Assentamento Pontal do Tigre produz 33% do arroz do estado do Paraná

Mais Lidos

  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • O “non expedit” de Francisco: a prisão do “mito” e a vingança da história. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

22 Julho 2011

O ano era 1988. Criado quatro anos antes, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou uma das maiores áreas de latifúndio existente no estado do Paraná. A fazenda pertencia ao grupo Atala e hoje representa uma importante conquista para o Movimento. A imissão na posse da área foi dada em 20 de outubro de 1995 e se transformou no Assentamento Pontal do Tigre, localizado no município de Querência do Norte (noroeste do estado). Atualmente, 327 famílias vivem no assentamento, cada uma com uma área de 24 hectares de terra gerando vida, cultura e produção.

A reportagem é do setor de comunicação do MST do Paraná, 22-07-2011.

Mas Pontal do Tigre já vivenciou momentos de terror, especialmente em 1999, quando Eduardo Anghinoni foi assassinado por uma milícia privada. No mesmo ano, as ligações telefônicas feitas de dentro da cooperativa foram grampeadas ilegalmente pela polícia militar, o que rendeu uma sentença condenatória para o Estado brasileiro emitida pela Corte de Direitos Humanos da OEA. Quando as lonas pretas deram lugar a um Assentamento, as famílias viram materializado um projeto constituído a partir da luta coletiva e organizado por cada trabalhador e trabalhadora sem terra. Implantada desde 1998, a Cooperativa de Comercialização da Reforma Agrária Avante Ltda (Coana) potencializa desde então a produção dos assentados.

Arroz polido e integral, queijo mussarela, nozinho, palito, trancinha de provolone, manteiga, leite empacotado e iogurte são alguns dos produtos agroindustrializados e comercializados pela Coana. A produção de arroz é a maior de todo o Paraná, representando cerca de 33% do total produzido dentro do estado. São 40 toneladas por dia; o que anualmente se reflete em 250 mil sacas de arroz. O arroz sai empacotado da agroindústria, com o detalhe de que o plantio feito pelos camponeses é sem agrotóxicos.

Na agroindústria do lacticínio a produção gira em torno de 19 a 20 mil litros de leite por dia. De fato, a cooperativa permitiu aos assentados a organização da produção, industrialização e comercialização. Para além da cooperativa os agricultores também criam porco, galinha e cabrito, e plantam diversos alimentos, como mandioca, batata, feijão e hortaliças.