Dilma incomoda chineses ao criticar câmbio

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07 Novembro 2011

A maneira como a presidente Dilma Rousseff e seu colega México Felipe Calderón levantaram o problema do câmbio desvalorizado da China, durante um jantar reservado entre os lideres dos países do G-20, em Cannes, "incomodou" Pequim, conforme o Valor apurou.

A reportagem é de Assis Moreira e publicada pelo jornal Valor, 07-11-2011.

O presidente Hu Jintao não reagiu publicamente às criticas no jantar. Mas logo depois seus assessores deixaram claro, pelo menos aos mexicanos, que Pequim não estava contente e que aquela não era a melhor maneira de tratar o tema.

Jintao não fez sequer menção de politica cambial em seu discurso no G-20. Já Dilma Rousseff não escondia uma certa exasperação com o cambio chinês. Disse em entrevista que passa o tempo reclamando, mas que não recebeu nenhuma garantia de Hu Jintao que a situação vá mudar.

A primeira participação efetiva de Dilma Rousseff em uma cúpula do G-20 desde que assumiu a Presidência deixou avaliação mista. De um lado, ela abordou temas importantes, desde piso social universal, agricultura familiar, mudanças climáticas e apoio financeiro. Mas, de outro, o sentimento foi de que ela às vezes falou de maneira confusa e "quem fala 20 minutos faz os outros lideres desconectarem", conforme o relato de uma fonte de um país desenvolvido.

A expectativa é de que Dilma poderá ser mais precisa no futuro, na discussão restrita entre os chefes de Estado em busca de soluções para a crise. O Brasil está entre os países do G-20 com finanças públicas "relativamente fortes", que se comprometem a tomar medidas adicionais para estimular a demanda doméstica se a economia global piorar.

Para um tarimbado participante de cúpulas do G-8 e agora G-20, o presidente americano Barack Obama teve papel secundário em Cannes, provavelmente porque não via interesse doméstico para ser mais ativo.

Já o chinês Hu Jintao começou a intervir no encontro sem ler os textos preparados previamente por sua assessoria. O presidente russo Dimitri Medvedev deixou a cúpula já na quinta-feira. O sul-africano Jacob Zuma parecia tao perdido que leu duas vezes o mesmo texto sobre mudança climática. O indiano Manmohan Singh interveio com parcimônia, enfatizando interesses concretos da India, como investimentos em infraestrutura.

Dois lideres ganharam dos demais em outra categoria. A presidente argentina Cristina Kirchner usou a cúpula como uma espécie de comício politico e agiu como se fosse a chefe do movimento dos indignados contra o "anarco capitalismo", segundo um participante do encontro.

O outro foi o chefe do governo italiano, Silvio Berlusconi. Enquanto até seus ministros indagam quando afinal ele vai partir, Berlusconi fez uma intervenção sempre negando a realidade de que o problema é a falta de credibilidade dele. Sob o olhar incrédulo de outros lideres ao redor da mesa, ele disse não entender porque os mercados atacam a Itália, já que em seus 18 anos na politica paga suas contas corretamente em dia, as pessoas tiram férias e os restaurantes estão cheios.

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