economista –, são necessárias novas regras, mas estas não devem ser criadas, devem ser só aplicadas, porque já existem. Falta apenas força política para afirmá-las. Bastaria cobrar impostos sobre as transações, regulamentações dos mercados OTC [Over the counter], separações das atividades bancárias de crédito e atividades de trading especulativo no que se refere aos grandes bancos".

"Basicamente, deve ser penalizado o uso do dinheiro em nível internacional por motivos especulativos e não por motivos de construção do bem público, financiamentos das empresas e de bens e serviços públicos prestados pelo Estado".

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